Iemanjá,
Iyemanjá, Yemanjá, Yemaya, Iemoja, ou Yemoja
Dandalunga
(angolas), Kaiala (congos), Janaína, Inaê, Sobá, Oloxum, Princesa de
Aiucá, Sereia Mukunã, Senhora da Calunga Grande, Rainha do Mar ou Senhora da
Coroa Estrelada
Estes são
alguns dos nomes que designam Yemanjá, a Divindade que na Umbanda é a Grande
Mãe, a Mãe da Geração.
Yemanjá
é a Divindade que está assentado no pólo universal positivo ou irradiante
do Trono da Geração e da Vida e que rege a Sétima Linha de Umbanda (Linha da
Geração), onde polariza com o Orixá Omolu (Trono Masculino da Geração), cujo
magnetismo é negativo ou absorvedor.
Yemanjá, a
Mãe da Vida, é a água que vivifica; e Pai Omulu é a terra que amolda os viventes.
O campo
preferencial de atuação de Yemanjá é no amparo à maternidade, porque Ela é
Senhora do Mistério Maternal. Simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe
propriamente, “a Mãe da Vida”.
Mãe Yemanjá
representa a Manifestação das Qualidades Geradora e Criativa do Divino Criador.
É o Orixá Universal que irradia continuamente as Qualidades geradoras da vida e
da criatividade, abençoando todos os seres de forma natural, sem forçar
ninguém. E sempre ampara aqueles que pedem e buscam essas bênçãos.
Ela irradia
o tempo todo seu Fator Gerador e Criacionista, que estimula a geração e a
criatividade das pessoas, trazendo oportunidades de crescimento nos Sete
Sentidos da Vida, pois irá estimular a geração de vidas, de idéias, de fé, de
amor, de conhecimento etc.
Nos mitos da
Criação do Universo, Ela é a representação do Princípio Feminino, é “o aspecto
Mãe” do Criador. É conhecida como "a Mãe de todos os Orixás" porque
está na origem de todas as coisas.
O principal
elemento de Yemanjá é a água, o elemento das emoções. O mar é regido por Ela; e
a Ciência estuda que a origem da vida está nas águas.
O mar
representa todas as águas, já que todas as águas correm para o mar. E o mar
“lava” os nossos problemas e mágoas e renova a nossa vontade de viver, justamente
porque a sua energia é uma Emanação da Mãe da Vida. Assim, podemos pedir a
Yemanjá que nos ajude a lidar com as nossas emoções e a equilibrá-las.
A Regência
de Yemanjá vai muito além da geração através do sexo, pois representa a Geração
da Vida no sentido mais amplo: a geração dos seres, das criaturas e das
espécies; e a doação da criatividade que permite aos seres encontrarem seus
"pares", unindo-se a eles para se multiplicarem e conseguirem
melhores resultados nas suas vidas. Esses "pares" são as Energias
emanadas por este Orixá, que podemos atrair para nos ajudar a desenvolver
nossos potenciais; e também podem surgir como pessoas, companheiros, parceiros
de caminhada, grupos de estudos e atividades etc. Tudo isso está contido no
Mistério Maternal de Yemanjá, que nos dá equilíbrio emocional e energético,
gerando novos caminhos e oportunidades em nossas vidas.
Desse modo,
podemos pedir à Mãe Yemanjá a bênção da criatividade sempre que formos iniciar
algum projeto novo e quando precisarmos encontrar novas fórmulas de
viver e
novos caminhos (de trabalho, de fazer as coisas, de encarar os desafios da
vida).
Associada ao
movimento das águas e à fertilidade, Yemanjá é dona de grande poder de sedução
e capaz de encantar os marinheiros e arrastá-los para o seu palácio submerso,
de onde nunca mais retornam... Podemos entender isso como a necessidade que o
ser humano tem de manter o equilíbrio emocional, para não cair num mergulho em
emoções desequilibradas, sempre de difícil retorno...
Suas águas
salgadas simbolizam as lágrimas de uma mãe que sofre pela vida de seus filhos,
que os vê se afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes.
Além de
protetora da vida marinha, Yemanjá é principalmente a protetora da harmonia
familiar, do lar, do casamento e do nascimento, é a Sua força que ampara o
momento do nascimento de um bebê.
A Regência
de Yemanjá em nossas vidas se manifesta na necessidade de sabermos se aqueles
que amamos estão bem e protegidos; é a preocupação, é o amor ao próximo,
principalmente em relação àqueles que nos são queridos.
É Ela quem
nos dá um sentido de união, de grupo, transformando a convivência num ato
familiar, criando dependências e raízes, proporcionando sentimentos de irmão
para irmão, de pai para filho, com ou sem laços consanguíneos. É uma energia
Sagrada que nos integra no Todo da Criação de forma amorosa e maternal.
Nos templos
africanos, é retratada como uma mulher de seios fartos e semblante calmo, porém
decidido. O simbolismo dos “seios fartos” é o da Grande Mãe que provê o
alimento necessário a todos os filhos. E aqui a palavra “alimento” corresponde
às Energias Divinas que Ela não cessa de Irradiar sobre todos os seres,
espécies e elementos, mantendo e renovando a imensa Teia da Vida.
História
Yemanjá
na África - Yemanjá ou Yemoja é o Orixá dos Egbá, uma Nação Iorubá
outrora estabelecida na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio
Yemoja. Yemanjá era cultuada às margens desse rio.
Seu nome,
assim como o de todos os Orixás, vem da cultura Nagô, de língua Iorubá, e
deriva de “Yèyé Omo Ejá”, que significa a Mãe cujos filhos são peixes ou a Mãe
de muitos filhos (Yèyé ou Yê= mãe; Omo= filhos; Ejá= peixes).
As guerras
entre Nações Iorubás levaram os Egbá a emigrarem na direção oeste, para
Abeokutá, no início do século XIX. Obviamente que não poderiam levar consigo o
rio Yemoja, então os Egbá transportaram os objetos sagrados de suporte do axé
da Divindade, passando a cultuá-la no rio Ògùn, que atravessa a região. Pierre
Verger afirma que este rio Ògùn não deve ser confundido com Ogum, o deus do
ferro e dos ferreiros, baseando esta afirmação nos ensinamentos mais antigos e
tradicionais sobre a Divindade Ogum, e inclusive contrariando escritos de
alguns autores do final do século passado.
O principal
templo de Yemanjá está em Ibará, um bairro de Abeokutá. Seus fiéis, todos os
anos, vão buscar a água sagrada numa fonte do rio Lakaxa, que é um afluente do
rio Ògùn, para lavar os axés da Divindade. Essa água é recolhida em jarras,
transportada numa procissão seguida por pessoas que carregam esculturas de
madeira (ère) e um conjunto de tambores. Na volta, o cortejo vai saudar as
pessoas importantes do bairro,
começando
por Olúbàrà, o rei de Ibará.
Entre
os Egbá, Yemanjá ou
Yemojá é saudada como “Odò ìyá” (Odo=rio; ìyá= mãe). Ela
é filha de
Olokun, Divindade riquíssima, dona do oceano e de todas as suas riquezas. Em
Ifé, Olokun é uma Divindade feminina, uma deusa do mar; e em Benin e Lagos, é
cultuada como Divindade masculina, é um deus do mar.
Numa
história de Ifá, Yemanjá aparece casada pela primeira vez com Orumilá, Senhor
das Adivinhações; e depois com Olofin, Rei de Ifé.
Segundo as
lendas, desse casamento com Olofin, Yemanjá teve dez filhos, entre eles Oxumarê
("O arco-íris que se desloca com a chuva e guarda o fogo nos seus
punhos") e Xangô ("O trovão que se desloca com a chuva e revela seus
segredos").
Yemanjá
também foi casada com Oxalá; união que representa a fusão do céu com o mar, no
horizonte.
Considerada
a Mãe de todos os Orixás e da humanidade, Yemanjá simboliza a manifestação da
procriação, da restauração das emoções e a fecundidade. É a grande provedora,
que proporciona o sustento a todos os seus filhos. (Do livro
"Orixás” - Pierre Fatumbi Verger - Editora Corrupio.)
