POMBAGIRA
MIRIM NA UMBANDA
Assim
como os Exus Mirins, as Pombagiras Mirins que se manifestam na Umbanda são
Seres Encantados de uma Dimensão da Vida localizada à Esquerda da Dimensão
Humana. Elas não são espíritos humanos.
Na
Umbanda, as Pombagiras Mirins formam uma Linha de Trabalhos Espirituais da Esquerda,
ao lado dos Exus, das Pombagiras e dos Exus Mirins. Na atualidade, sua
manifestação nos Terreiros não é frequente, pela falta de estudos a respeito.
São “diferentes”, são Encantados da Esquerda da Criação, e isso gera dúvidas e
“fantasias”.
Aqui, a
proposta é uma reflexão sobre a natureza dos Seres Encantados, para melhor
compreensão do trabalho dessas Entidades na Umbanda.
Os
seres da Dimensão Encantada estão num Plano da Vida anterior àquele onde se
localiza a Dimensão Humana. E é neste sentido que dizemos: em relação a nós, as
Pombagiras Mirins e os Exus Mirins são “infantis”.
Explicando
melhor: na Dimensão Humana da Vida, nós adquirimos consciência e
livre-arbítrio. Essas capacidades não são alcançadas no Plano Encantado, porque
nele a prioridade é o desenvolvimento da sensibilidade, da sensitividade, da
percepção, a depuração do mental.
Além
disso, a Dimensão Humana está localizada no Plano Natural da Vida à Direita da
Criação. Já a Dimensão das Pombagiras Mirins e dos Exus Mirins pertence ao
Plano Encantado à Esquerda da Criação. São Realidades Divinas bem diferentes.
Os
Planos da Vida são estes: 1- Fatoral; 2- Elemental; 3- Essencial; 4- Dual; 5-
Encantado; 6- Natural; 7- Celestial. Eles representam os vários estágios
da evolução dos seres, a partir do instante em que são criados por Deus.
Resumidamente,
temos:
●No 1º
e 2º Planos da Vida, o ser é totalmente inconsciente (centelha Divina);
●No
terceiro, ele começa a tomar forma, tem o instinto de sobrevivência e os seus
chakras começam a desenvolver-se;
●No quarto
Plano, passa a absorver dois tipos de Energias Elementais e desenvolve o
emocional (a dualidade leva ao equilíbrio razão/emoção);
●No
quinto, é um ser Encantado semiconsciente (tem uma percepção muito apurada; tem
consciência da própria individualidade, mas não uma consciência mais ampla como
a dos seres humanos e nem o livre-arbítrio);
●No
sexto Plano, torna-se um ser Natural consciente e ali permanece para aprender a
usar o livre-arbítrio. Neste Plano está localizada a Dimensão Humana;
● Depois
de aprender integralmente a usar o livre-arbítrio, os seres passam para o
sétimo Plano da Vida, onde se tornam Seres Mentais Celestiais, não têm mais
forma, são Seres de Luz. (Cf. “Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada”, Rubens
Saraceni, Madras Editora, 2003, Capítulo 9- Gênese do Ser- Sete Planos da Vida,
páginas 99/107.)
Algumas
características do Plano Encantado e do Plano Natural:
●O
Plano Encantado (5º Plano da Vida) tem várias Dimensões, nas quais os seres
apuram sua sensibilidade, sensitividade e percepção. Depuram o mental, porque
já têm o emocional desenvolvido e equilibrado.
●Já o
Plano Natural (6º Plano da Vida) tem 77 Dimensões e uma delas é a Dimensão
Humana, aquela em que vivemos. Neste Plano os seres adquirem consciência e
livre-arbítrio, o que representa um estágio a mais de evolução.
Por este
motivo é dizemos que os Seres Encantados são “infantis” em relação a nós, pois
eles não apresentam o mesmo grau de “amadurecimento” que nós, humanos. (Isso
não nos torna “superiores”, pois em relação a tudo o que ainda temos a
aprender, também somos “infantis” perante o Criador e a Criação...)
●Há um
Plano Encantado à Direita da Dimensão Humana, com 49 Dimensões (7 Cristalinas,
7 Minerais, 7 Vegetais, 7 do Fogo, 7 do Ar, 7 do Elemento Terra e 7 Aquáticas).
Os seres chegam a este Plano Encantado já trazendo em si duas Energias Básicas
absorvidas no 4º Plano.
Cada ser é
único e tem um magnetismo próprio, desde o início. Esse magnetismo individual
vai atrair o ser para uma das 49 Dimensões mencionadas, onde receberá outro
tipo de Energia e evoluir mais um pouco, pois irá desenvolver o Sentido da Vida
correspondente (na Dimensão Cristalina= Sentido da Fé; na Dimensão
Mineral=Sentido do Amor etc.). Ali ficará até absorver completamente tal
Energia, tornando-se um manifestador das Qualidades Divinas inerentes àquele
Sentido, isto é, onde for, levará tal Energia de forma muito potencializada,
pura. As Crianças (Erês) da Umbanda vêm deste Plano Encantado.
●Mas
existe também um Plano Encantado à Esquerda da Dimensão Humana. É nele que as
Pombagiras Mirins e os Exus Mirins têm origem.
Como
Seres Encantados da Esquerda, as Pombagiras Mirins e os Exus Mirins atuantes na
Umbanda são “infantis” em relação a nós, ou seja, estão num estágio de evolução
anterior e diferente do nosso: são do 5º Plano à Esquerda; e a Dimensão Humana
fica no 6º Plano à Direita.
Muitos
pensam que são “crianças” (como as crianças humanas). Porém, tratando-se de
seres de outra Dimensão, não há termo de comparação entre essas Entidades da
Esquerda e as crianças da Dimensão Humana.
Aos
médiuns clarividentes, as Pombagiras Mirins e os Exus Mirins se apresentam como
seres muito pequenos e de aparência um tanto diferente da humana.
Segundo
a obra psicografada por RUBENS SARACENI, eles são pigmeus. Esta é a sua
característica na Dimensão de origem. Mesmo adultos, seus corpos se mantêm
“pequenos”. Daí a designação de “mirins“. (Vide os livros “Arquétipos da
Umbanda” e “Orixá Exu Mirim”, Rubens Saraceni, Editora Madras.)
