Pai Ogum é a Divindade que está assentada no pólo positivo
(irradiante) da Linha da Lei. Representa a Ordenação Divina, o Governo da Lei
Maior em toda a Criação.
Suas Irradiações contínuas amparam e sustentam aqueles que
vivem dentro da Lei e da Ordem Divinas e também socorrem aos que necessitam
desse amparo.
Ogum é a Lei, cujo símbolo é a espada, que por sua vez
representa o caminho reto, a retidão de caráter, a honra, a honestidade.
Perante a Lei não existe “mais ou menos”, não se pode ser “mais ou menos
honesto”: ou se está no caminho reto, respeitando a Lei Divina, a si mesmo e ao
próximo, ou não se está. Por isso se diz que os filhos de Ogum são taxativos:
não hesitam em “comprar batalhas” para defender os amigos e aqueles que agem
com respeito à Lei de Deus e ao próximo, mas se afastam dos que agem com
desonestidade e deslealdade.
Ogum é o Senhor dos caminhos e realiza a abertura de
caminhos, a ordenação, o afastamento da desordem e do caos, o corte das
atuações negativas, mas tudo a partir do equilíbrio íntimo dos seres perante a
Lei Divina. A primeira “batalha” que Pai Ogum nos ensina a realizar é vencer os
vícios e a desordem interna para que, uma vez equilibrados, possamos atrair
situações e relacionamentos ordenados, livres da desordem que nasce do
desrespeito à Lei Maior e à Justiça Divina.
Lei e Justiça são interligadas, não se pode obter o amparo
da Justiça Divina sem viver em obediência às Leis da Criação. O dragão
subjugado por São Jorge e por São Miguel Arcanjo, que sincretizam com Ogum,
representa exatamente o trabalho pela vitória sobre as nossas trevas
interiores. O dragão é o símbolo da maldade, dos vícios, das negatividades, do
ego exacerbado, da vaidade extrema, da ganância etc. Vencendo “o dragão”, sob o
amparo de Ogum, nos habilitamos a atrair situações favoráveis, sob o amparo da
Lei. Porque a Lei atua sem cessar, irradiando-se para toda a Criação.
Sintonizados com a Lei, alcançamos o amparo da Lei e da Justiça do Criador.
Então, os inimigos terão olhos, mãos, pés e armas, mas não conseguirão nos
enxergar, não poderão nos tocar e nem nos alcançar ou ferir, como diz um ponto
cantado.
Seu primeiro elemento de atuação é o Ar e o 2º. Elemento é o
Fogo.
Na Linha pura da Lei Ogum faz par com Yansã, ambos atuando
pelo elemento Ar.
Também faz par com Egunitá, a Mãe do Fogo e da Justiça, aqui
formando com Ela uma Linha polarizada ou mista Lei/Justiça, pelos elementos
Ar/Fogo.
Nos elementos, Ogum é o ar que refresca e a brisa que acalenta.
Na Lei, Ogum é o princípio ordenador inquebrantável.
Na Criação Divina, Ogum é a defesa de tudo o que foi criado,
é a defesa da vida.
Na Irradiação da Lei, Ogum é passivo, pois seu magnetismo
irradia-se em ondas retas, em corrente contínua, e seu núcleo magnético gira
para a direita (sentido horário).
Seu Fator Ordenador nos ajuda a vencer nossas trevas e
bloqueios interiores (as verdadeiras demandas) e nos protege dos obstáculos
externos, quando vivemos de acordo com os ditames da Lei Divina.
Ogum é a Lei, é a via reta. É associado a Marte e ao número
7.
Na Bahia Ogum sincretiza com Santo Antonio de Pádua. Nos
demais Estados, em geral é sincretizado com São Jorge e celebrado em 23 de
abril.
A respeito do sincretismo de Ogum com São Jorge, FERNANDO
FERNANDES, no excelente artigo “Astrologia e Mitos Religiosos”, comenta: “O
simbolismo, aliás, não poderia ser mais adequado: São Jorge veste uma armadura
de guerra (a proteção necessária para atuar em ambientes inferiores) e monta um
cavalo branco (as forças da matéria e o lado animal da personalidade, já
purificados - por isso a cor branca - e colocados a serviço de desígnios
elevados). Utiliza a lança e a espada (um símbolo do direcionamento da energia)
e consegue vencer o dragão (as forças das trevas).”
Em seguida, o referido autor fala sobre características de
Ogum na Umbanda e no Candomblé e sua associação ao planeta Marte: ”A espada
está ligada ao Orixá de três formas: por ser guerreiro e caçador, Ogum rege as
armas em geral; por ser ferreiro, é fabricante de objetos de metal; e,
finalmente, é o orixá regente do ferro, matéria-prima para a maioria das armas.
Como símbolo, a espada representa a energia mobilizada e direcionada para
cortar o avanço do mal. Basta lembrar outra lenda, criada num ambiente bem
diferente do que estamos tratando: a história céltica do Rei Artur que, munido
da espada mágica Excalibur e sob a orientação de um iniciado, o Mago Merlin,
combate as forças malignas acionadas por temíveis feiticeiros. Excalibur é o
instrumento do combate da magia branca contra a magia negra. A espada de Ogum
tem o mesmo significado.
Cabe observar também que o ferro é o elemento químico
essencial para a formação dos glóbulos vermelhos. Da mesma forma como sua
carência torna o indivíduo anêmico, a carência da raiz energética de Ogum cria
uma espécie de anemia espiritual, ou seja, uma falta de coragem e de disposição
para lutar pelo próprio desenvolvimento. É por causa dessa função
revitalizadora que Ogum é apresentado nos mitos africanos como o orixá que vem
na frente, o pioneiro na tarefa de descer à Terra e acordar os homens.