Yemanjá
no Novo Mundo - Yemanjá é uma Divindade muito popular no Brasil e em
Cuba.
Usa roupas
cobertas de pérolas e tem filhos no mundo inteiro. Está em todo lugar aonde
chega o mar.
Seu axé é
assentado sobre pedras marinhas e conchas, guardadas numa porcelana azul.
Nas
religiões de matriz africana, o sábado é o dia da semana que lhe é usualmente
consagrado, juntamente com outras Divindades femininas.
Suas comidas
rituais ou votivas consistem de carneiro e pato, além de preparados à base de
milho branco, azeite, sal e cebola.
Seus adeptos
usam colares de contas de vidro transparentes e vestem-se, de preferência, de
azul-claro.
Em Cuba, Yemanjá é reverenciada como
Yemajá ou Yemayá e também relacionada às cores azul e branca. É uma Rainha do
Mar Negra, que assume o nome cristão de “La Virgen de la Regla” e faz parte da
Santeria, como Santa Padroeira dos portos de Havana.
Yemanjá
no Brasil- Entre as Mães Orixás, Yemanjá é a mais popular, sendo festejada
em todo o Brasil como a Rainha do Mar, a Padroeira dos náufragos, a Grande Mãe, a Mãe de todas as cabeças humanas.
Na versão de Pierre Verger, Ela representa a mãe que protege os filhos a
qualquer custo, a mãe de vários filhos (peixes), que adora cuidar de crianças
e de animais domésticos.
Além dos muitos nomes africanos pelos
quais é conhecida, a forma portuguesa Janaína
também é utilizada; e foi criada como a
maneira mais branda de "sincretismo" encontrada pelos africanos aqui
escravizados para a perpetuação dos seus Cultos. Várias
composições de autoria popular foram
realizadas de forma a saudar a "Janaína do Mar", e algumas como
canções litúrgicas.
Diz JORGE AMADO: “Iemanjá, rainha do mar,
é também conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no
paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da
felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos
dias livres na floresta”.
Na Bahia,
seus adeptos usam colares de contas de vidro transparentes e vestem-se, de
preferência, de azul-claro.
Seu axé é
representado por pedras marinhas e conchas consagradas ritualmente, guardadas
numa sopeira de porcelana azul.
No
Candomblé, durante o Xirê dos Orixás (dança dos Orixás), suas Iaôs trazem um
leque de metal branco nas mãos e tocam alternadamente a testa e a nuca, com as
mãos, numa saudação à Regência de Yemanjá na vida dessas filhas. Alguns
entendem que por esse gesto, de tocar a testa e a nuca, Yemanjá procura chamar
a atenção para a beleza do seu penteado de rainha.
As saudações
mais usadas para Yemanjá são: Odoiyá (ou Odoyá); Odô Miô (ou Omio; ou Omiodo);
Odociaba (ou Odociyabá; ou Odofiaba; ou Odô-fe-iaba)- significando “Mãe do rio”
ou “Mãe das águas”. São verdadeiros mantras de Yemanjá que, ao serem
pronunciados com amor e reverência, atraem as Irradiações da Mãe Divina.
Yemanjá é o
único Orixá que tem uma imagem genuinamente umbandista, na qual é retratada com
um vestido azul, longos cabelos negros e pérolas caindo das mãos. Algumas
vezes, tem vestes branco-peroladas, cor que lembra muito a fusão dos elementos
Água e Cristal, sobre os quais Yemanjá atua. De acordo com Pai Ronaldo Linares,
a referida imagem foi visualizada acima do mar, na década de 1950, pela senhora
Dala Paes Leme. Um artista pintou um quadro da imagem descrita, e a partir dele
começaram a ser feitas essas imagens de Yemanjá, adotadas em boa parte dos
Terreiros de Umbanda.
As Festas
para Yemanjá
Se
na África Yemanjá é relacionada a um rio, no Brasil Ela é associada às águas
salgadas do mar; já que as águas doces dos rios são o domínio de Oxum. Por isso, as praias são o palco sagrado
de grandes festas de homenagem a Yemanjá.
No Brasil, Yemanjá goza de grande
popularidade entre os seguidores da Umbanda, do Candomblé, do
Batuque, do Xambá, do Xangô do Nordeste, do Omolokô e mesmo entre fiéis de
outras religiões, pois o arquétipo
da Grande Mãe está presente no inconsciente dos povos. Muitas festas a
homenageiam. Flores, perfumes, jóias e bijuterias são algumas das
oferendas que recebe nessas ocasiões.
No Rio de
Janeiro e em Natal, Yemanjá é homenageada na passagem do ano.
Na Bahia e
no Rio Grande do Sul, as maiores festas acontecem no dia 02 de fevereiro. A
grande festa baiana ocorre na Praia do Rio Vermelho, em Salvador. Já no Rio
Grande do Sul os maiores festejos são em Porto Alegre e Pelotas.
Em São Paulo
e em João Pessoa, na Paraíba, Yemanjá é celebrada no dia 08 de dezembro.
Na mesma data, a Bahia realiza duas outras festas para a Mãe das Águas.
Em São
Paulo, as maiores comemorações ocorrem no município de Praia Grande, Litoral
Sul, com milhares de fiéis. A tradição teve início em 1969, quando uma grande
imagem de Yemanjá foi colocada perto da Vila Mirim, por iniciativa de Pai
Demétrio Domingues e de outros líderes Umbandistas da época. Vale lembrar que o
dia 08 de dezembro é consagrado a Nossa Senhora da Conceição, dentro da
liturgia Católica, e que esta Santa sincretiza com o Orixá Oxum. Pai Ronaldo
Linares conta que na década de 60, neste dia 08, se fazia uma Festa para Oxum,
onde havia “um encontro de Oxum com Yemanjá”, na Praia das Vacas, no município
paulista de São Vicente. Depois, esse “encontro” deixou de ocorrer e a
data ficou reservada para festejar apenas Yemanjá.
Em João Pessoa, 08 de dezembro é o feriado
municipal consagrado a Nossa Senhora da Conceição e também o dia de
tradicional Festa de Yemanjá. Todos os anos, na Praia de Tambaú, instala-se um
palco circular cercado de bandeiras e fitas azuis e brancas, ao redor do qual
se aglomeram fiéis oriundos de várias partes do Estado para assistir ao desfile
dos Orixás e, principalmente, da homenageada. Pela praia, encontram-se buracos
com velas acesas, flores e presentes. Em 2008, segundo os organizadores da
festa, 100 mil pessoas compareceram ao local.
Ainda em 08 de dezembro a
Bahia realiza outras duas festas para Yemanjá. Uma delas acontece pelo
sincretismo com a Padroeira da Bahia, Nossa Senhora da Conceição da
Praia, sendo feriado municipal
em Salvador. A outra é realizada no Monte Serrat, na Pedra Furada, em
Salvador, denominada “Presente de Yemanjá”, uma manifestação popular que tem origem na devoção dos pescadores locais
à Rainha do Mar, também saudada como Janaína.
Existe um sincretismo entre a Santa
Católica Nossa Senhora dos Navegantes e o Orixá Yemanjá. Em algumas regiões do
Brasil, ambas são festejadas no dia 02 de fevereiro, com uma grande procissão
fluvial.
Uma das maiores festas do Dois de
Fevereiro ocorre em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. No mesmo Estado, em
Pelotas, a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes vai até o Porto de Pelotas.
Antes do encerramento da festividade Católica, acontece um dos momentos mais
marcantes da celebração: as embarcações param e são recepcionadas por
Umbandistas que carregam a imagem de Yemanjá, proporcionando um encontro
ecumênico assistido da orla por muitas pessoas. Em Pelotas, a Festa
de Yemanjá acontece à noite, sob a coordenação da Federação Sul Riograndense de
Umbanda e com o apoio da Prefeitura; e durante o dia a Festa Católica a Nossa
Senhora dos Navegantes é organizada pela Diocese local.
No Rio de Janeiro, Yemanjá é festejada na
passagem de ano. Milhares de pessoas comparecem e depositam no mar oferendas
para a Divindade. A celebração inclui o tradicional "banho de
pipocas" e as sete ondas que os fiéis e até mesmo seguidores de outras
religiões pulam, como forma de pedir sorte à Grande Mãe Orixá (sete ondas,
simbolizando os sete Sentidos da Vida).