E como
tudo é “pequeno” na Dimensão da qual as Pombagiras Mirins e os Exus Mirins
procedem, há oferendas a essas Entidades que incluem objetos como bonecas,
carrinhos, bolinhas de metal, brinquedos de metal; além de flores pequenas,
como mini-cravo ou cravina para os Exus Mirins e mini-rosa para as Pombagiras
Mirins. Também se utilizam alguns tipos de doces, bem como mel e ervas para
adoçar as bebidas manipuladas pelos Mirins. Isso dá margem a dúvidas: se a
oferenda inclui “brinquedos” e “doces”, essas Entidades são “crianças”? A
resposta é NÃO!
Os
“brinquedos” equivalem a objetos “em miniatura”. São usados para uma relação ao
tamanho “mirim” dessas Entidades, ou em razão do material de que são feitos
(metais), e não porque os Mirins sejam “crianças”. Inclusive, o uso de bolinhas
ou esferas de metal está relacionado a um tipo de Magia que as Entidades Mirins
conhecem e praticam com muita eficiência (embora não se disponham a dar
“explicações” às perguntas “curiosas” que façamos a respeito...).
E o
fundamento da inclusão de doces, de mel e de ervas adoçantes é que tais
elementos têm função agregadora, harmonizadora e potencializadora das
atuações magísticas dos Mirins.
NÃO
são crianças. São Encantados da Esquerda da Criação, com um grau destacado de
evolução no seu mundo de origem. E ainda passam por uma preparação antes de se
manifestarem na Umbanda.
Na
respectiva Dimensão, as Pombagiras Mirins e os Exus Mirins têm uma percepção
apuradíssima e conhecimentos magísticos ali adquiridos que os habilitam a atuar
em áreas determinadas junto aos humanos. Essa Magia é Divina e específica
daquela Dimensão, os espíritos humanos não têm acesso a ela, é uma
especialidade dos Mirins.
Essa
percepção apurada faz com que os Mirins sejam capazes de captar intenções
maldosas, cortando-as na origem, além de desembaraçar situações complicadas.
Porque, muitas vezes, a causa da “complicação” é uma projeção mental negativa
(uma intenção negativa fortemente projetada contra a pessoa ou o ambiente), ou
então um bloqueio íntimo, um padrão negativo que a pessoa vem trazendo de
outras encarnações e que está “oculto” dentro dela. Tudo isso é captado pela sensibilidade
aguçada dessas Entidades, que vêm até nós para nos auxiliar com suas
habilidades magísticas. Ao mesmo tempo, a evolução deles é acelerada pelo
contato com a nossa Dimensão; prova de que “a moeda de troca” da Criação é o
convívio fraterno que a todos enriquece.
Para
trabalhar na Umbanda, as Pombagiras Mirins se preparam na Dimensão Encantada de
origem. Então, elas se assentam à Esquerda dos Orixás, deles obtendo permissão
e amparo para esse trabalho. Processo idêntico ocorre com os Exus Mirins. Por
isso, há Exus Mirins e Pombagiras Mirins atuando na irradiação dos 14 Orixás
que cultuamos.
●Existe
um Orixá Maior sustentador dessa Linha? A resposta é SIM!
Todas
as Linhas de Trabalho da Umbanda atuam sob a Regência direta de um Mistério
Divino e manifestam as Qualidades do respectivo Orixá. Além disso, cada
Entidade atua sob a Irradiação de determinado Orixá, que definirá seus campos
específicos de trabalho (Fé; Amor; Conhecimento; Justiça; Lei; Evolução;
Geração).
O
mesmo acontece com as Pombagiras Mirins e as demais Linhas de Esquerda.
Uma
comparação com as Linhas da Direita facilitará a nossa compreensão.
Exemplos
clássicos: ●Os Caboclos atuam sob o Mistério Caboclo, Regência do Orixá
Oxóssi. Quando um Caboclo ou uma Cabocla se manifesta na Umbanda, eles trazem e
ativam as Forças, Qualidades ou a capacidade de realização do Mistério
Caboclo. ●Já os Pretos Velhos são regidos pelo Mistério Ancião, dos Orixás
Obaluayê e Nanã, e quando se manifestam na Umbanda, eles trazem e ativam as
Forças, Qualidades ou a capacidade de realização do Mistério Ancião.
Mas há
Caboclos e Pretos Velhos atuando na Irradiação dos 14 Orixás.
Exemplos: ●Caboclo
de Oxalá― manifesta as Qualidades Divinas do Mistério Caboclo nos campos da Fé,
é um expansor do Sentido da Fé, inspira o estudo e o conhecimento no campo da
Fé, é um doutrinador; ●Preta Velha de Oxum― manifesta as Qualidades
Divinas do Mistério Ancião nos campos do Amor, traz a Transmutação e a Evolução
para o Sentido do Amor.
Nas
Linhas de Esquerda, dá-se o mesmo.
Os Exus
atuam sob a Regência e Mistério do Orixá Exu; as Pombagiras atuam sob a
Regência e Mistério do Orixá Pombagira. E há Exus e Pombagiras atuando nos 7
Sentidos da Vida, na Irradiação dos 14 Orixás.
Vamos
agora analisar essa questão relativamente às Entidades Mirins da Esquerda:
●Quanto
aos Exus Mirins, sabemos hoje que eles são regidos pelo Mistério de um Orixá
que na Umbanda denominamos Orixá Exu Mirim. Quando incorporam, os Exus Mirins
manifestam as Qualidades Divinas do Mistério deste Orixá.
O
Orixá Exu Mirim não era conhecido na cultura Nagô-Iorubá, da qual herdamos o
Culto de Orixá. Então, Pai Benedito de Aruanda, um dos Mentores Espirituais de
Rubens Saraceni, explicou que o nome dessas Entidades (Exu Mirim) poderia
designar o seu Orixá Regente, uma vez que toda Entidade é o manifestador
natural das Qualidades do Mistério Divino do Orixá que as rege diretamente
(vide o livro “Orixá Exu Mirim”, Madras Editora, de Rubens Saraceni).
●Também
as Pombagiras Mirins atuam sob a Regência direta de um Mistério Divino e
manifestam as Qualidades de um Orixá cujo nome não era conhecido entre os
Nagôs-Iorubás.
Então,
pelo mesmo princípio aplicado aos Exus Mirins― cujo nome serviu para designar seu
Mistério Divino e Orixá Regente― podemos denominar de “Orixá Pombagira Mirim” o
Divino Regente do trabalho das Entidades Pombagiras Mirins, dentro do Ritual de
Umbanda. O mais importante é saber que as Pombagiras Mirins são Entidades
regidas por uma Divindade de Deus, já que nada existe fora das Leis do Criador.