Trata-se, evidentemente, de uma função típica de Áries e Marte.
(...) Ogum muitas vezes é invocado como se fosse uma espécie
de guarda-costas celeste, um orixá que, se devidamente agradado, tomará partido
em favor do filho de fé e voltará sua fúria contra os inimigos. (...) As
concepções mais elaboradas, entretanto, não vêem o orixá como um ser a serviço
dos interesses do homem, nem disposto a tomar partido em seus conflitos.
Em essência, as lutas de Ogum processam-se dentro da própria
alma, que traz simultaneamente o dragão e a serpente das tendências inferiores
assim como o germe da Divindade. Invocar Ogum significa ativar as energias
vitais que estão adormecidas na alma, despertar a parcela divina presente em
cada ser humano e mobilizar a força necessária para avançar.”
Em seguida, ele comenta o ponto cantado que diz: “Cavaleiro
supremo/mora dentro da lua /Sua bandeira divina/ é o manto da Virgem pura”,
acrescentando: “A lenda de São Jorge, que não tem qualquer origem no culto dos
orixás, mas sim no Cristianismo Popular, atribui-lhe o domínio da Lua, onde ele
estaria em permanente combate com o dragão. É interessante notar que o símbolo
da Lua, do ponto de vista astrológico, não é o desenho da Lua Cheia, mas do
Crescente, que é formado por dois semi-círculos. Enquanto o círculo - o Sol -
representa o espírito enquanto instância permanente e perfeita, o semicírculo é
a alma, ou seja, o espírito ainda submetido às experiências da evolução,
aprisionado nas sombras da própria ignorância e no vendaval das paixões ainda
não dominadas. A Lua não tem brilho próprio, apenas refletindo a luz do Sol. Da
mesma forma, para tomar de empréstimo uma concepção do pensamento hinduísta, a
alma que perambula nas experiências de aprendizagem expressa apenas um reflexo
provisório de sua verdadeira identidade, que só brilhará de forma pura quando o
espírito transcender o ciclo das reencarnações e alcançar os planos mais
elevados da absoluta ausência de forma, no mental superior.
Há um ditado do Catolicismo Popular que afirma que
Maria é o atalho para Jesus. Da mesma maneira, muitos astrólogos medievais viam
a Lua como um caminho para o Sol, assim como, na concepção hinduísta, a vida
sob o domínio da emoção e dos sentimentos é a etapa necessária para a vida no
plano da criação pura. Voltando aos astrólogos da Idade Média, era comum em
textos da época a referência ao mundo sublunar para falar da mutável e inconstante
realidade terrena, em contraste com a atemporalidade da perfeição espiritual
simbolizada pelo Sol. Em todas as religiões antigas, a Lua e o Sol constituem
um casal divino, cujo melhor exemplo é o mito de Ísis e Osíris no Egito. No
sincretismo afro-brasileiro, a associação é com Iemanjá e Oxalá, identificados,
aliás, com Nossa Senhora e Jesus Cristo. Mas por que razão Ogum, orixá de
conotação nitidamente masculina, assim como São Jorge, santo militar e
pertencente a um universo dominado pelos homens, surgem tão freqüentemente
relacionados à Lua e aos orixás femininos das águas, como Iemanjá e Oxum?
Há, pelo menos, duas explicações possíveis: em
primeiro lugar, as demandas que Ogum enfrenta pertencem todas ao domínio das
paixões inferiores, como o ódio, a inveja, o ciúme e o egoísmo.
A Lua, cuja permanente mudança de fases bem representa
a instabilidade da alma humana, é o campo de batalha onde os instintos precisam
ser vencidos para que brilhe a natureza solar. Em segundo lugar, podemos
lembrar o princípio da complementaridade dos opostos: masculino e feminino são
polaridades que não podem existir de forma exclusiva, sem a complementaridade
do outro pólo.
Ogum, que carrega consigo tantas qualidades
positivamente masculinas, como a força, a coragem, a energia do fogo e a carga
de agressividade necessária para qualquer realização, precisa do tempero da
receptividade, da doçura, da paciência e da devoção, atributos femininos dos
orixás das águas. Sem esse tempero, o resultado é desequilíbrio.
Os mitos africanos, ao mostrarem um Ogum guerreiro,
violento, destruidor e, ao mesmo tempo, incapaz de compreender a alma feminina
(ele perde, sucessivamente, suas esposas para Xangô), não estão falando
verdadeiramente do orixá, mas de sua manifestação imperfeita e desequilibrada
no próprio ser humano. Na medida em que as qualidades precisam ser integradas e
harmonizadas, os conflitos míticos entre os orixás dramatizam exatamente a luta
por essa integração interior, na busca da totalidade psíquica.
O Ogum do sincretismo afro-brasileiro, que trabalha
harmoniosamente associado a Oxum e Iemanjá, como demonstram os pontos, já
expressa, pois, uma concepção mais integrativa do que aquela presente nas
lendas iorubanas. O ponto atribui uma característica feminina à bandeira
de São Jorge: não é mais o estandarte de guerra, mas o próprio manto da
Virgem.