A Grande
Festa da Praia do Rio Vermelho- Na Bahia, Yemanjá é geralmente sincretizada
com Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Santa Católica que se comemora no dia
08 de dezembro. No entanto, a maior festa baiana para Yemanjá é celebrada em 02
de fevereiro.
Em Salvador,
segundo a liturgia Católica, 02 de fevereiro é o dia consagrado a Nossa Senhora
das Candeias, Santa que é sincretizada com Oxum, o Orixá das águas doces.
Curiosamente, é justamente nesta data que se organiza a maior festa do país em homenagem à "Rainha
do Mar”; o que mostra que o sincretismo entre os Orixás e os Santos
Católicos não é de uma rigidez absoluta. Por isso, considera-se que a Festa de
Yemanjá, em dois de fevereiro, é a única grande festa religiosa baiana que não
tem origem no Catolicismo, e sim no Candomblé.
A grande Festa do Dois de Fevereiro
acontece na Praia do Rio Vermelho, em Salvador. A celebração Católica acontece
na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador, na Cidade Baixa;
enquanto os Terreiros de Candomblé e Umbanda fazem divisões cercadas com
cordas, fitas e flores nas praias, delimitando espaço para as Casas de Santo
que realizarão seus trabalhos na areia, em louvor a Yemanjá.
A Festa
atrai imensa multidão de fiéis e de admiradores da Mãe das Águas, Dona Janaína,
a Princesa ou a Rainha do Mar. Milhares
de pessoas trajadas de branco saem em procissão até ao templo-mor, localizado
próximo à foz do Rio Vermelho, onde depositam variadas oferendas.
Bem cedo
pela manhã, longas filas de pessoas se formam diante da pequena casa construída
na véspera, a fim de abrigar as grandes cestas destinadas a receber os
donativos e as oferendas para Yemanjá.
Durante todo
o dia, forma-se um lento desfile de pessoas de todas as origens e meios
sociais, trazendo ramos de flores frescas ou artificiais, pratos de comida
feitos com carinho, frascos de perfumes, sabonetes embrulhados em papel
transparente, bonecas, cortes de tecidos e outros presentes agradáveis “a uma
mulher bonita e vaidosa”. Cartas e súplicas, presentes em dinheiro, colares e
pulseiras não faltam. A aparente simplicidade desses fiéis não desnatura o
caráter emocionante da festa, onde se pode sentir intensa Vibração da Mãe Divina
sobre os Seus filhos que, como crianças, vão levar-lhe “presentes” cujo maior
valor está no amor e na devoção que Lhe consagram. E, afinal, o que somos nós,
além de crianças, diante de Deus e das Suas Divindades? ...
Em algumas
horas as cestas de oferendas já estão cheias e são substituídas por outras. Ao
final da tarde, os ramos de flores são colocados em cima das cestas,
transformando-as, assim, numas 30 braçadas de flores, imensas. O entusiasmo da
multidão chega ao máximo, com gritos alegres, saudações a Yemanjá e votos de
prosperidade.
Uma parte da
assistência embarca a bordo de veleiros, barcos e lanchas a motor, que se
dirigem para o alto mar, onde as cestas são depositadas sobre as ondas. Segundo
a tradição, as oferendas “aceitas” devem mergulhar até ao fundo. Se forem
devolvidas à praia, é sinal de “recusa”, para tristeza dos fiéis.
Em dois de fevereiro de 2010, pela
primeira vez, a escultura de uma sereia negra, criada pelo artista plástico
Washington Santana, foi escolhida para representar Yemanjá na grande Festa do
Rio Vermelho, em homenagem à Àfrica e à religião afrodescendente.
Curiosidades sobre a Festa do Rio Vermelho
1-Fonte: http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br- A
tradição da Festa da Praia
do Rio
Vermelho teve início em 1923, quando um grupo de vinte e cinco pescadores
resolveu oferecer presentes para a Mãe das Águas. Na época, os peixes estavam
escassos no mar.
No início, a
celebração era feita em conjunto com a Igreja Católica, numa demonstração do
sincretismo religioso da Bahia. Na década de 1960, um Padre teria ofendido os
pescadores, chamando-os de ignorantes, por cultuarem “uma sereia”. O fato
provocou um rompimento com a Igreja, e a partir daí os pescadores passaram a
realizar a festa apenas em homenagem a Yemanjá.
Presente
principal: Todos os anos os pescadores pedem a Yemanjá que lhes dê fartura de
peixes e um mar tranquilo, e preparam um presente principal para a Ela
oferecer.
Segundo a
lenda, o cavalo marinho é o guardião da casa de Yemanjá, e o seu mensageiro
mais rápido. É comum que imagens deste animal sejam oferecidas pelos devotos.
Em 2007, o presente principal dos pescadores foi uma imagem de um cavalo
marinho adornado.
Sobre o
presente principal vão as oferendas preparadas pela Ialorixá responsável pelo
comando da festa. Esse preparo demora sete dias e é cercado de rituais e
fundamentos sagrados e as oferendas incluem: flores, perfumes, espelhos, fitas,
anéis, colares, brincos, pentes, jóias, bijuterias, relógios, maquiagens,
bonecas, velas, bebidas e comidas (manjar; fava cozida com camarão, cebola e
azeite doce; champanhe, dentre outros).
Acredita-se
que alguns presentes não afundam porque não agradaram Yemanjá, que os devolve.
Em geral, presentes feitos com materiais leves ou ocos costumam não afundar.
Nem mesmo o presente principal, feito pelos pescadores, está livre deste
infortúnio. Algumas vezes foi preciso amarrá-lo a algo pesado, para que pudesse
afundar. Atualmente, os ambientalistas alertam que muitos animais marinhos
morrem ao ingerir os presentes jogados no mar que não se decompõem. E os
pescadores que organizam o
Dois de
Fevereiro estão começando a se preocupar mais com o aspecto ecológico que
envolve a festa.
Nas ruas
desfilam grupos de samba de roda e ijexá, capoeira, blocos afros, grupos
fantasiados e fanfarras, entre outros. Alguns desfilam exclusivamente na Festa
do Rio Vermelho, numa prova da devoção do povo baiano.
A escultura
de Yemanjá, localizada em frente à Casa do Peso, foi confeccionada por Manoel
Bonfim, em 1970. Trata-se de uma escultura de uma sereia feita de gesso,
assentada sobre um pedestal de concreto revestido com apliques variados,
conchas e pedras portuguesas.
2-Fonte: http://www.faced.ufba.br/~dept02/calendario/yemanja.html-
Site da Universidade Federal da Bahia.Texto: “Festa de Yemanjá”, de Antonietta
de Aguiar Nunes, Historiógrafa do Arquivo Público da Bahia e Professora
Assistente de História da Educação na Universidade Federal do mesmo Estado.
Segue um resumo da matéria.
Dois de
fevereiro é- oficiosamente- feriado na Bahia, data da mais importante festa
dedicada a Yemanjá. Antigamente, a festa acontecia no terceiro domingo de
dezembro, em Itapagipe, em frente ao antigo Forte de São Bartolomeu. Os
senhores davam aos seus escravos uma folga de quinze dias para festejarem a sua
rainha. Compareciam para mais de 2.000 africanos.
Tio Ataré,
residente na Rua do Bispo, em Itapagipe, era o Pai de Santo que comandava os
festejos. Os
presentes eram colocados numa grande talha ou pote de barro que depois era
atirada ao mar. A festa durava quinze dias, durante os quais não faltavam
batuques e comidas típicas baianas. Hoje, ela dura só o dia 02, apenas se
prolongando pelo fim de semana seguinte quando próximo.
Diz uma
lenda que no Rio Vermelho havia uma rendosa armação de pesca de xaréu, peixe
muito abundante ali. Certa vez, junto com os peixes, veio na rede uma sereia. O
proprietário do aparelho, “querendo viver em paz com a gente debaixo d’água”,
mandou soltá-la imediatamente. Anos depois, outro era o dono da armação; e
novamente caiu uma sereia na rede, que foi pega e carregada por dois pescadores
para assistir missa na igreja do povoado. Ela ficou chorosa e envergonhada, o
tempo todo; terminada a cerimônia, soltaram-na à beira-mar. Desde então, nunca
mais se pegou sequer um xaréu nas águas do porto de Santana do Rio
Vermelho.