Portanto, merecem nosso respeito e gratidão.
Como
Entidades Femininas, as Pombagiras Mirins representam o Sagrado Feminino (o
aspecto “Mãe” do Criador). Manifestam o aspecto Feminino de um Mistério da
Criação, enquanto os Exus Mirins manifestam o aspecto Masculino desse Mistério.
Finalmente,
há Pombagiras Mirins atuando na Irradiação de todos os Orixás, de forma
idêntica ao que se constata nas demais Linhas de Trabalho da Umbanda.
CARACTERÍSTICAS
E CAMPOS DE ATUAÇÃO
Quanto
à sua forma de incorporação, as Pombagiras Mirins são travessas, falantes e
curiosas, assim como os Exus Mirins. Dependendo da Irradiação do Orixá que rege
seu campo específico de trabalho, serão mais agitadas, mais tranquilas etc. Mas
elas não são mal educadas e nem grosseiras; e se isto ocorrer, a causa estará
um desequilíbrio do médium.
Textos
doutrinários a respeito dos Exus Mirins e das Pombagiras Mirins são raros.
Recentemente,
temos duas obras de Rubens Saraceni, já mencionadas, sobre o tema: “Arquétipos
da Umbanda” e “Orixá Exu Mirim”, onde o autor esclarece que as Pombagiras
Mirins têm características semelhantes às dos Exus Mirins porque elas
correspondem ao aspecto Feminino de atuação de um Mistério Divino cujo aspecto
Masculino é manifestado por eles (assim como acontece com Caboclos/Caboclas,
Preto-Velho/Preta-Velha etc.); que há uma identificação dos Exus Mirins com os
Exus da Umbanda, bem como das Pombagiras Mirins com as Pombagiras.
Por
falta de conhecimentos na época, as primeiras manifestações das Entidades
Mirins provocaram interpretações fantasiosas e geradoras de preconceitos.
Pensava-se que as Pombagiras Mirins e os Exus Mirins eram “espíritos” que em
encarnações anteriores foram “crianças de rua”, “marginais” etc. Nada se sabia
sobre a sua natureza Encantada. Passaram a ser vistos como “seres diabólicos
que fazem o mal” e não eram bem aceitos nos Terreiros, pois ninguém entendia
quem eles eram. Atualmente, é rara a presença das Entidades Pombagiras Mirins
nos Terreiros de Umbanda, até menos frequente que a dos Exus Mirins.
Infelizmente,
é triste perceber que muitos ainda pensam assim, de forma negativa.
Na “internet”, por exemplo, há muitos textos dizendo que as Pombagiras
Mirins “são filhas de prostitutas, filhas da rua, filhas do mal e agentes do
mal”... Afora a irresponsabilidade de quem escreve tais barbaridades sobre algo
que não entende, ainda há um desrespeito para com a religião de Umbanda e seus
fundamentos Divinos e para com as Entidades Pombagiras Mirins, que manifestam
as Qualidades Sagradas de um Orixá, de uma Divindade de Deus! Outro aspecto é
que tais afirmações também demonstram preconceito e desumanidade em relação às
crianças abandonadas nas ruas, que merecem o cuidado da sociedade, ao invés da
pecha de “filhas da rua”. Será que Deus iria criar alguma criança para ter esse
destino infeliz? Ou somos nós, a nossa sociedade “humana” (ou desumana?), que
não enxergamos que estamos falhando com elas? Não existe criança “de rua”, não
pode existir, dentro da Criação Divina! O que vemos são crianças “na rua”, por
falta de competência e seriedade dos governos e indiferença da nossa sociedade.
E não há “seres do mal” dentro de uma religião, seja ela qual for. Não pode
haver, já que toda religião visa a religar o homem a Deus! São assuntos para se
pensar...
Para
quem atua mediunicamente na Umbanda com seriedade e para os fiéis sinceros, é
fácil perceber que tudo isso não passa de fantasias e “achismos” maldosos, sem
fundamento algum dentro da religião, ou mesmo fora dela. Basta aplicar bom
senso e equilíbrio ao avaliar tais informações, “separando o joio do trigo”...
Um
alerta: as Entidades de Esquerda do Ritual de Umbanda sempre espelham aquilo
que está no íntimo das pessoas (dos seus médiuns e dos consulentes). Ou seja,
aquilo que falamos e pensamos a respeito delas é apenas reflexo do que trazemos
em nosso íntimo. Quem fala mal dessas Entidades está falando de si mesmo, dos
preconceitos que carrega no íntimo. A palavra preconceito vem de “pré + conceito”,
equivale a uma opinião formada antes de se conhecer o assunto tratado. Logo, é
uma opinião com base em valores que já trazemos, é puro reflexo daquilo que
pensamos e acreditamos, é o reflexo do nosso íntimo...
Médiuns
desequilibrados extravasam seus preconceitos e desequilíbrios mais íntimos ao
incorporar uma Entidade da Esquerda (Exu, Pombagira, Exu Mirim, Pombagira
Mirim).
O
mesmo fenômeno acontece com pessoas mal intencionadas e desequilibradas no
Sentido da Fé, sejam médiuns ativos ou apenas consulentes, quando se colocam
diante de Entidades da Esquerda “achando” que elas são “ex-marginais”, que
podem tratá-las como “escravas” e pedir trabalhos negativos. Grande engano!
Uma
pessoa assim acredita mais “no mal” do que no Bem que preside toda a Criação.
Está intimamente “negativada” ou desequilibrada no Sentido da Fé e, por
consequência, nos demais Sentidos da Vida. Por isso, vê maldade em tudo; crê
que tudo é produto de magia negativa; que pode até pedir que alguém faça por
ela uma magia negativa, para conseguir seus objetivos egoístas, sem ter
responsabilidade pelo que pediu (maldade dupla: querer o mal do próximo e
culpar outrem pela própria maldade!). Como é que se pode “pedir o mal” dentro
de um ambiente religioso? Isto é o absurdo dos absurdos! Onde pedidos assim são
aceitos, com certeza NÃO se está dentro de religião alguma!
Sejam,
ou não, médiuns ativos― já que a mediunidade não dá diploma de “santidade” a
ninguém―, pessoas assim não movem um dedo para se aprimorar interiormente e se
capacitar para melhorar na vida. Vivem na preguiça e na escuridão íntima e, por
isso mesmo, são preconceituosas e arrogantes. Quando se colocam à frente de uma
Entidade de Esquerda, no entanto, são envolvidas “pela Mão Esquerda do Criador”
e acabam “tirando a própria máscara”, colocando para fora o que existe em
abundância dentro do próprio íntimo... Já dizia o Mestre Jesus: “A boca fala do
que existe em abundância no coração”
Pode-se
perguntar: ― Por que a Esquerda espelha o íntimo das pessoas? Não é um
desrespeito, se a pessoa não quer expor? Qual a finalidade disso? Seria um
castigo?