Em todos os pontos em que Ogum aparece associado ao
princípio feminino, seja sob a forma da Virgem Maria, de Iemanjá ou de Oxum, o
sentido é sempre o da força dirigida pela sabedoria, a energia de luta colocada
a serviço da misericórdia. Trata-se de um belo simbolismo que reúne elementos
das tradições cristã e iorubana.” (Material extraído do site:www.constelar.com.br/revista/ediçao37/jorge4.htm)
História
No Candomblé, Ogum é o grande general, marechal de todas as
lutas, o grande guardião, o pai rígido e severo, mas apaixonado e compreensivo.
É a franqueza, a decisão, a convicção, a certeza. É o empilhamento de metais, a
bateria que gera a energia, a pilha. É a própria energia, vibrante,
incontrolável, devastador, é a vida em sua plenitude.
Ogum também está presente nas construções, nas
edificações, no cimento que vai unir tijolos e construir casas. É a muralha, o
obstáculo difícil de ser vencido. É o amianto, o aço, o ferro, a bauxita, o
manganês, o carvão mineral, a prata, o ouro maciço, o diamante em estado bruto,
o zinco, o cobre, o alumínio, o parafuso, o prego, a mola, a viga, a estrutura,
o concreto, a dureza, a firmeza. É também a lapidação, o aparelho cirúrgico, o
aparelho dentário, o próprio dente. É o ato de cortar, morder, devorar.
Como Orixá, Ogum é o Senhor do ferro, dos ferreiros e
de todos aqueles que utilizam esse metal.
Ogum é filho de Odudua com Yemanjá e irmão de Exu e
Oxóssi. Era um caçador tranqüilo, calmo, pacato, bom filho, bom irmão,
atencioso e trabalhador. Provia sua casa e família, pois Exu gostava de viajar
pelo mundo, enquanto Oxóssi era mais descansado e contemplativo. Ogum cuidava
da caça, dos consertos etc. Mas dentro de seu coração existia um enorme desejo
de “ganhar o mundo”.
Num belo dia, ao voltar de uma caçada, viu sua família
ameaçada por guerreiros de terras distantes. Ao ver a casa em chamas e seus
entes queridos clamando por socorro, Ogum tomou-se de ira e, sozinho, arrasou
os agressores, não deixando um só de pé. Daí por diante, Ogum iniciou Oxóssi
nas artes da caça, mostrou-lhe os caminhos e trilhas da floresta e lhe disse: -
“Sempre que estiveres em perigo, pense em mim. De onde eu estiver, voltarei
para defendê-lo”. Em seguida, aproximou-se de Yemanjá e se despediu: - “Mãe, eu
preciso ir. Preciso vencer e conquistar. Está no meu sangue, essa é a minha
vontade”. Partiu e se tornou o maior guerreiro do mundo. Vencia todos os
exércitos.
Ogum se tornou a vitória, a força da conquista.
Tornou-se Rei de Ifé, quando Odudua (fundador de Ifé) ficou cego. Brigou com
reinos vizinhos a Ifé, aumentando cada vez mais o seu reinado. Dominou as
cidades de Ará e de Irê, passando a usar o título de Onirê (Rei de Irê).
Ogum é uma das Divindades yorubanas mais conhecidas,
cultuadas e temidas. Às vezes, é até mais temido do que Exu, sobre o qual tem
total domínio. Sem a permissão e a proteção de Ogum, nenhuma atividade seria
proveitosa.
Ogum é o dono do obé (faca). Divindades mais antigas,
originárias de países vizinhos, mesmo que assimiladas pelos Nagôs-Yorubás, não
aceitavam de bom grado a primazia que Odudua concedeu a Ogum. Dentro desse
contexto, essas diferenças deram origem a “conflitos” entre Nanã e Ogum, isto
porque Nanã, o mais antigo Orixá da Nação de Daomé, não aceita o comando de
Ogum. Por isso, nenhum animal oferecido a Nanã poderia ser cortado com o obé
(faca) de metal, e sim com o de madeira.
A principal insígnia de Ogum é a espada, que Ele
empunha com ar marcial quando, manifestado, dança no Candomblé. Nesta dança, ao
deparar com outro Orixá que também esteja empunhando uma espada, Ogum trança
armas com ele e as lâminas se entrechocam, ritmadas (o que está relacionado com
o que é conhecido como pírrica, ou seja, a dança militar na qual seus
executantes apresentam-se armados).
As armas mágicas de Ogum são a espada de São Jorge e a
lança de Ogum, liliáceas da África Equatorial, aclimatadas no Brasil. O nome
espada de São Jorge se deve à forma da folha carnosa, que lembra uma larga e
longa lâmina de arma branca, com dois gumes e o ápice acuminado. Costuma ser
plantada em vasos, jardineiras ou canteiros, em residências ou à entrada de
casas comerciais, como espada capaz de defender dos malefícios. Nos terreiros,
a espada de São Jorge é brandida como veículo de passes ou para afastar os maus
espíritos. É uma das plantas usadas em banhos de proteção. Serve para sinais
cabalísticos traçados no ar, durante consultas ou cerimônias; é usada inclusive
na sagração dos noviços (como acontecia com os reis e cavaleiros medievais).
Na lança de Ogum, conforme o próprio nome indica, a
folha carnosa é cilíndrica e pontiaguda, como uma lança. Suas atribuições
rituais e poderes mágicos têm semelhança com os da espada de São Jorge.
Outra planta ligada a Ogum é o dendê ou dendezeiro,
uma palmeira africana aclimatada no Brasil. Ogum é representado pelas
franjas de folhas desfiadas dessa palmeira: o mariwó. Além de insígnia do
Orixá, o mariwó é também proteção e defesa: dependurado sobre portas e janelas
ou à entrada dos caminhos, afasta bruxedos e influências maléficas.