O PINTOR
LICÍDIO LOPES, morador antigo do Rio Vermelho, conta em suas memórias que entre
a praia do Canzuá e a da Paciência, por cima das pedras, havia uma gruta muito
grande que os antigos diziam ser a casa da Sereia ou Mãe d’ Água; porém ela não
morava mais ali e a gruta estava abandonada. Os presentes para a Mãe d’ Água
eram colocados na gruta e nesta pedra. Na década de 20 do século XX, uma
pedreira destruiu a gruta; mas permaneceu a pedra da Sereia. Agora que não
existe mais a gruta, os presentes são colocados em todas as praias, de
preferência na maré enchendo ou cheia.
Ele conta
ainda que a idéia do grande presente para Yemanjá não veio do Candomblé, mas de
um pescador, querendo reviver a festa do Rio Vermelho, já que a de Santana
estava ficando menos concorrida. Pescadores e peixeiros decidiram dar um
presente à Mãe D’Água, no dia 02 de fevereiro, e se reuniram para organizar a
festa, que começava pela manhã com uma missa na igreja de Santana; e à tarde
colocavam o presente para a Rainha do Mar. Um padre não gostou que se
misturasse missa com presente para uma sereia, e eles resolveram não celebrar
mais missa e apenas colocar o presente para Yemanjá, à tarde.
Ocorreram
algumas dificuldades e imprevistos e alguém lembrou que essa obrigação era
feita na África, onde Yemanjá é Mãe de todos os Orixás. Como no Rio Vermelho
não existisse algum Terreiro, na ocasião, foram procurar em outros bairros uma
Casa que se encarregasse das obrigações. A Mãe de Santo Júlia Bugan, que tinha
Casa de Candomblé na Língua de Vaca, perto do Gantois, foi quem orientou o que
se devia comprar, fez os trabalhos e preceitos, colocou na talha que pedira e
dentro do balaio, enfeitou-o com muitas fitas e flores e mandou-o para a
casinha de pescadores no dia 2 de manhã. A partir de então, continuaram fazendo
sempre este preceito, para tudo correr bem. De 1988 a 1990, o preceito foi
realizado por Waldelice Maria dos Santos, do Engenho Velho da Federação. A
partir de 1967 o Departamento de Turismo passou a ajudar. Em 1969 foi feito o
pedestal junto à casa dos pescadores e colocada a estátua de uma sereia feita
por Manuel Bonfim.
Às quatro da
tarde saem os barcos com os balaios cheios de oferendas a serem lançadas em
alto mar. Quando as embarcações voltam para a terra, os acompanhantes não olham
para trás,
pois se acredita que faz mal.
JORGE AMADO
conta que se Yemanjá aceitar a oferta dos filhos marinheiros, o ano será bom
para as pescarias, o mar será bonançoso e os ventos ajudarão aos saveiros. Mas
se
Ela recusar,
as tempestades se soltarão, os ventos romperão as velas dos barcos, o mar será
inimigo dos homens e os cadáveres dos afogados boiarão em busca da terra de
Aiocá...
Lendas
1-
Yemanjá cura Oxalá e ganha o poder sobre as cabeças
Quando
Olodumare fez o mundo, deu a cada Orixá um reino, um posto, um trabalho.
Exu recebeu
o poder da comunicação e a posse das encruzilhadas;
Ogum, o
poder da forja, o comando da guerra e o domínio dos caminhos;
Oxóssi foi
designado patrono da caça e da fartura;
Obaluayê, o
controle das epidemias;
Oxumaré
ganhou o arco-íris e o poder de comandar a chuva, que permite as boas colheitas
e afasta a fome;
Xangô
recebeu o poder do trovão e o império da lei;
Yansã ficou
com o raio e o reino dos mortos;
Euá foi
governar os cemitérios;
Oxum recebeu
o amor e o zelo pela feminilidade, a riqueza material e a fertilidade das
mulheres;
Obá ganhou o
patronato da família;
Nanã recebeu
a sabedoria dos mais velhos;
Oxalá
recebeu o privilégio de criar o homem, depois que Odudua fez o mundo.
E a criação
se completou com a obra de Oxaguiã, que inventou a arte de fazer os utensílios,
a cultura material.
Para Yemanjá,
Olodumare destinou os cuidados de Oxalá: cuidar da casa, dos filhos, da comida,
do marido, de tudo enfim.
Yemanjá
trabalhava e reclamava: se todos tinham algum poder no mundo, um posto pelo
qual recebiam sacrifício e homenagens, por que ela deveria ficar em casa feito
escrava? Yemanjá não se conformava. Ela falou, falou, e falou nos ouvidos de
Oxalá... Falou tanto, que Oxalá enlouqueceu. Seu ori, sua cabeça, não aguentou
o falatório de
Yemanjá...
Yemanjá se
deu conta do mal que provocara e tratou de Oxalá, cuidando de seu ori
enlouquecido, oferecendo-lhe água fresca, obis deliciosos, apetitosos pombos
brancos, frutas dulcíssimas. E Oxalá ficou curado.
Então, com o
consentimento de Olodumare, Oxalá encarregou Yemanjá de cuidar do ori de todos
os mortais. Yemanjá ganhou, enfim, a missão tão desejada.
Agora Ela
era a Senhora das cabeças. (Fonte: “Mitologia dos Orixás”, Reginaldo Prandi,
Companhia das Letras, 2005, páginas 397/399.)
2-
Yemanjá ajuda Olodumare na criação do mundo
Olodumare-Olofin
vivia sozinho no Infinito, cercado apenas de fogo, chamas e vapores,
onde quase
nem podia caminhar. Cansado desse seu universo tenebroso e de não ter com quem
falar ou com quem brigar, decidiu pôr fim àquela situação. Liberou as suas
forças e a violência delas fez jorrar uma tormenta de águas.
As águas
debateram-se contra rochas que nasciam e abriram profundas e grandes fendas
no chão. A
água encheu as fendas ocas, fazendo-se os mares e oceanos, em cujas profundezas
Olokum foi habitar.
Do que
sobrou da inundação se fez a terra.
Na
superfície do mar, junto à terra, ali Yemanjá formou seu reino, com suas algas
e estrelas do mar, peixes, corais, conchas, madrepérolas. Ali nasceu Yemanjá,
em prata e azul, coroada pelo arco-íris Oxumarê.
Olodumare e
Yemanjá, a Mãe dos Orixás, dominaram o fogo no fundo da Terra e o entregaram ao
poder de Aganju, o mestre dos vulcões, por onde ainda respira o fogo
aprisionado.
Eles
apagaram o fogo que se consumia na superfície do mundo; e com as cinzas Orixá
Ocô fertilizou os campos, propiciando o nascimento das ervas, frutos, árvores,
bosques e florestas, que foram dados aos cuidados de Ossaim.
Nos lugares
onde as cinzas foram escassas, nasceram os pântanos e nos pântanos a peste, que
foi doada pela Mãe dos Orixás ao filho Omolu.
Yemanjá encantou-se
com a Terra e a enfeitou com rios, cascatas e lagoas. Assim surgiu Oxum, dona
das águas doces.
Quando tudo
estava feito e cada natureza se encontrava na posse de um dos filhos de
Yemanjá, foi que Obatalá, respondendo diretamente às ordens de OLORUM, criou o
ser humano. E o ser humano povoou a Terra.
E os Orixás
foram celebrados pelos humanos. (Fonte: Reginaldo Prandi, obra citada, páginas
380/381.)
3-
Yemanjá irrita-se com a sujeira que os homens lançam no mar
Logo no
princípio do mundo, Yemanjá teve motivos para desgostar da humanidade: os seres
humanos sujavam suas águas com lixo, jogando no mar tudo o que a eles não
servia, velho ou estragado; até mesmo cuspiam em Yemanjá, quando não faziam
coisa pior.
Ela foi
queixar-se a Olodumare. Assim não dava para continuar. Yemanjá Sessu vivia
suja, sua casa estava sempre cheia de porcarias.