A
resposta é: Não se trata de desrespeito ao outro e nem de “castigo”. É,
isto sim, uma valiosa oportunidade de renovação! Porque uma
das funções importantes das Entidades da Esquerda do Ritual de Umbanda Sagrada
é trabalhar o nosso emocional, limpá-lo, revelar o que está escondido e que
precisa ser modificado e renovado, e então nos conduzir a um caminho de
equilíbrio íntimo, para que o nosso processo de evolução tenha continuidade. É
uma verdadeira “catarse”...
Aí
surgem outras perguntas:
―Mas
as Pombagiras Mirins e os Exus Mirins não são diferentes dos outros Guias?
Respondemos: Sim, como Seres Encantados da Esquerda, eles têm características
próprias e diferenciadas, inclusive em comparação aos Espíritos atuantes em
outras Linhas de Trabalho da Umbanda.
―Essa
diferença não significa que são “do mal”? Respondemos: Definitivamente, NÃO!
São Seres criados por Deus, com capacidades específicas de contribuir para o
Bem da Criação e por isso atuam dentro da religião de Umbanda. Qual seja essa contribuição,
veremos a seguir.
●De
forma semelhante ao que fazem os Exus Mirins, as Pombagiras Mirins têm um papel
importantíssimo dentro da Umbanda.
Sua
apurada percepção, desenvolvida na Dimensão de origem, lhes permite captar a
maldade quando ainda não praticada, a que está no campo das intenções, no mais
íntimo das pessoas. Elas cortam o mal pela raiz! Atuam a partir do Plano
Encantado à Esquerda da Dimensão Humana, com recursos magísticos que nós
desconhecemos, pois não temos acesso àquela Dimensão, e que nem mesmo são
igualados pelos valorosos Guardiões e Guardiãs que nos amparam (já que os Exus
e as Pombagiras são espíritos humanos).
Quando
uma Pombagira Mirim corta uma intenção negativa, ou quando quebra uma demanda,
o seu papel é de anulação completa daquelas energias desequilibradas. A maldade
é “dissolvida” por completo, com os recursos do seu meio de origem. A
negatividade é recolhida e levada para a Dimensão onde as Pombagiras Mirins
habitam.
Trata-se
de um trabalho que ninguém desfaz, como se diz popularmente, porque não temos
acesso a tal Dimensão. É um mecanismo Divino que nos protege, ainda que não
saibamos compreendê-lo. Porque Deus é o Bem Maior e Suas Energias trabalham no
Bem e para o Bem da Sua Criação. As Leis Divinas não mudam, são Perfeitas e
atuam de forma permanente para resguardar a Ordem e o Equilíbrio de toda a
Criação. Tais Recursos Divinos existem em todos os Planos da Criação. Tudo o
que existe tem uma função Divina, nem sempre ao alcance da nossa compreensão.
Há
quem faça magias negativas contra o próximo, há quem ganhe dinheiro e há quem
pague por isso; há quem manda vibrações mentais negativas para os semelhantes,
a torto e a direito (ódio, vingança, pragas, maldições etc.); há quem pragueja
o dia todo contra o clima, as condições de vida, até contra a família (se
chove, se faz sol, se está frio, se está calor, se tem trabalho e se não tem,
quando o filho chora, quando o filho quer brincar etc.); enfim, há quem viva
com intenções negativas que a lei humana não alcança. Mas da Lei Divina essas
pessoas vão receber, mais cedo ou mais tarde, aquela projeção negativa de
volta. Ação e reação.
No
caso, as Pombagiras Mirins e os Exus Mirins irão recolher e “devolver” as
intenções negativas para quem as emitiu, como agentes da Lei Maior, para
preservar a Ordem Divina da Criação. Com certeza, a vida dessas pessoas
começará a se complicar, a sofrer atrasos e outros embaraços, na colheita
daquilo que semearam por livre e espontânea vontade. Afinal, são humanas e têm
consciência e livre-arbítrio. Pode ser que elas queiram “culpar” alguém,
dizendo-se “vítimas” de magias negativas etc. etc., mas de nada irá adiantar.
Dizia o Mestre Jesus: “A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”...
Todos
nós estamos sujeitos a esses erros, de modo que um exame de consciência ajudará
muito... Como nada está perdido na Criação Divina, o remédio para quem se vê
nessa condição é pedir perdão ao Pai Oxalá e aos Sagrados Regentes da Justiça e
da Lei Divinas, comprometendo-se perante o Divino Criador a retificar seus
pensamentos e ações, e daí recomeçar sua vida de forma honrada, justa e
positiva.
●As
Pombagiras Mirins também são muito eficientes na limpeza energética de pessoas
e ambientes. A importância desse trabalho está, muitas vezes, além da nossa
percepção.
Mas
basta observarmos uma coisa: é comum que os Exus de Lei da Umbanda trabalhem
com a ajuda de Exus Mirins. E é comum que as Pombagiras de Lei trabalhem com o
auxílio de Pombagiras Mirins. Mesmo que os Mirins não incorporem, os
clarividentes e outros sensitivos podem percebê-los atuando ao lado dos Exus e
das Pombagiras.
Em
tais situações, primeiro os Mirins fazem uma espécie de rastreamento do
ambiente do Terreiro, dos médiuns e consulentes, recolhendo as cargas negativas
lançadas mentalmente contra eles (as intenções maldosas). Em seguida, quebram
as demandas ativadas com recursos de “ocultação”, que por ali existam. Fazem
isso, usando da sua Magia característica.
As
Pombagiras Mirins e os Exus Mirins fazem esses trabalhos por serem dotados de
capacidades próprias da sua condição de Encantados da Esquerda do Criador. Têm
habilidades magísticas das quais os nossos valorosos e amados Exus e Pombagiras
nem sempre dispõem, justamente porque são espíritos humanos.
No final, os
Exus e as Pombagiras têm condições mais favoráveis para realizar seus trabalhos
específicos (e, neste momento, os Mirins não substituem e nem se igualam aos
nossos Guardiões e Guardiãs, pois cada Entidade tem sua especialidade e campo
de atuação).