Na Bahia, Ogum é sincretizado com Santo Antônio,
capitão do exército brasileiro. Sua espada e seu uniforme de gala como capitão,
doados por uma beata, foram conservados pelos Franciscanos da Bahia, segundo
Pierre Verger, que na Igreja fotografou o sabre e o fardamento do Santo. Santo
Antônio, que “sentou praça” no Forte da Barra em fins do século XVI, como
simples soldado, foi promovido a capitão em 1705 e a major durante a última
guerra mundial. Debret atribuiu ao Santo casamenteiro o posto mais elevado da
hierarquia militar, como "marechal dos exércitos do rei e comandante das
Ordens de Cristo, na Bahia."
LENDAS
Ogum
e o número sete
Ogum é
único. Mas em Irê costuma-se dizer que Ele é composto de sete partes: “Ógún
méjeje lóòde Iré”, uma alusão às sete aldeias que existiram em volta de Irê,
hoje desaparecidas. Por isso o número 7 é associado a Ogum, que é representado,
nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos de ferro, em número de 7,
14 ou 21, pendurados numa haste horizontal também de ferro, tais como: lança,
espada, enxada, torquês, facão, ponta de flecha e enxó, símbolos de suas
atividades.
Sobre as 7
partes de Ogum existem muitas lendas. Duas são mais conhecidas e o relacionam
com Oyá (Yansã).
A primeira
lenda conta que Ogum preparou-se para ir à guerra. Oyá, sua esposa, também
guerreira, quis acompanhá-lo, mas Ogum proibiu-a. Muito astuta e não querendo deixar
de guerrear ao lado do marido, Oyá vestiu uma das roupas dele, prendeu os
cabelos por baixo de um capacete e seguiu-o.
A luta foi
muito grande. Ogum estava quase a perdê-la, quando Oyá levantou sua espada,
lutou por ele e venceu a batalha. Então Ogum quis saber quem era o garboso
guerreiro. E Oyá, muito orgulhosa, tirou o capacete e soltou os cabelos.
Ogum
reconheceu a esposa, mas por orgulho não quis admitir ter sido salvo por uma
mulher e levantou sua espada para matá-la. Oyá, ao mesmo tempo, também levantou
a sua para defender-se. As espadas tocaram-se no ar. Travaram então uma grande
luta, na qual Ogum cortou Oyá em nove (partes) e Oyá cortou Ogum em sete.
A segunda
lenda sobre os 7 Oguns, também relacionada a Oyá, conta que Ela era a
companheira de Ogum e o ajudava no trabalho de forjar o ferro. Todo dia Oyá
carregava seus instrumentos e ia para a oficina, onde manejava o fole para
ativar o fogo da forja.
Por essa
ajuda, Ogum ofereceu a Oyá uma vara de ferro, semelhante a uma que ele possuía
e que tinha o poder de dividir os homens em sete partes e as mulheres em nove,
se por ela fossem tocados no decorrer de uma briga.
Xangô
gostava de sentar-se próximo, a fim de apreciar Ogum bater o ferro, e de vez em
quando lançava olhares a Oyá, que também olhava para Xangô. Os cabelos de Xangô
eram trançados com búzios, como os de uma mulher, Ele usava brincos, colares e
pulseiras. Sua beleza e seu poder fascinavam Oyá, que nada disso via em Ogum.
Um dia, Oyá fugiu com Xangô. Ogum perseguiu-os. Encontrou-os, brandiu sua vara
mágica. Oyá fez o mesmo. Eles se tocaram ao mesmo tempo. Assim, Ogum foi
dividido em sete e Oyá em nove, recebendo o nome de Ogum Méjeje (sete),
enquanto Oyá recebeu o nome de Yámessan (nove).
Ogum vai
morar na lua. Ogum torna-se um Orixá.
Outra lenda
conta que quando Ogum conquistou o reino de Irê, deu o trono para seu filho e
partiu em busca de novas batalhas. Anos depois, ele voltou. Mas chegou no dia
de uma festa religiosa em que todos deviam guardar silêncio. Sentindo sede,
quis beber, mas o vinho havia sido todo usado no ritual religioso; pediu comida
e ninguém lhe respondeu, por causa da proibição religiosa.
Pensando que
o desprezavam, Ogum puxou a espada e matou todo mundo. Quando terminou a
cerimônia religiosa, o filho veio ao encontro de Ogum, prestou-lhe todas as
homenagens e ofereceu-lhe um banquete. Os habitantes de Irê, já libertos do
voto de silêncio, começaram a cantar louvores a Ogum, dizendo: “Ogum jé ojá”
(Ogum come cachorro); o que lhe valeu o nome de Ogunjá. Então Ogum soube do
motivo daquele silêncio e lamentou seus atos violentos. Lançou sua espada no ar
e subiu com ela para o Orum, indo habitar a lua. Outros contam que Ogum baixou
a ponta da sua espada em direção ao solo e desapareceu terra adentro, com um
barulho assustador, tornando-se então um Orixá.
Porém, antes
de desaparecer, Ogum pronunciou algumas palavras. E se alguém pronunciar essas
mesmas palavras durante uma batalha, Ogum vem e guerreia por essa pessoa. Mas
tais palavras não podem ser usadas em outras circunstâncias: se Ogum não
encontrar inimigos diante de si, é sobre o imprudente que as pronunciou que Ele
se lançará.