Olodumare
ouviu seus reclamos e deu-lhe o dom de devolver à praia tudo o que os humanos
jogassem de ruim em suas águas.
Desde então
as ondas surgiram no mar. As ondas trazem para a terra o que não é do mar.
(Fonte: Reginaldo Prandi, obra citada, página 392.)
4-
Yemanjá vai morar no mar
Yemanjá
estava casada com Olofin-Odùduà, rei de Ifé. Cansada de sua permanência em Ifé,
Yemanjá foge em direção ao Oeste, levando consigo uma garrafa contendo um
preparado, que ganhara de Olokun com a recomendação de quebrá-la no chão, em
caso
de extremo
perigo.
Assim,
Yemanjá foi instalar-se no Oeste, que os Iorubás chamavam de "o entardecer
da Terra". E Olofin-Odùduà lançou seu exército à procura da mulher.
Cercada,
Yemanjá não se deixou prender, não queria voltar para Ifé. Então, Ela
quebrou a garrafa que ganhara de Olokun, seguindo as instruções recebidas.
Na mesma
hora, um rio criou-se ali, levando Yemanjá para Okun, o oceano, lugar da morada
de Olokun.
5-
Yemanjá recebe a ajuda de Xangô, um de seus filhos
Yemanjá é
representada com o aspecto de uma matrona de seios volumosos, símbolo de
maternidade fecunda e nutritiva. Esta particularidade de possuir seios
majestosos deu origem a desentendimentos entre Yemanjá e o marido, segundo uma
lenda que apresenta três versões:
Primeira
versão: Diz a tradição Iorubá que Yemanjá era a filha de Olokum, deus do mar.
Em Ifé, tornou-se a esposa de Olofin-Odùduà, com o qual teve dez filhos, todos
eles Orixás. De tanto amamentar seus filhos, os seios de Yemanjá tornaram-se
imensos.
Quando fugiu
de Ifé, indo para Abeokutá, Yemanjá continuava muito bonita e Okerê lhe propôs
casamento. Ela aceitou, com a condição de que o marido jamais ridicularizasse a
imensidão dos seus seios.
Um dia,
Okerê voltou para casa embriagado e criticou os seios da esposa.
Ofendida, Yemanjá fugiu. Okerê colocou seus guerreiros para persegui-la.
Ofendida, Yemanjá fugiu. Okerê colocou seus guerreiros para persegui-la.
Cercada, Ela
lembrou que tinha recebido de Olokun uma garrafa, com a recomendação de que só
a abrisse em caso de necessidade. Yemanjá tropeçou e quebrou a garrafa. Nasceu
então um rio de águas tumultuadas, que levaria Yemanjá para o oceano, morada de
Olokun.
Tentando
impedir a fuga da mulher, Okerê se transformou numa colina.
Vendo seu caminho
bloqueado, Yemanjá chamou Xangô, o mais poderoso dos seus filhos. Xangô
lançou um raio que cortou a colina Okerê em duas, abrindo passagem para
Yemanjá, que
foi para o oceano, ao encontro de Olokun, e nunca mais voltou para a terra.
Ainda existe, na Nigéria, uma colina dividida em duas, de nome Okerê, que dá
passagem ao rio Ògùn, que corre para o oceano.
Segunda
versão: Ao desentender-se com o marido, Yemanjá, indignada, bateu com o pé no
chão e se transformou num rio, a fim de voltar para os domínios de Olokun, o
oceano.
Terceira
versão: Diante da zombaria do marido, Yemanjá começou a chorar. Chorou tanto,
que de seus olhos desceram águas tumultuadas que a tudo tragaram: casa, marido,
filhos, animais, a cidade inteira... Ninguém se salvou das ondas geradas pelo
pranto de revolta de Yemanjá.
Desde então,
Ela vive no fundo do mar, longe dos homens, reinando sozinha em seu império de
conchas e peixes...
Divindades
assemelhadas
Tétis-
Divindade grega que forma com Oceano um casal de Titãs, filhos de Urano e Géia.
Tétis e Oceano são as primeiras Divindades Marinhas, das quais os outros deuses
ou deusas do mar são descendentes. É a primeira Mãe do Mar, das águas
primordiais.
Hera-
Divindade grega. Entre os romanos era Juno. A esposa mais ciumenta de Zeus,
cujo casamento era o mais sagrado, mostrando a importância da união. Deusa do
casamento e do parto.
Nereidas- Divindades gregas. Filhas de Nereu com
Dóris, a Oceânida. São 50 Nereidas, todas Divindades Marinhas.
Sereias Gregas-Divindades gregas que trazem o dom para a música,
o canto e o manejo da lira e da flatua, o que traz semelhança com as musas
gregas. Com frequência, aparecem como filhas de Aquelóo (“Deus-rio”, filho de
Oceano e Tétis).
Parvati- Divindade hindu, consorte de Shiva e mãe de
Ganesha. É a Mãe Divina em todos os aspectos.
Aditi- Divindade hindu. Mãe dos deuses, no
Rig-veda (1500-1000 a.C.). Mãe do deus do sol (Mitra), do deus da verdade e da
ordem universal (Varuna) e também de Indra (o Rei dos deuses).
Danu- Divindade celta, consorte de Bile (ou
Beli). É a “Água do Céu”, a grande Mãe. Do seu nome vem a origem do Rio
Danúbio, onde primeiro surgiram as raízes da cultura celta.
Mut- Divindade egípica. “A mãe”, em Karnak.
(*Observação: MUT era esposa de AMON, deus que ocupava a principal edificação
do Templo de Karnac, construído entre 2200 a.C. e 360 a.C. Este Templo de
Karnak era o principal local de culto aos deuses de Tebas, entre os quais se
destacavam: Amon, Mut e Khonsu. Até o fim da civilização egípcia, Karnak
se manteve como centro religioso do Império: Amon-Ra (a forma solarizada
do deus Amon) e seus sacerdotes adquirem então um poder prodigioso, que chegou
a ameaçar a própria instituição faraônica.)
Aruru- Divindade babilônica. Um dos nomes da
Grande Deusa Mãe na mitologia babilônica.
Namur- Divindade-Mãe sumeriana, mãe de Enki e
Ereshkigal. Deusa dos Mares, que criou o céu e a terra e gerou várias
Divindades, quando a terra foi arrebatada ao céu.
Belet Ili- Divindade sumeriana, “Senhora de todos os
deuses”, Grande Deusa Mãe. Consorte de Enki. Divindade do útero e das formas.
Ela criou inicialmente sete homens e sete mulheres que, com o tempo, se
tornaram a civilização conhecida.
Nanshe- Divindade-Mãe sumeriana festejada com
procissões de barcos, nas quais eram depositadas suas oferendas a serem
entregues no mar.
Frigga- Divindade nórdica, a Grande Mãe da maioria
dos deuses, uma das três esposas de Odin. Frigga é o aspecto Mãe; enquanto
Freyja é o aspecto sensual, donzela.
Belat- Divindade caldéia, esposa de Bel. É a “Mãe
dos Grandes Deuses” e “Senhora da Cidade de Nipur”.
Coatlicue- Divindade asteca, Mãe de todas as outras
divindades. Usa uma saia de serpente e é também Senhora da vida e da morte.
Também adorada como Mãe da Terra.
Yngona- Divindade dinamarquesa, é a Grande Mãe.
Mama Cocha- Divindade inca. Cultuada não apenas pelos
incas, mas por muitas outras tribos e culturas. É a Mãe do Mar e Senhora dos
peixes.
Mariamma- Divindade hindu, Senhora do Mar e de tudo o
mais que ele representa e traz de benefícios para nós.
Marah- Divindade caldéia, Senhora das águas
salgadas, Mãe que vem do mar.
Derketo- Divindade assíria, aparece como sereia.
Senhora da Lua e da noite, protetora dos animais que habitam o mar.
Mari Ama- Divindade escandinava do mar.
Ilmatar- Divindade finlandesa da água, Grande Mãe
criadora que está na origem de tudo.
Annawan- Divindade indonésia do Mar.