Mesmo em
Terreiros onde não se aceita a presença de Exus Mirins e Pombagiras Mirins,
eles, muitas vezes, atuam de forma não ostensiva (sem incorporar). E onde são
aceitos, tanto trabalham dessa forma, quanto podem incorporar e trabalhar ao
lado dos Exus (os Exus Mirins), ou ao lado das Pombagiras (as Pombagiras
Mirins).
Há uma
grande identificação entre os Exus Mirins e os nossos Exus. Também há uma
grande identificação entre as Pombagiras Mirins e as Senhoras Pombagiras. Os
Mirins até chamam os Exus de “tios”. E as Pombagiras Mirins se referem às
Pombagiras como “tias”.
Como
Seres Encantados, e embora dotados de conhecimentos e recursos magísticos, as
Entidades Mirins parecem nos dizer que almejam ser aquilo que os nossos
queridos Exus e Pombagiras são: querem ser “grandões” como eles, isto é,
almejam o grau de consciência e o livre-arbítrio que nossos Guardiões e
Guardiãs já conquistaram por serem espíritos humanos em evolução.
Indiretamente, os Mirins estão nos mostrando o valor da consciência e do
livre-arbítrio e o valor dos Senhores Exus e das Senhoras Pombagiras (que estão
usando muito bem esses dons em favor da própria evolução e da nossa!...).
Há um grande respeito e admiração na relação entre essas Entidades. Há uma
parceria importantíssima, que nem sempre compreendemos e raramente imitamos...
Por
essa afinidade, as Pombagiras Mirins costumam adotar nomes que são o diminutivo
dos nomes das Senhoras Pombagiras e receber oferendas semelhantes às delas.
●Exemplos
de nomes simbólicos:
1-Pombagira
Mirim Rosinha- referência à Senhora Pombagira da Rosa, que trabalha na
Irradiação de Mamãe Oxum;
2-Pombagira
Mirim Mariazinha- referência à Senhora Pombagira Maria Padilha, atuante no
campo da Fé e da Religiosidade, Regência de Mãe Logunan. Esse nome também pode
referir-se à Senhora Pombagira Maria Molambo, que atua no campo do Amor; etc.
Vale lembrar
que toda Entidade que usa o nome “Maria” traz uma referência direta ao Sagrado
Feminino, ao aspecto da “Mãe Divina”.
3-Outras
Pombagiras Mirins acrescentam o nome do elemento característico, ou então do
Ponto de Força no qual atuam. Exemplos: Rosinha do Mangue- Irradiação de Mãe
Nanã; Pombagira Mirim do Cruzeiro- Irradiação de Pai Obaluayê; Pombagira Mirim
da Estrada- Irradiação de Pai Ogum; etc.
Exemplos
de elementos de oferenda para as Pombagiras Mirins:
●Rosas
vermelhas, hibisco, brinco de princesa e flores vermelhas em geral. Também a
mini-rosa vermelha, muito delicada, que agrada às Entidades Mirins, como
homenagem ao seu lindo porte “mirim”;
●Sidra ou
champanhe de maçã (vermelha) com mel; sucos de frutas vermelhas ou ácidas com
mel; refrigerantes. As bebidas também podem ser adoçadas com Alcaçuz
(erva). Algumas Pombagiras Mirins manipulam bebidas com baixo teor alcoólico.
Outras não, e preferem sucos de maçã, morango, ameixa vermelha, uva escura,
laranja, limão, maracujá etc., ou ainda guaraná, groselha etc.;
●Ervas;
●Cigarrilhas
e fumos preparados com as ervas específicas;
●Frutas
cítricas (limão, laranja azeda, maracujá, abacaxi etc.) e as de casca vermelha;
● Fitas,
linhas, pembas, tecidos e velas vermelhas;
●Perfumes;
●Incensos-
Exemplos: canela, rosa vermelha, dama da noite, jasmim, arruda.
UMA
REFLEXÃO FINAL, COM BASE NA PRÁTICA MEDIÚNICA:
A
clarividência é apenas um dom mediúnico, como tantos outros. É um dom natural
(e nada extraordinário!), que se apresenta em diferentes graus, em cada médium.
Mas ela precisa ser direcionada ao propósito de aprender e de ser útil (sem as
bobagens da vaidade de “aparecer”, de “anunciar desgraças” etc.).
Bem
direcionada, a clarividência dá ao médium a oportunidade de captar alguns
“flashes” da comunicação que acontece entre os diversos Planos, Seres e
Entidades, nas Giras da Umbanda. Então, esse médium poderá perceber o quanto um
trabalho integrado é valioso.
A
interação que existe entre os Espíritos e os Seres atuantes na Umbanda é um
exemplo disso. Porque nos traz os benefícios que a soma dos recursos de cada
Ser e de cada Espírito, que eles disponibilizam para o Bem comum, nos trabalhos
religiosos da nossa amada Umbanda, e sem fazer alarde. Exemplo que precisamos
seguir...
Dizer:
“Somos Um” não é difícil. Mas vislumbrar, pela mediunidade, os efeitos de
se pôr esta afirmação em prática é algo que emociona, sempre e sempre.
E não
importa se a pessoa tem clarividência, ou não. A intenção foi apenas
exemplificar. Fato que todos podem observar é que os Guias da Direita e da
Esquerda vêm trabalhando ao nosso lado, sem parar, apesar das nossas
deficiências, resistências, dificuldades etc. Um exemplo a seguir...
Os
Mirins vivem num estágio anterior à aquisição da consciência e do
livre-arbítrio, mas são importantes amigos e auxiliares, sempre que nos
dispomos à prática do Bem.
Nós,
por outro lado, já temos consciência e livre-arbítrio. Mas precisamos
utilizá-los com reverência e gratidão ao Divino Criador e com respeito aos
demais Seres da Criação, pois são ferramentas que Ele nos concedeu para nossa
evolução e integração no Todo.
É hora
de aprendermos a respeitar e valorizar “os diferentes”, incluindo os Seres de
outros Planos da Criação e as diversidades presentes em nosso meio humano. Se
nós refletirmos que essas “diferenças” revelam unicamente “as várias Faces”
(aspectos) do Criador, vamos despertar para a importante tarefa de praticar a
Fraternidade e então avançar mais um pouco no caminho da Evolução.
Saudemos,
pois, os Divinos Regentes dos Mistérios das Senhoras Pombagiras, das Pombagiras
Mirins, dos Senhores Exus e dos Exus Mirins, com gratidão e pedindo bênção. E
vamos pedir a proteção dessas Entidades que nos amparam, agradecendo
por suas lições de prática fraterna e de humildade perante o Criador e a
Criação.