Ogum
e Exu
Uma lenda
conta que Ogum foi o segundo filho de Iemanjá e que era muito ligado a Exu, seu
irmão mais velho. Os dois eram muito aventureiros e brincalhões, estavam sempre
fazendo estripulias. Quando Exu foi expulso de casa pelos pais, Ogum ficou
muito zangado e resolveu acompanhar o irmão. Foi atrás dele e por muito tempo
os dois correram mundo juntos. Exu, o mais esperto, resolvia para onde iriam; e
Ogum, o mais forte e guerreiro, ia vencendo todas as dificuldades do caminho.
É por isso
que Ogum sempre surge nos cultos logo depois de Exu, pois honrar seu irmão
preferido é a melhor forma de agradá-lo. E enquanto Exu é o dono das encruzilhadas,
Ogum governa a reta dos caminhos.
Divindades
associadas:
Da cultura
grega- Ares (que é o Marte romano), deus da guerra e pai de diversos heróis
Da cultura
hindu- Indra, Vayu, Ganesha ou Ganapati (Senhor dos Exércitos), Kalki,
Kartikeya ou Skanda, Twachtri
Da cultura
nórdica- Odim (o maior de todos os guerreiros)
Da cultura
celta- Lugh (guerreiro que parece montado em seu cavalo com uma lança mágica na
mão)
Da cultura
sumeriana- Zababa, Ninrud
Da cultura
síria- Resheph
Da cultura
chinesa- Liu Pei (guerreiro, Divindade da honra e do dever), Kwan Kun (Senhor
das artes marciais e protetor da Divindade Kwan Yin
Da cultura
japonesa- Maristin (Divindade da guerra, em cuja honra é realizado anualmente
um simulacro de combate)
Da cultura
asteca- Huitzilopochti (Divindade do sol e da guerra)
(Fonte: O
livro “Deus, “deuses”, Divindades e Anjos”, Alexandre Cumino, Ed. Madras.)
As
Características Dos Filhos De Ogum
Não é
difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente
coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia
logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto. São
conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e
assuntos novos, conseqüentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço
e de cidade. Um trabalho que exija rotina, tornará um filho de Ogum um
desajustado e amargo. São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas
curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em
pauta; a coragem é muito grande.
Os
filhos de Ogum custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes
na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções. São amigos
camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas.
Divertidos,
despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais,
e não se fixam muito a uma só pessoa até realmente encontrarem seu grande amor.
São
pessoas determinadas e com vigor e espírito de competição. Mostram-se líderes
natos e com coragem para enfrentar qualquer missão, mas são francos e, às
vezes, rudes ao impor sua vontade e idéias. Arrependem-se quando vêem que
erraram, assim, tornam-se abertos a novas idéias e opiniões, desde que sejam
coerentes e precisas.
As
pessoas de Ogum são práticas e inquietas, nunca "falam por trás" de
alguém, não gostam de traição, dissimulação ou injustiça com os mais fracos.
Nenhum
filho de Ogum nasce equilibrado. Seu temperamento, difícil e rebelde, o torna,
desde a infância, quase um desajustado. Entretanto, como não depende de ninguém
para vencer suas dificuldades, com o crescimento vai se libertando e
acomodando-se às suas necessidades. Quando os filhos de Ogum conseguem
equilibrar seu gênio impulsivo com sua garra, a vida lhe fica bem mais fácil.
Se ele conseguisse esperar ao menos 24 hs. para decidir, evitaria muitos
revezes, muito embora, por mais incrível que pareça, são calculistas e
estrategistas. Contar até 10 antes de deixar explodir sua zanga, também lhe
evitaria muitos remorsos. Seu maior defeito é o gênio impulsivo e sua maior
qualidade é que sempre, seja pelo caminho que for, será sempre um Vencedor.
A sua
impaciência é marcante. Tem decisões precipitadas. Inicia tudo sem se preocupar
como vai terminar e nem quando. Está sempre em busca do considerado o
impossível. Ama o desafio. Não recusa luta e quanto maior o obstáculo mais
desperta a garra para ultrapassá-lo. Como os soldados que conquistavam cidades
e depois a largavam para seguir em novas conquistas, os filhos de Ogum perseguem
tenazmente um objetivo: quando o atinge, imediatamente o larga e parte em
procura de outro. É insaciável em suas próprias conquistas. Não admite a
injustiça e costuma proteger os mais fracos, assumindo integralmente a situação
daquele que quer proteger. Sabe mandar sem nenhum constrangimento e ao mesmo
tempo sabe ser mandado, desde que não seja desrespeitado. Adapta-se facilmente
em qualquer lugar. Come para viver, não fazendo questão da qualidade ou paladar
da comida. Por ser Ogum o Orixá do Ferro e do Fogo seu filho gosta muito de
armas, facas, espadas e das coisas feitas em ferro ou latão. É franco, muitas
vezes até com assustadora agressividade. Não faz rodeio para dizer as coisas.
Não admite a fraqueza e a falta de garra.
Têm um
grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as ofensas sérias de que
são vítimas. São desgarrados materialmente de qualquer coisa, pessoas curiosas
e resistentes, tendo grande capacidade de se concentrar num objetivo a ser
conquistado, persistentes, extraordinária coragem, franqueza absoluta
chegando à arrogância. Quando não estão presos a acessos de raiva, são grandes
amigos e companheiros para todas as horas.
É
pessoa de tipo esguio e procura sempre manter-se bem fisicamente. Adora o
esporte e está sempre agitado e em movimento, tendem a ser musculosos e
atléticos, principalmente na juventude, tendo grande energia nervosa que
necessita ser descarregadas em qualquer atividade que não implique em desgastes
físicos.