Bachue-Divindade colombiana dos índios Chibchas. Seu
nome significa “grandes seios”. Junto com seu filho, Ela criou a
humanidade.
(Fonte: “Deus, “Deuses” e Divindades,
Alexandre Cumino, Madras Editora, 2004, páginas 127/130.)
Características dos filhos de Yemanjá
As filhas (e
filhos) de Yemanjá possuem como características básicas a força e a
determinação, assim como o sentido da amizade e do companheirismo; são pessoas
presas no arquétipo da mãe, à família e aos filhos. São doces, carinhosas,
tradicionais, pouco rígidas, sentimentalmente envolventes e com grande
capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Não gostam de
mudanças e apreciam a rotina do cotidiano. São muito protetoras; possuem o
sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justas, mas formais. Põem à
prova as amizades que lhes são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e,
se a perdoam, não a esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais
e sérias.
Sem
possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das
jóias caras. Elas têm tendência à vida suntuosa mesmo se as possibilidades do
cotidiano
não lhes
permitem; mesmo quando pobres, pode-se notar certa sofisticação em suas casas,
se comparadas com as demais da comunidade de que fazem parte.
As filhas e
filhos de Yemanjá não podem ficar expostos à poeira, pois tendem a desenvolver
problemas respiratórios.
São pessoas
que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente
ancestral, e por isso costumam casar ou associar-se cedo. Não apreciam as
viagens, detestam os hotéis, preferindo casas onde rapidamente possam repetir
os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano. Apesar do gosto pelo
luxo, não são pessoas obcecadas pela própria carreira, sem grandes planos para
atividades de longo prazo, a não ser quando se trata do futuro de filhos e
entes próximos.
Mas nem tudo
são qualidades em Yemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho
desse Orixá à tendência de querer consertar a vida dos que o cercam- o destino
de todos estaria sob sua responsabilidade-, a serem controladores,
voluntariosos, capazes de fazer chantagens emocionais e, algumas vezes,
impetuosos e arrogantes. Um filho de Yemanjá pode tornar-se controlador e
rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos, sem esquecê-las jamais.
Os filhos de
Yemanjá demoram muito para confiar em alguém, bons conhecedores que são da
natureza humana. Porém, quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu
verdadeiro e íntimo círculo de amigos, deixam de ter restrições, aceitando-a
completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande
capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas.
Oferendas
Modelo 1-
Velas brancas e azuis; champanhe; um melão aberto numa das pontas; um punhado
de arroz doce; peixe assado ou cozido com camarão, cebola e azeite doce; um
punhado de canjica cozida com leite e mel (reservar o líquido do cozimento);
rosas brancas; folhas de colônia (ou cardamono) para forrar a oferenda; folhas
de alface para colocar o peixe e o arroz doce.
Pedir a Deus
e à Mãe Yemanjá a imantação e consagração dos elementos da oferenda, para que
liberem energias de cura e equilíbrio que nos auxiliem a alcançar nossos
objetivos. Fazer o pedido específico.
Cobrir o
chão com as folhas de colônia. No centro, colocar o melão e dentro dele, os
grãos da canjica. O peixe e o arroz doce são postos sobre folhas de alface, à
direita do melão. Circular com as flores. Em torno, firmar as velas
(alternando: branca/azul). Circulando tudo, derramar o champanhe e o líquido do
cozimento da canjica, saudando a Divina Mãe. Quando as velas queimarem,
agradecer, pedir licença e recolher todo o material, para não agredir a
Natureza.
Modelo 2- Faça
um círculo com sete velas brancas, sete azuis e sete rosas; colocando no centro
champanhe, calda de ameixa ou de pêssego, manjar de coco, arroz-doce e melão,
rosas e palmas brancas, tudo depositado à beira-mar. (Fonte: “Código de
Umbanda”, Rubens Saraceni, Madras Editora.)
Modelo 3- Toalha
branca ou azul claro • velas, pembas, fitas e linhas na cor branca ou azul
claro • flores (rosas brancas, palmas brancas, lírio branco) frutas (melão em
fatias, cerejas, laranja lima, goiaba branca, framboesa) • bebidas (champanhe
de uva e licor de ambrósia) • comidas: manjares; peixes assados; arroz doce com
bastante canela em pó. Depositar à beira-mar. (Fonte: “Rituais
Umbandistas-Oferendas, Firmezas e Assentamentos”, Rubens Saraceni, Editora
Madras.)
Local das oferendas: à beira-mar. Tomar o cuidado de recolher
todo o material após a queima das velas.
Quando oferendar Yemanjá
- Para
Proteger a família.
- Para
Harmonia do Lar, do Casamento, da Família, dos Sócios.
- Para Gerar
oportunidades, bons negócios, harmonia, amor.
- Para
iniciar algum projeto com proteção e êxito.
Firmeza
para Yemanjá: Colocar dentro de uma quartinha azul clara, ou dentro de
uma taça de cristal, 33 búzios e cobrir com água com alfazema. Trocar a água
semanalmente.
Amaci: Água
de fonte com pétalas de rosas brancas e erva cidreira, maceradas e curtidas por
sete dias.
Cozinha
ritualística
1-Manjar
branco - Misturar 1 leite condensado, 2 medidas de leite de vaca
(medir na lata do leite condensado), 1 leite de coco, 3 colheres de amido de
milho ou de creme de arroz. Levar ao fogo, mexendo sempre, até formar um mingau
firme e aparecer o fundo da panela. Despejar num pirex molhado; colocar calda
de ameixa ou de pêssego por cima. Enfeitar com rosas brancas e coco ralado.
2-Acaçá
de leite- Cozinhar 200 g de farinha de arroz em 1/2 litro de leite, 1/2
litro de leite de coco e açúcar cristal, mexendo sempre, até dar o ponto de
enrolar os bolinhos. (Pode-se usar, no lugar da farinha de arroz, milho branco
moído e deixado de molho no leite por 24 horas.) Oferendar apenas os acaçás, ou
usá-los para decorar outra oferenda. Para Oxalá e Yemanjá, é costume servir os
acaçás abertos; para os demais Orixás, eles são enrolados em folha de folha de
bananeira ou de uva.
3-Canjica cozida
em leite e enfeitada com oito camarões médios cozidos.
4-Camarão
de Yemanjá- Camarão fresco (lavar em água e suco de limão) temperado
com cebola, cheiro-verde, azeite de oliva e leite de coco. Bater no
liquidificador e cozinhar.
Cobrir com
ovos inteiros batidos e diminuir bem o fogo para o cozimento dos ovos.
5-Peixe
Cozido: Refogar em fogo lento postas de peixe temperadas com sal, suco
de limão e uma pasta de cebola e cheiro-verde passados pelo liquidificador.
Quando estiver cozido, regar com azeite de oliva.
6-Peixe
assado: Temperar e assar um dourado (ou namorado), regando com azeite
de oliva. Servir em louça branca, rodeando o peixe com acaçás e/ou maçãs verdes
fatiadas e previamente fervidas numa calda de açúcar.
7-Arroz
com maxixe: Cozinhar arroz branco e colocar numa louça branca. Refogar
levemente no azeite de oliva oito maxixes cortados em rodelas e colocá-los em
cima ou em volta do arroz.
Alguns
Caboclos de Yemanjá: Caboclo do Mar, Caboclo da Praia, Caboclo das
Sete Ondas (Oxalá/Yemanjá), Caboclo dos Sete Mares (Oxalá/Yemanjá),
Caboclo Beira-Mar (Yemanjá/Obaluaiê), Caboclo Sete Praias (Oxalá/Yemanjá),
Cabocla Iara, Cabocla Estrela Dalva, Cabocla Sete Ondas (Oxalá/Yemanjá),
Cabocla Jandira, Cabocla Sete Contas (Oxalá/Yemanjá/Oxóssi).
Alguns
Exus de Yemanjá: Exu do Mar, Exu da Praia, Exu Pinga Fogo
(Xangô/Yemanjá), Exu dos Sete Mares (Oxalá/Yemanjá), Exu Sete Praias
(Oxalá/Yemanjá), Exu das Sete Ondas (de Oxalá e Yemanjá).