As
Pombagiras Mirins também nos reconhecem como “diferentes”. Mas vêm até
nós, e para nos ajudar. São amigas. São Mãos do Criador que se doam
às nossas mãos, para nos fortalecer. São exemplos de que podemos, sim, aprender
a administrar as diferenças aparentes.
O
importante é a gente se dispor a somar os conhecimentos e as vontades
individuais de colaborar. Juntos, podemos aprender uns com os outros, crescer
mais e prestar mais auxílio mútuo, contribuindo para o Todo. Assim é na Umbanda
ensinada e praticada por nossos Amados Orixás e Guias, esta grande Escola de
Espiritualização e de Fraternidade. Vamos abrir o coração e a mente. Seguir a
lição e o exemplo e fazer por “refletir essa Luz Divina”, como está no Hino da
Umbanda...
Quando
tivermos aprendido essa lição, quem sabe a Espiritualidade Superior nos revele
mais alguma coisa a respeito das queridas Pombagiras Mirins, essas Magas
“pequeninas” e cheias de energia e disposição, que tanto nos encantam, mas que
ainda permanecem cercadas de “mistérios”... Quem sabe? Afinal, tudo acontece no
tempo certo. “Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece”...
Salve
o Sagrado Orixá e as Entidades Pombagira Mirim!
Laroyê,
Pombagira Mirim! Pombagira Mirim Modjubá!
NOMES
SIMBÓLICOS: Pombagira Mirim Rosinha (Irradiação de Mãe Oxum); Pombagira
Mirim Mariazinha (Irradiação que pode ser de Mãe Logunan ou de Mãe Oxum);
Rosinha do Mangue (Irradiação de Mãe Nanã); Pombagira Mirim do Cruzeiro
(Irradiação de Pai Obaluayê); Pombagira Mirim da Estrada (Irradiação de Pai
Ogum); etc.
SAUDAÇÃO:
A saudação ao Orixá e às Entidades Pombagiras Mirins é: ―“Laroyê, Pombagira
Mirim! Pombagira Mirim é Modjubá! (Pronunciar a saudação e bater paô: a palma
da mão direita bate no centro da palma esquerda. Repetir tudo mais duas vezes,
num total de três― porque o três é utilizado sempre que se pede a Manifestação
do Sagrado.)
DIA
DA SEMANA: Não há um dia específico. Muitos dedicam a terça-feira, que é
regida por Marte e associada aos Orixás da Lei (Ogum e Iansã). A
designação de um dia específico, em cada Terreiro, também pode estar
relacionada ao Orixá que rege mais diretamente o trabalho da Entidade que
comanda esta Linha na Casa.
CAMPO
DE ATUAÇÃO: Recolhem e anulam as intenções maldosas (magias mentais e
projeções mentais negativas, bem como intrigas, difamações injustas etc.
praticadas às ocultas por pessoas mal intencionadas contra quem faz o bem);
desfazem situações complicadas e bloqueios íntimos profundos; cortam magias
negativas, principalmente as realizadas com recursos de “ocultação”; realizam
uma potente limpeza e equilíbrio energético em pessoas e ambientes.
PONTO DE
FORÇA: No geral, as encruzilhadas em “tê” e os caminhos. No particular, o
ponto de força do Orixá que rege seus campos específicos de trabalho.
COR:
Vermelha.
ELEMENTOS
DE TRABALHO: Ervas; alguidar pequeno com pequenas Pedras de Coralina,
Ametista, Pirita, Mica Rosa, Granada, Ágata de Fogo ou Vassoura da Bruxa, por
exemplos; búzios; moedas de cobre e/ou douradas; bolinhas de metal; velas e
pembas vermelhas; fitas e linhas vermelhas; sementes de olho de boi e olho de
cabra.
ERVAS:
1-Preferenciais:
Patchuli, malva rosa, rosa vermelha, amora, hibisco, pitanga.
2-Outras:
Alcaçuz; arnica; aroeira; arruda; canela; casca de alho e de cebola;
comigo-ninguém-pode; dandá da costa; erva-de-bicho; espadas de São Jorge e de
Santa Bárbara; eucalipto; folhas de bambu, de café, de goiaba, de laranja, de
limão, de manga, de pinheiro; garrinha de Pombagira; gengibre; guiné; losna;
manjericão roxo; pára-raio; peregum roxo; picão preto; pimentinhas vermelhas;
pinhão roxo; quebra-demanda; raízes; sementes (olho de cabra, olho de boi);
tiririca.
SEMENTES:
Olho de boi, olho de cabra.
FUMO/DEFUMAÇÃO:
Cigarrilha; fumos de ervas específicas enroladas na palha ou queimadas
diretamente.
PEDRAS:
As Pedras vermelhas e rosas, de preferência pequenas, tais como: Mica Rosa,
Granada, Geodos de Ágata de Fogo. Algumas usam Pirita e/ou Vassoura de Bruxa.
BEBIDAS:
Sucos de frutas vermelhas ou ácidas adoçado com mel ou com Alcaçuz; champanhe
escuro ou sidra com mel; licores bem doces.
FRUTAS:
Morango, cereja, maçã, uva escura, romã, acerola, pêssego, maracujá, abacaxi,
laranja, limão; as frutas ácidas e as vermelhas em geral.
FLORES:
Rosas vermelhas, mini-rosa vermelha, hibisco, brinco de princesa, flores
vermelhas pequenas em geral.
INCENSO:
Rosa vermelha, dama da noite, canela, jasmim.
OFERENDAS:
1-
Toalha ou pano vermelho; velas, fitas e linhas vermelhas; pembas vermelhas;
rosas vermelhas; frutas: maçã, morango, uva rosada, caqui; bebidas: champanhe
de maçã, de uva, de sidra; licores (Fonte: Rubens Saraceni, “Oferendas Básicas
Umbandistas”).
2-Frutas
vermelhas e/ou ácidas; ervas; rosas vermelhas; 1cigarrilha; 1 vela vermelha; 1
copo de sidra com mel. ●Preparação: Pedir licença e bênção ao Criador para
fazer a oferenda, saudando o Orixá e a Entidade Pombagira Mirim e pedindo a
imantação dos elementos para o objetivo desejado. ●Montagem: Cobrir o chão
com as ervas e sobre elas dispor as frutas. Cercar com as flores. Derramar a
bebida em volta. Firmar a vela na frente da oferenda e acender a cigarrilha,
dando três baforadas nos elementos (agradecendo, fazendo o pedido, conforme o
propósito da oferenda). Deixar a cigarrilha em pé, à esquerda da vela. Agradecer. ●Recolher
tudo quando a vela queimar, agradecer, embrulhar em papel limpo e jogar no
lixo.