Sua
vida amorosa tende a ser muito variada, sem grandes ligações perenes, mas sim
superficiais e rápidas.
Cozinha
ritualística
Cará com
Dendê e Mel
Lave um
inhame em sete águas (sete vezes), depois coloque numa gamela de madeira ou
alguidar. Com uma faca (obé), bem afiado, corte-o na vertical. Na banda do lado
esquerdo se passa dendê e na do lado direito mel.
Paliteiro
de Ogum
Cozinhe um
Cará com casca e tudo. Coloque numa gamela de madeira ou alguidar. Espete
palitos de Mariô por toda a superfície. Pode regar com dendê ou mel.
Feijão
Mulatinho
Cozinhe o feijão
mulatinho (ou cavalo) e tempere-o com cebola refogada no dendê, coloque em um
alguidar e enfeite com 7 camarões fritos no dendê.
Feijão
para Ogum
Ingredientes:
500g de feijão cavalo, 1 cebola, 1 vidro de dendê, 7 camarões grandes. Preparo:
Cozinhe ligeiramente o feijão e tempere-o com cebola refogada no dendê. Coloque
em um alguidar forrado com folhas de louro e enfeite com os camarões passados
no dendê.
Vatapá de
Ogum
Ingredientes:
Azeite de dendê; 2 cocos; 500 g de camarão seco; 500 g de camarão fresco;
500 g de garoupa (ou outro peixe em postas); 250 g de amendoim torrado (ou, se
preferir, 100 g de castanha de caju torrada); 12 pães pequenos amolecidos
em água; 2 cebolas grandes; 2 dentes de alho . Preparo: Tire o coco da casca.
Lave, rale, aqueça em banho-maria, então esprema num guardanapo o leite
puro extraído.
Junte ao bagaço do coco dois copos de água quente e esprema novamente. Repita o processo mais uma vez, cuidando de deixar separados os leites (deixar em vasilhames separados o primeiro leite do coco, o segundo e o terceiro). Bata no liquidificador ou triture 2 cebolas grandes, 2 dentes de alho e o camarão seco. Depois triture o pão amolecido. Cozinhe o peixe e o camarão frescos com pouco tempero, sem tomate. Refogue o amendoim, a cebola, o alho e o camarão seco. Depois junte o pão. E vá então juntando o segundo leite, depois o terceiro, enquanto for preciso, até dar consistência. Também se pode juntar um pouco da água onde foram cozidos o peixe e o camarão, se for preciso. Quando estiver tudo quase cozido, junte o leite puro, ou seja, o “primeiro leite tirado do coco, depois o peixe em lascas e o camarão fresco. Ao colocar o pão, tempere com sal e não pare de mexer, para não embolar. Junte azeite de dendê em quantidade suficiente. (A consistência deve ser para comer com garfo.) Sirva com angu de arroz, conforme a receita a seguir:
Junte ao bagaço do coco dois copos de água quente e esprema novamente. Repita o processo mais uma vez, cuidando de deixar separados os leites (deixar em vasilhames separados o primeiro leite do coco, o segundo e o terceiro). Bata no liquidificador ou triture 2 cebolas grandes, 2 dentes de alho e o camarão seco. Depois triture o pão amolecido. Cozinhe o peixe e o camarão frescos com pouco tempero, sem tomate. Refogue o amendoim, a cebola, o alho e o camarão seco. Depois junte o pão. E vá então juntando o segundo leite, depois o terceiro, enquanto for preciso, até dar consistência. Também se pode juntar um pouco da água onde foram cozidos o peixe e o camarão, se for preciso. Quando estiver tudo quase cozido, junte o leite puro, ou seja, o “primeiro leite tirado do coco, depois o peixe em lascas e o camarão fresco. Ao colocar o pão, tempere com sal e não pare de mexer, para não embolar. Junte azeite de dendê em quantidade suficiente. (A consistência deve ser para comer com garfo.) Sirva com angu de arroz, conforme a receita a seguir:
Angu de
arroz
Desmanche um
punhado de farinha de arroz em leite de coco frio. Tempere com sal e leve ao
fogo para cozinhar, sem parar de mexer. Quando estiver cozido, pode juntar o
leite de coco puro, fervendo por mais um ou dois minutos. Despeje em forma
molhada, deixe esfriar e desenforme num prato. Este angu é o acompanhamento
correto do vatapá.
Peixe de
água salgada assado e recheado com amendoins inteiros e crus e com um
punhado de grãos de milho previamente aferventados. Servir sobre folhas de
louro fresco. Enfeitar com tiras de coco, fatias de manga espada e rodelas de
rabanete.
Inhame
assado e rodeado de feijão fradinho levemente torrado. Servir sobre
folhas de manga ou de louro fresco.
Farofa de
feijão (fradinho, branco, ou feijão cavalo).
Cozinhar
ligeiramente o feijão com água e sal, tendo o cuidado de conservar os grãos
inteiros. Escorrer e reservar. Numa panela à parte, derreter um pouco de
toucinho (banha de porco) com rodelas de cebola. Quando a cebola começar a
dourar, joga-se um punhado de farinha de mandioca para torrar e por ultimo o
feijão, misturando tudo. Servir sobre um punhado de ervas (quebra demanda,
louro, guiné, folhas de manga etc.) e enfeitar com pimentas dedo de moça.
Costela de
boi assada com fatias de inhame ou de batata. Oferendar sobre ervas frescas
(pode ser num alguidar forrado com as ervas), rodear com farinha de mandioca e
com um punhado de pipoca feita no dendê.