PRECE
Mar imenso e
profundo,
Aqui deixo todos os meus males,
Todas as más influências,
Todos os pontos negativos
Que possam perturbar
A minha evolução...
Recebe em tuas profundezas
Tudo aquilo que me é maléfico
E devolve-me os fluídos eternos
Que hão de me tornar forte
Para que eu possa fortalecer
Todos aqueles que me rodeiam;
Enche-me o espírito de bênçãos
Para que eu possa abençoar
Toda a humanidade.
Em nome do Infinito Poder,
Lava-me a matéria
Para que eu possa conservá-la
Digna do espírito que me anima.
Deixo na imensidade da tua força
Todos os males;
E levarei comigo
Todo o Poder
Da Magia Superior que representas.
Saravá!
Aqui deixo todos os meus males,
Todas as más influências,
Todos os pontos negativos
Que possam perturbar
A minha evolução...
Recebe em tuas profundezas
Tudo aquilo que me é maléfico
E devolve-me os fluídos eternos
Que hão de me tornar forte
Para que eu possa fortalecer
Todos aqueles que me rodeiam;
Enche-me o espírito de bênçãos
Para que eu possa abençoar
Toda a humanidade.
Em nome do Infinito Poder,
Lava-me a matéria
Para que eu possa conservá-la
Digna do espírito que me anima.
Deixo na imensidade da tua força
Todos os males;
E levarei comigo
Todo o Poder
Da Magia Superior que representas.
Saravá!
Saravá!
Saravá!
PONTO DE
CHAMADA
Olhei pro
mar, vi uma Estrela a brilhar
é Mamãe
Sereia, a Rainha do Mar...
Estrela ê!
Estrela á! Estrela brilha ê, ê, á!
Quem sai das
águas, vem beirando a areia,
É Mamãe
Sereia, a Rainha do Mar.
Mulher
bonita dos cabelos negros
traz em seu
olhar o encanto do luar
E lá na
areia seus filhos a esperam
soando os
atabaques,
para os
trabalhos começar.
Doce
Yemanjá, Rainha do Mar...
TRONO
|
TRONO
FEMININO DA GERAÇÃO E DA VIDA
|
Linha
|
Geração
|
Fatores
|
Criativo
(Fator puro) e Geracionista ou Gerador (Fator misto).
|
Essência
|
Aquática
|
Cor
|
Branco
cristalino, prata ou azul claro.
(Em
algumas Casas: Branco, azul claro. Também verde claro e rosa claro.)
|
Características
|
Maternal,
protetora, competente, dedicada, mandona, possessiva, Intrigante,
controladora.
|
Instrumentos
|
Abebé
(leque prateado, em forma circular, que pode trazer um espelho no
centro); adê (coroa ou
diadema); braceletes e pulseiras.
|
Fio de
Contas
|
Contas e
Miçangas de cristal. Firmas cristal.
Também
podem ser feitos de pequenas pedras de Água Marinha.
|
Ervas
|
1-
Fonte: Adriano Camargo:
Ervas
agressivas ou quentes de Yemanjá: Erva de bicho, buchinha do norte, alho.
Verbos atuantes nas ervas quentes: invadir, transbordar, corroer, derramar.
Ervas
equilibradoras ou mornas: Alfazema, anis estrelado, rosa branca, camomila,
manjericão, erva de Santa Maria, mentruz, hibisco (flor), manjerona, mulungu
(casca e raiz), noz moscada, margarida, sensitiva, arroz. Verbos atuantes nas
ervas mornas: gerar, fluir, sustentar, avolumar.
2- Mais
ervas de uso comum: As pétalas de flores brancas e azuis clarinhas
em geral; abebê; aguapé; alcaparreira (ou galeata); alga marinha; alteia (ou
malvarisco); anis estrelado; araçá da praia (ou araticum do brejo, ou maçã de
cobra); azaléia; boldo; camélia; cavalinha (ou milho de cobra); coco de iri;
colônia (ou cardamono); condessa; embaúba; erva cidreira; erva de Santa
Luzia; flor de laranjeira; folha de leite; fruta da condessa; gardênia;
gerânio; golfo; graviola; guariroba; guabiraba (ou guabiroba); hortelã;
hortênsia; íris; jasmim; jarrinha; jequitibá rosa; lágrimas de Nossa Senhora;
levante; lótus; mãe boa; macela; malva; malva branca; marianinha (ou
trapoeraba azul); musgo marinho; nenúfar; olhos de Santa Luzia (ou trapoeraba
branca); oriri; pata de vaca; rama de leite; papoula; plantas aquáticas;
trevo; unha de vaca; valeriana; violeta.
|
Oferendas
|
1-Comidas
rituais: Canjica branca, peixe de água salgada, arroz-doce com mel,
camarão, acaçá, pudim, manjar branco com calda de ameixa ou de pêssego, sagu
com leite de coco, cocada branca, bolo de arroz, ebôya e vários tipos de
furá. (Observação:
*Ebôya, eboia ou fava
de Yemanjá- Comida ritual do Candomblé, feita com fava cozida
refogada com cebola, camarão, azeite de
dendê ou azeite doce. Pode ser feita com o milho branco
na falta da fava, então recebendo o nome de Dibô. É oferecida especificamente
a Yemanjá. *Furá- Comida votiva ou ritual, no Candomblé. São
bolinhos ou bolas feitos de arroz, ou inhame, ou farinha de mandioca, ou
farinha de milho.)
2-Frutas: Mamão,
graviola, uvas brancas, melancia, melão, maçã verde, pêra, coco verde,
coco seco, caqui, ameixa clara, uva-passa branca, pêssego, goiaba,
melão, uvas dedo de dama (uva Juliana), laranjas doces, as frutas suaves
em geral, nabo, pepino.
3-Bebidas: Água
de coco, mel, água salgada ou potável, o champanhe claro e os sucos de suas
próprias ervas e frutos.
4-Flores: Rosas
e palmas brancas, angélicas, orquídeas, crisântemos brancos.
|
Símbolo
|
Lua
minguante, ondas, peixes.
|
Pontos
da Natureza
|
Mar.
|
Flores
|
Rosas e
palmas brancas, flor de laranjeira, hibisco, angélicas, orquídeas,
crisântemos brancos, hortênsia, azaléia, gerânio, papoula, nenúfar (a flor da
planta aquática de mesmo nome, também conhecida como lótus branco).
|
Essências
|
Jasmim,
Rosa Branca, Orquídea, Crisântemo.
|
Pedras
e Minérios
|
Pedras: Pérola,
Água Marinha, Lápis-Lazúli, Calcedônia, Turquesa, Diamante, Madrepérola,
Zircão, Quartzo Azul, Topázio Azul e pedras azuis em geral. Dia indicado para
consagrar: domingo. Hora indicada: 10 horas.
Minério: Platina.
Dia indicado para a consagração: sábado. Hora indicada: 12 horas.
|
Metal
|
Prata,
Cobalto e Chumbo.
(Observação: A maior parte da Prata é um subproduto
da mineração de Chumbo e está frequentemente associada aoCobre.
Dentre os metais, é a que mais conduz corrente elétrica, superando
o Cobre e o Ouro.)
|
Saúde
|
1-Psiquismo
e Sistema Nervoso- quadros ligados às emoções, que sempre são relacionadas ao
elemento água e às influências da Lua e de Netuno, planetas associados ao
Orixá Yemanjá.
2-Porque
Yemanjá é a Regente do Sentido da Geração e da Vida, ligado ao Chakra Básico,
também estão envolvidos a coluna vertebral, os rins, o aparelho reprodutor e
os membros inferiores e alguns músculos.
As
musculaturas que podem ser atingidas por um bloqueio nessa região são: glúteos,
diafragma pélvico, músculos internos da barriga e da região lombar
(abdominais, lombares, lombo sacrais e glúteos médios).
Pessoas
com estes bloqueios podem apresentar hemorróidas, dores lombares, tensão nas
pernas e pés, problemas nos aparelhos urogenitais e dificuldades sexuais.
|
Planeta
|
Lua e
Netuno.
|
Dia da
Semana
|
Na
Umbanda, os dias da semana consagrados a Yemanjá são a 2ª feira (regência da
Lua) e a 6ª feira (dia de Vênus e de Netuno; sendo que o planeta
Netuno, “o deus dos mares”, está diretamente associado a Yemanjá e à Linha
dos Marinheiros).