3-
Maçã com mel ●Material: 1 maçã; pétalas de rosas vermelhas; 1
cigarrilha; uma velavermelha. ●Preparação: Fazer uma oração a Deus,
pedindo bênçãos e licença para a oferenda. Saudar Pombagira Mirim e pedir sua
proteção e a imantação dos elementos para o objetivo desejado. ●Montagem:
Tirar uma tampa da maçã, retirando parte do miolo para fazer um buraco e ali
despejar o mel. A pessoa pode colocar o próprio nome dentro da maçã. Rodear a
maçã com as pétalas. Firmar a vela na frente da maçã, saudando Pombagira Mirim.
Acender a cigarrilha e baforar três vezes na direção da maçã. Pedir proteção e
fazer o pedido específico (trabalho, saúde, harmonia na família, harmonia nos
relacionamentos). Colocar a cigarrilha em pé, à esquerda da vela.
Agradecer. ●Recolher tudo quando as velas queimarem, agradecer, embrulhar
em papel limpo e jogar no lixo.
´4-
Trouxinhas de ervas- Para recolher e anular negatividades, embaraços e atrasos
que se repetem na vida da pessoa. ●Material: Um punhado de pétalas de
rosas vermelhas, outro de arruda fresca e outro de pedacinhos de canela (as
duas últimas podem ser substituídas por outras ervas específicas); 7 paninhos
vermelhos redondos; 7 pedaços de fita vermelha de cetim (fininha); 7 velas
palito vermelhas; 1 copo de sidra com mel; 1 prato de papelão vermelho. Usar
ervas o bastante para fazer 7 montinhos, de modo que cada montinho caiba no
paninho vermelho redondo (para fazer as trouxinhas). ●Preparação: Separar
o material e fazer uma oração a Deus, pedindo licença para oferendar Pombagira
Mirim, saudando-a e pedindo sua proteção e a imantação do material para o
objetivo desejado. ●Montagem: Misturar as ervas e colocar cada montinho
dentro de um paninho vermelho redondo. Fechar, fazendo uma trouxinha, e amarrar
com um pedaço de fita vermelha, dando 3 nozinhos. A cada nó, a pessoa se
concentra com Fé e pede, nesta sequência: proteção, limpeza energética, depois
o pedido específico. Exemplo: “Peço, em nome de Deus, e de acordo com as minhas
necessidades e o meu merecimento, que Pombagira Mirim recolha aqui e anule
todas as negatividades que estão me envolvendo no campo... (especificar onde
está o embaraço: família, saúde, trabalho, amor etc.), desfazendo e anulando
tudo isso na origem e desembaraçando os Sete Sentidos da minha vida. Em nome de
Deus, que assim seja, e assim será!” ●Feito isto, colocar as trouxinhas no
prato de papelão. Despejar a bebida rodeando o prato. Em torno, acender e firmar
as velas. Depois de colocar as velas no chão, saudar Pombagira Mirim, repetindo
três vezes e batendo paô: “Salve suas Forças! Laroyê, Pombagira Mirim!
Pombagira Mirim Modjubá! Peço sua bênção e agradeço, agradeço, agradeço, em
nome de Deus! Axé!”. ●Depois que as velas queimarem, recolher tudo,
agradecer, embrulhar em papel limpo e jogar no lixo.
5-
Cestinhas de maçã ●Material: 7 maçãs grandes; 1 copo de bebida (champanhe
de maçã com mel, ou groselha com o champanhe, ou um dos sucos de fruta já
indicados, com mel); canela em pó para polvilhar; 7 velas palito vermelhas; 7
pedaços de fita vermelha de cetim (fininha); um prato de papelão vermelho (ou
um tecido vermelho) que dê para colocar as maçãs. ●Preparação: Separar
todo o material, pedir a bênção Divina e licença para a oferenda, saudando
Pombagira Mirim e pedindo sua proteção e a imantação dos elementos para o
objetivo desejado.●Montagem: Com cuidado, retirar parte da polpa de cada maçã,
esculpindo uma alça na parte de cima da fruta e fazendo um buraco na parte
inferior, dando o formato de uma cestinha. Despejar um pouco da bebida dentro
de cada maçã. Fazer um círculo de maçãs no prato (ou tecido) e polvilhar com a
canela. Estender as fitas, como raios, circulando tudo. Firmar as velas em
torno da oferenda, saudando Pombagira Mirim e fazendo seus pedidos.
Agradecer. ●Quando asvelas queimarem, recolher tudo,
agradecer, embrulhar num papel limpo e jogar no lixo.
6-
Taça de cobre com sumo de uva ● Material: Um cacho de uvas rosadas
(são pequenas e escuras); 2 copos de sidra ou de champanhe vermelho; uma taça
pequena de cobre; um pouco de mel; um punhado de dandá da costa (erva); 2 velas
vermelhas; 1 cigarrilha; 1 prato (ou pano) vermelho pequeno. ●Preparação:
Fazer uma oração a Deus, pedindo licença para a oferenda. Saudar Pombagira
Mirim, pedindo sua proteção e que imante os elementos com seu Axé e sua Magia,
já fazendo mentalmente o pedido específico. ●Montagem: Lavar e colocar as
uvas de molho na sidra (ou champanhe) por 3/4 horas, num vasilhame limpo e coberto,
firmando na frente 1 vela vermelha para Pombagira Mirim, concentrando-se no
pedido. Depois que a vela queimar, espremer as uvas para extrair o sumo, coar e
colocar na taça de cobre, misturando com o mel. Reservar as sobras do líquido,
para depois derramar em volta da oferenda. Colocar a taça sobre o prato (ou
tecido) e circundar com o dandá da costa (erva) e com respingos do sumo de uva
que restou. Acender a outra vela e firmá-la na frente da oferenda, fazendo o
pedido específico. Acender a cigarrilha, baforar três vezes sobre a oferenda,
saudando Pombagira Mirim e batendo paô (nas 3 vezes). Colocar a cigarrilha
sobre a taça. Agradecer. ●Quando a vela queimar, recolher tudo, embrulhar
em papel limpo e jogar no lixo. A taça pode ser lavada e reaproveitada.