Farofa de
inhame-
Assar
ou cozinhar um inhame grande e fatiá-lo em sete partes. Misturar um
punhado de farinha de milho amarela. Regar com mel. Oferendar sobre um maço de
ervas frescas (ver as ervas do Orixá). Pode-se enfeitar com cravos vermelhos
(flor) ou então com 21 cravos da Índia (a especiaria).
Mingau
forte
Ingredientes:
7 camarões frescos; 2 copos de água de coco verde (ou de leite de coco); 1
inhame pequeno cozido e amassado; um pouquinho de farinha de mandioca e um
punhado de amendoins inteiros e crus. Preparo: Lavar os camarões, passar num
suco de limão e cozinhar ligeiramente na água (ou leite) de coco. Retirar os
camarões do caldo que ficou e reservar. Levar o caldo ao fogo bem baixo,
acrescentar a o inhame já amassado e a farinha, mexendo por minutos, para engrossar.
Fora do fogo, misturar os camarões, com cuidado para não quebrarem.
Oferendar sobre ervas frescas e enfeitar com os amendoins.
Oferenda
para Ogum
- Cerveja branca, cravos vermelhos, uva rubi, figo, manga espada, velas branca, vermelha e azul escuro, tudo depositado em um campo aberto, pois seu ponto de força são todos os caminhos abertos.
- Cerveja branca, cravos vermelhos, uva rubi, figo, manga espada, velas branca, vermelha e azul escuro, tudo depositado em um campo aberto, pois seu ponto de força são todos os caminhos abertos.
Onde
oferendar: Num campo, caminho ou encruzilhada.
Quando
Firmar para Ogum
Para
abertura de caminhos, situações de perigo, ordenando e direcionando quando se
sentir sem rumo, cortando e anulando magias negativas, nos trazendo potência,
força de seguir em frente e proteção em todos os sentidos.
Firmeza
para Ogum 3 pedras de granada
pequenas, 1 pedaço de ferro, uma vela de 7 dias azul escuro, sendo feita desta
forma – as pedras dispostas em triângulo, no centro a vela de 7 dias azul
escura e do lado da vela o pedaço de ferro, embaixo da vela seu nome ou foto e
você montará esta firmeza no seu congá ou no solo.
Amanci de
Ogum
Água de rio
com folhas de pinheiro maceradas e curtidas por sete dias.
Alguns
Caboclos de Ogum: Rompe Mato (Ogum/Oxóssi), Ubirajara Peito de Aço (e Linha
de Caboclos Peito de Aço), Timbiri, Humaitá, Tira-Teima, Araguari, Sete Espadas
(Oxalá/Ogum), Sete Lanças (Oxalá/Ogum), Sete Escudos (Oxalá/Ogum), Araribóia,
Jupiara, Guerreiro, Quebra Pedras (Ogum/Oxum), Pedra Azul (Oxalá/Ogum), Rompe
Terras (Ogum/Omolu), Arranca Toco (Ogum/Omolu), Quebra Toco (Ogum/Omolu), Pena
Azul (Oxóssi/Ogum).
Alguns
Exus de Ogum: Tranca Ruas, Sete Facas (Oxalá/Ogum), Sete Espadas
(Oxalá/Ogum), 7 Ferraduras (Oxalá/Ogum), Exu Ferrolho (Ogum/Oxum), Exu 7
Correntes (Oxalá/Ogum/Oxum), Exu Trinca Ferro (Omolu/Ogum), Exu do Ferro, Exu
Corta Fogo (Ogum/Xangô), Exu Pé de Ferro, Exu Garra de Ferro
TRONO
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Masculino da Lei
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Linha/Sentido
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Lei
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Atributo
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Lei/Ordenação
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Campo de atuação
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Lei e Justiça
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Fator
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Potencializador (fator puro) e Ordenador (fator misto)
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Essência
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Eólica
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Elementos
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Primeiro elemento: Ar
Segundo elemento: Fogo.
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Polariza com
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Yansã (par puro na Linha da Lei, pelo elemento Ar) e com
Egunitá (par misto na Linha da Justiça, elementos Ar/Fogo)
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Cor
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Azul escuro, vermelho, prateado.
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Fio de Contas
|
Contas de cristal ou de porcelana vermelhas e brancas ou
vermelhas e azuis escuras alternadas
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Ferramentas
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Lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flecha e
enxó, símbolos de suas atividades.
|
Ervas
|
Espada de São Jorge, quebra-demanda, romã, aroeira,
assa-peixe, abre caminho, babosa, mangueira (folhas), peregum verde (ou
dracena), eucalipto, gengibre, goiabeira, guiné, dandá, folhas de pitanga
(cf. Adriano Camargo). Outras: Cana do brejo, babosa, losna, tanchagem ou
tansagem, açoita-cavalo (ou ivitinga ou iritinga), açucena rajada (ou cebola
cencém), arnica, cabeluda (ou bacuíca), cana de macaco, canjerana (ou
pau-santo), carqueja, dragoeiro (ou sangue de dragão), erva-tostão, guanxuma,
grumixameira, guarabu (ou pau-roxo), helicônia, jabuticaba (a entrecasca),
jambo amarelo, jambo encarnado, limão bravo, óleo pardo, pau d’água,
piri-piri, poincétia, porangaba, São Gonçalinho, vassourinha de igreja, lança
de São Jorge, quitoco, mariô (ou mariwô), coroa de Ogum, canela de macaco,
erva grossa, parietária, nutamba, alfavaquinha, bredo, cipó chumbo, pata de
vaca, comigo ninguém pode, cinco folhas, macaé, folhas de jurubeba.