No Culto
de Nação e no Candomblé, no geral, Yemanjá tem como dia da semana o sábado.
Alguns lhe dedicam a 6ª feira.
|
Elemento
|
Seu 1º
Elemento de atuação é a Água e o 2º elemento é o Cristal.
|
Chakra
|
Básico
(ligado ao Sentido da Geração).
O chakra
Básico (ou Raiz) fica na base da coluna vertebral, logo acima dos órgãos
reprodutores. Dá sustentação aos demais chakras. Posição vertical, ele se
abre para baixo, formando um eixo magnético com o chakra da Coroa.
Abrange: Alimentação,
equilíbrio, saúde e finanças. Pode solucionar grande parte dos problemas
comuns no ser humano.
Importância
deste chakra: Ligado às glândulas supra-renais, é o responsável
pela absorção da Kundalini (energia da terra) e pelo estímulo direto da
energia no corpo e na circulação do sangue. Está muito ligado às sensações
físicas e diretamente relacionado com os membros inferiores e os instintos
físicos. Atua na irrigação dos órgãos sexuais.
Por meio
dele é que entram as energias que nos conectam com a terra e com o mundo
exterior. Ligação com a terra, com o bem-estar físico, com o instinto
de sobrevivência, com a vitalidade e com a sexualidade.
Está
diretamente ligado à vontade: ele nos dá motivação e energia para
agir, fazer, realizar, ganhar nosso sustento, enfrentar obstáculos etc.
Na época
atual, encontra-se passivo, na maioria dos indivíduos, pois só entra em
atividade por um ato de vontade dirigida e controlada pelo iniciado. Por que
isso? Porque o chakra Básico responde ao aspecto vontade.
Da mesma
forma que o princípio “vida” está situado no coração, o princípio da
“vontade” está situado no chakra Básico, na base da coluna.
Seu
principal aspecto é a inocência, qualidade pela qual experimentamos a alegria
pura, infantil, sem as limitações do preconceito e dos condicionamentos, e
que nos dá dignidade, equilíbrio e um enorme senso de direção e propósito na
vida. É apenas simplicidade, pureza e alegria.
No chakra
Básico se unem matéria e espírito e a Vida se relaciona com a forma. É
o chakra onde a "serpente de Deus" (Energia Divina) experimenta
duas transformações:1- A “serpente da matéria” permanece
enrolada sobre si mesma, e se transforma na "serpente da sabedoria"
quando despertamos nossa consciência de filhos de Deus; 2-A
“serpente da sabedoria” sobe ao longo da coluna, até chegar ao topo da
cabeça, no chakra da Coroa, e então se converte no "dragão de luz
vivente", quando passamos a viver conectados com a Luz.
Essas
etapas são nutridas pela Energia que flui através da coluna vertebral, por
intermédio do cordão vertical (eixo magnético) que se forma do chakra
Coronário ao chakra Básico.
Esta é uma
representação da energia kundalini, uma Energia Divina que vem da
Terra, que é básica para a nossa existência, e que desperta quando tomamos
consciência de que somos espíritos imortais vivendo importantes experiências
na carne. Ao tomarmos consciência da nossa origem Divina, a kundalini
desperta e nos traz o prazer de viver, gratidão pela Vida etc. Então ela sobe
pela coluna vertebral, até chegar ao chakra da Coroa, onde se encontra com as
Energias que vêm do Alto (“as Energias do espírito”).
Cor de
vibração do chakra Básico: vermelho.
Desequilíbrios
neste chakra podem ser tratados com o uso de velas e demais elementos ligados
a Yemanjá, a Divina Regente deste nosso centro de forças.
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Saudação
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Odô iyá,
Odô Fiaba, Odôyabá! Odoyá Omi Ô! Odô cyaba!
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Bebida
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Champanhe
branco, água mineral, calda de ameixa, calda de pêssego, “água de arroz”
(deixar o arroz de molho em água mineral e depois utilizar essa água), água
do cozimento da canjica.
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Animais
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Peixes,
Cabra Branca, Pata ou Galinha branca.
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Número
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Na
Umbanda, Yemanjá é associada ao número 08.
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Data
Comemorativa
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Em algumas
Casas: 02 de fevereiro, sincretizada com Nossa Senhora das Candeias (ou da
Luz) ou com Nossa Senhora dos Navegantes;
Em outras:
08 de dezembro, sincretizada com Nossa Senhora da Conceição.
Quando
sincretizada com Nossa Senhora da Glória, é festejada em 15 de agosto, data
em que a Igreja Católica festeja a Ascensão ou Assunção (subida aos céus) da
Virgem Maria.
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Sincretismo
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Nossa
Senhora das Candeias (ou da Luz); Nossa Senhora da Conceição dos Navegantes;
Nossa Senhora da Glória (nome que se dá à Virgem Maria pela sua Ascensão ou Assunção
aos Céus; sendo que Maria é a Mãe, dentro da liturgia Católica).
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Incompatibilidades
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No Culto
de Nação e no Candomblé, observam-se algumas proibições (euós ou quizilas) em
relação ao Orixá Yemanjá: quiabo, feijão, peixe de pele; ataré (pimenta da costa).
Para algumas Qualidades de Yemanjá, o dendê também é uma proibição. Tais
elementos não podem ser a Ela ofertados.
Seus
filhos e filhas de santo não podem consumir esses e também os seguintes
alimentos:
1-de
origem animal: a cabeça da galinha de angola; arraia; camarão vermelho;
caranguejo; lula; peixes de pele; peixes vermelhos; sangue de animais;
2-de
origem vegetal: inhame; uva branca; tangerina; banana-figo (muito parecida
com a banana da terra, porém menor e com um teor de açúcar mais baixo); carambola;
abóbora. (Fonte: “Culto aos Orixás, Voduns e Ancestrais
nas Religiões Afro-brasileiras”, org. Carlos Eugênio Marcondes de Moura,
Editora Pallas, 2004, páginas 48 e 190/193.)
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Qualidades
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Teoricamente,
haveria 16 Qualidades de Yemanjá, mas o número geralmente encontrado é
superior: Iemowo, Iamassê, Iewa, Olossa, Ogunté, Assabá, Assessu (ou Sessu ou
Iyasessu), Sobá, Tuman, Ataramogba, Masemale, Awoió, Kayala, Marabô, Inaiê,
Aynu, Susure, Iyaku, Acurá, Maialeuó, Conlá.
2-Na
Bahia e em Cuba se diz que há uma Yemanjá, filha de Olokun, à qual se chega
por sete caminhos. Daí falar-se em sete Yemanjás; sendo que cada nome diz
respeito ao ponto da natureza onde a Divindade se encontra.
Segundo Lydia
Cabrera, Antropóloga e Poeta cubana que viveu de 20
de maio de 1899 a 19 de setembro de 1991 e que é considerada uma autoridade
em cultura afro-cubana, os sete nomes, sete caminhos ou sete
Qualidades de Yemanjá e suas características são estas:
Iemowô,
que na África é a mulher de Oxalá;
Iamassê, mãe
de Xangô;
Euá (ou
Yewá)- Rio que na África corre paralelo ao rio Ògùn;
Olossá, a
lagoa na qual deságua o rio Ògùn;
Yogunté
ou Ogunté, casada com Ogun Alagbedé. É uma amazona terrível; traz na
cintura o facão e os outros instrumentos de ferro de Ogun. Adora carneiro e
não tolera pato;
Assabá-
Está sempre fiando algodão. Tem um olhar insustentável; é muito orgulhosa, e
somente escuta dando as costas ou ficando ligeiramente de perfil. Usa uma
corrente de prata amarrada no tornozelo. Foi mulher de Orumilá, que aceitava
seus conselhos com respeito;
Assessú-
É voluntariosa, muito séria e respeitável. Vive em águas agitadas. Gosta de
comer pato. Muito lenta ao escutar os pedidos dos fiéis, esquece-os; e se põe
a contar as penas do pato que lhe deram como oferenda. Quando se engana no
cálculo, ela recomeça, e a operação se prolonga indefinidamente.
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