Cozinha
ritualística:
1-Padê
de licor de cereja― 250 g de farinha de mandioca fina e crua; cerca de dois
copos de licor de cereja; pétalas de rosas vermelhas e pedacinhos de canela
para enfeitar. Despejar o licor num alguidar pequeno e molhar toda a parte
interna do vasilhame. Despejar a farinha, aos poucos e ir misturando, para que
fique uma pasta úmida e uniforme. Enfeitar com as pétalas e a canela.
2-Padê
de champanhe de maçã- 250 g de farinha de mandioca fina e crua; dois copos de
sidra; um pouco de mel; 7 morangos e pétalas de rosas vermelhas para enfeitar.
Despejar a bebida num alguidar pequeno, colocar a farinha e misturar. Regar com
mel e enfeitar com os morangos cortados ao meio e as pétalas.
3-
Padê de mel― Um punhado de farinha de mandioca fina e um copo de mel. Despejar
o mel num alguidar pequeno e ir misturando com a farinha. Pedir a harmonização
de situações de conflito. Pode-se enfeitar com pétalas de rosas vermelhas e/ou
pedaços de canela.
4- Padê com
farinha de milho amarela― Um punhado de farinha de milho amarela e outro de
açúcar cristal (ou mascavo); 1 copo de champanhe vermelho com mel.
Misturar a farinha e o açúcar, pedindo uma orientação e auxílio para
questões urgentes. Regar com a bebida (despejar com a mão, delicadamente).
●Observação:
Os padês servem como oferenda. Colocar o padê (ou quantos a pessoa fizer) no
alguidar (ou alguidares), firmando 1 vela vermelha (palito, ou então de 7 dias)
na frente. Pode-se acrescentar 1 copo de sidra com mel e 1 cigarrilha. Durante
a manipulação da farinha com a bebida, a pessoa vai fazendo uma oração e o seu
agradecimento (oferenda de agradecimento), ou então o pedido específico
(oferenda para obter ajuda).
TEXTO
DOUTRINÁRIO - O MISTÉRIO POMBAGIRA MIRIM- POR RUBENS SARACENI
Fonte: O
site do “Colégio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda”
Devido
ao pedido de muitas pessoas que receberam os textos sobre os Erês e sobre
Exu Mirim, vou discorrer de forma livre sobre a Linha das Pombagiras
Mirins, Seres Encantados tão desconhecidos quanto os Exus Mirins.
Todos os
mistérios da Criação Divina sempre se mostram aos pares, ainda que nem sempre
isso nos seja visível porque desconhecemos quase tudo sobre eles.
No caso de
algumas Linhas isso já está se mostrando e nem nos damos conta do que está tão
visível.
Então
vejamos:
Exu do Lodo
- Pombagira do Lodo
Exu Veludo -
Pombagira Veludo
Exu do
Cemitério - Pombagira do Cemitério
Exu Sete
Encruzilhadas - Pombagira Sete Encruzilhadas
Exu Sete
Capas - Pombagira Sete Véus
Exu Cigano -
Pombagira Cigana
Exu das
Matas - Pombagira das Matas
Exu das Sete
Praias - Pombagira das Sete Praias
Exu Navalha
- Pombagira Navalha
Exu João
Caveira - Pombagira Rosa Caveira, etc..
Nas Linhas
da Direita acontece a mesma bipolarização, porém menos visível, até porque
quando o Caboclo é ativo (incorporante), a Cabocla é passiva (não
incorporante), ou seu nome simbólico é diferente do dele, fato esse que dificulta
a identificação dos pares de Guias da Direita.
Pai João do
Congo forma par com Mãe ou Vovó Maria Conga
Pai João do
Cruzeiro forma par com Mãe Maria das Almas
Pai João de
Angola forma par com Vovó Maria do Rosário; etc.
Caboclo das
Matas - Cabocla Jurema.
Caboclo Pena
Branca - Cabocla Guaraciara.
Caboclo Sete
Ondas - Cabocla Yara; etc.
Bom, paremos
por aqui, senão iremos revelar algo ainda fechado no tocante às Linhas da
Direita, certo?
O fato é que
existe toda uma Dimensão da Vida localizada a sete graus à esquerda da Dimensão
Humana da Vida; escala essa que é horizontal e cada um dos seus graus contém
todo um universo em si mesmo, dentro do qual desemboca toda uma Realidade
Divina que começa no interior de Deus, dentro de uma de suas Matrizes Geradoras
de Vidas, vidas essas que são geradas aos pares (masculino e feminino).
Portanto,
existem 77 dessas Dimensões da Vida que desembocam nesse nosso abençoado
planeta e a Humana é a de número 21, na escala magnética Divina horizontal.
A de nº 20 é
a habitada pelos Seres Naturais regidos pelo Orixá Exu; e a de nº 22 é habitada
pelos Seres Naturais regidos pelo Orixá Ogum, só para que entendam essa escala
Divina, certo?
Todos os
graus abaixo de 21 são classificados como Dimensões negativas e as acima são
classificadas como Dimensões positivas.
A partir da
compreensão desse Mistério intra-planetário, então podemos discorrer sobre o
Mistério Pombagira Mirim, pois, assim como essa Matriz Divina gera Exu Mirim,
também gera um ser feminino em tudo análogo a ele (em poderes e Mistérios) e
que também se manifesta na Umbanda quando lhe é possível ou permitido, sendo
muito comum elas se apresentarem como Pombagiras Meninas.
Em outros
casos, apresentam- se como Pombagira Mariazinha (diminutivo de Maria Molambo ou
de Maria Padilha), etc.
É claro que
em um médium só se apresentará um Exu Mirim e a Pombagira Mirim será passiva
(não incorporante).
Já em uma
médium tanto pode incorporar o Exu Mirim quanto a Pombagira Mirim, mas nunca os
dois serão ativos e, ou será ele ou será ela que sempre incorporará e
trabalhará nas giras de atendimento ao público.
Mas isso não
quer dizer que não possa incorporar esporadicamente tanto o Exu quanto a
Pombagira Mirim, em uma gira fechada (não aberta ao público).
E antes que
alguém pergunte qual é a oferenda para elas, saibam que é igual às das
Pombagiras adultas.
É claro que
aqui só comentei um pouco sobre as Pombagiras Mirins e há muito mais sobre
elas, mas vou parar por aqui, senão terei que escrever um livro só sobre esse
mistério da Umbanda, certo? (RUBENS SARACENI)