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Símbolos
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Espada, lança, escudo
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Ponto na
Natureza
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Os caminhos, campos e as encruzilhadas.
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Flores
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Cravo vermelho, rosa vermelha, antúrio vermelho.
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Essências
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Cravo, benjoim
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Pedras
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Granada, hematita, magnetita, rubi, sodalita. Dia indicado
para a consagração: 5ª-feira. Hora indicada: 06 horas
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Minério
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Ferro- Dia indicado para consagração: 4ª-feira- Hora
indicada: 10 horas.
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Planeta
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Marte
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Dia da semana
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3ª-feira
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Saúde
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Glândula tireóide, garganta, ouvidos, pescoço, voz,
maxilares, tubos branquiais, traquéia, parte superior dos pulmões, braços,
esôfago. No aspecto emocional, diz respeito à nossa capacidade de comunicar e
expressar a nossa vontade (saber dizer “sim” e “não”) e de nos colocarmos
perante a sociedade.
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Chacra
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Laríngeo ou da garganta.
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Saudação
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Ogum-Yê!
Patacori Ogum!
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Bebida
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Vinho tinto, cerveja branca, vinho tinto licoroso, água de
rio, água mineral
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Animais
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Cachorro, galo vermelho, serpente
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Comidas
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Maçã, graviola, carambola, limão, romã, melão, melancia,
manga espada, banana, pitomba, siriguela, uva vermelha, uva verde, abacate,
abio, lima da pérsia, cereja, ameixa vermelha, milho, coco, morango, marmelo,
cana-de-açúcar, laranja ácida, caqui, inhame, feijão cavalo, feijão fradinho,
feijão branco, farinha de milho, farinha de mandioca, fava, rabanete,
abobrinha.
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Número
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7
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Data Comemorativa
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23 de abril
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Sincretismo
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São Jorge. Na Bahia é também sincretizado com Santo
Antonio de Pádua.
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Incompatibilidades
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Quiabo
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Qualidades
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Ògún Meje – O mais velho de todos, a raiz dos outros.
Aspecto do Orixá que lembra sua conquista da sétima aldeia, chamada Ire (Meje
Ire), onde deixou o filho Adahunsi em seu lugar.
Ògún Je Ajá ou Ogúnjá – Nome que deriva de sua preferência
em receber cães como oferenda. Um mito liga-o a Oxaguiã e a Yemanjá quanto à
sua origem e como ele ajudou Oxalá. É um Ògún particularmente combativo.
Veste-se de verde escuro e usa contas verdes. Dizem que acompanha Ogúnté.
Ògún Ajàká – É o “verdadeiro Ògún guerreiro”, que em
princípio se veste de vermelho. Teria sido rei de Òyó e irmão de Sàngó. É um
tipo particularmente agressivo de Ògún, um militar acostumado a dar ordens e
a ser obedecido, seco e voluntarioso.
Ògún Xoroke ou Ògún Soroke (soro = falar; ke= mais alto) - Apelido que Ògún ganhou, devido à sua condição extrovertida. Usa contas de um azul escuro que se aproxima do roxo. Xoroke é um Ògún que tende a confundir-se com Esú, agitado, instável, suscetível e manhoso.
Ògún Meme – Veste-se de verde e usa contas verdes, como
Ogunjá, mas de um tom diferente.
Ògún Wori ou Warri– É um Ògún dado à feitiçaria, ligado ao
màriwò, aos antepassados. Tem temperamento difícil, suscetível, autoritário,
espírito dogmático.
Ògún Lebede (Alagbede) – É o Ògún dos ferreiros, marido de Yémánjá Ogúnté e pai de Ògún Akoro. Representa um tipo mais velho de Ògún, trabalhador consciencioso, severo, ciente de seus deveres e dos seus direitos, exigente e rabujento. Ògún Akoró – É filho de Ogúnté e o irmão de Oxóssi, ligado à floresta. Akoró é um tipo de Ògún jovem e dinâmico, entusiasta, era empreendedor, cheio de iniciativa, protetor seguro, amigo fiel e muito ligado à mãe.
Ògún Oniré – É o título de Ògún filho de Oniré, quando
passou a reinar em Irê (Oni = senhor; Irê = aldeia; o dono de Iré). É um Ògún
antigo, que desapareceu debaixo da terra. Usa também contas verdes. Guerreiro
impulsivo, é o cortador de cabeças,
ligado à morte e aos antepassados; impaciente, arrebatado,
não pensa antes de agir, mas acalma-se rapidamente.
Ògún Olode – Destaca a sua condição de chefe dos
caçadores, originário de Kétu. Não come galo por ser um animal doméstico.
Amigo do mato, dos animais, conhecedor dos caminhos, é um guia seguro. Seu
temperamento solitário assemelha-se ao de Oxóssi.
Ògún Popo – O nome de Ògún quando foi à terra dos Jeje.
Ogun Waris – Nessa condição o Orixá apresenta-se muitas vezes, com forças destrutivas e violentas. Segundo os antigos, a louvação “patakori” não lhe cabe, pois ao invés de agradá-lo, o aborrece. Ògún Masa – Um dos nomes bastante comuns do Orixá. Segundo os antigos, é um aspecto benéfico do Orixá quando assim se apresenta.
Há vários nomes de Ògún em alusão a cidades onde houve o
seu culto (Ògún Ondo, Ògún Ekiti etc.). O Orixá possui vários nomes na África
e no Brasil e com isso ganha as suas particularidades.
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