Mãe YANSÃ é a Divindade que está assentada no pólo
negativo (absorvedor) e cósmico da Linha da Lei, onde atua de forma ativa, para
absorver os desequilíbrios cometidos no campo da Lei e da Justiça Divinas e
reconduzir os seres ao equilíbrio.
A Divindade Yansã é a Qualidade Direcionadora de Deus, que
atua de forma permanente em toda a Criação para que tudo e todos possam
evoluir. Tudo na Criação Divina é direcionado para um caminho de evolução.
Assim, Yansã é a força móvel que direciona a Fé (campo de
Oxalá), a Justiça (campo de Xangô), a Evolução (campo de Obaluayê), a Geração
(campo de Iemanjá), a Agregação (campo de Oxum), a Lei (campo de Ogum).
Pai Ogum é o aspecto fixo da Lei, a irradiar continuamente
as Vibrações Divinas da Lei Maior e com elas amparando e sustentando a tudo e
todos de forma passiva (sem forçar ninguém). E Mãe Yansã é o aspecto móvel da
Lei, que entra em ação para corrigir os desvirtuamentos dos seres neste Sentido
da Vida e recolocá-los no caminho reto, de modo que também a Justiça Divina
seja obedecida e aplicada. Pois quando a Lei não é cumprida, a Justiça também é
desrespeitada. Como Orixá Cósmico, Yansã pune quem desvirtua ou se aproveita
dessas Qualidades Divinas com más intenções.
Seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres.
Como Divindade Direcionadora e Movimentadora, Mãe Yansã retira os seres de um
caminho de estagnação evolutiva (provocada por seus desequilíbrios emocionais)
e ajuda a encaminhá-los, cortando os seus excessos emocionais e colocando-os no
caminho correto a seguir.
Além de corrigir excessos no campo da Lei e da Justiça,
Yansã é o Orixá que dá amparo àqueles que vivem em obediência à Lei e à Justiça
Maiores, protegendo-os e combatendo as injustiças que estejam enfrentando
(projeções mentais negativas externas, magias negativas etc.). Sua atuação é
Cósmica, ativa, negativa, mobilizadora e emocional, mas não é inconseqüente ou
emotiva, porque Ela é o Sentido da Lei, e a Lei não é apenas punidora, mas
também direcionadora.
É a mais guerreira de todos os Orixás Femininos.
Yansã atua na Linha da Justiça ao lado de Xangô, e também na
Linha da Lei ao lado de Ogum. Com Pai Xangô, Ela forma uma Linha polarizada ou
mista Justiça/Lei, na qual Ele atua pelo elemento Fogo e Ela atua pelo elemento
Ar. Já com Pai Ogum, Yansã forma um par puro na Linha da Lei, ambos atuando
pelo elemento Ar.
Na Lei: Mãe Yansã é Movimentadora, é a Lei atuando para
redirecionar os seres que se desequilibraram; e Pai Ogum é o princípio
ordenador inquebrantável.
Nos elementos: Pai Ogum é o ar que refresca e a brisa que
acalenta; e Mãe Yansã é o vendaval que desaba, e a ventania que faz tudo
balançar.
Na Fé: Ogum é o princípio a ser obedecido; e Yansã é a
novidade que renova a Fé na mente e no coração dos seres.
Na vida: Yansã é a busca de melhores condições de vida para
os seres.
Na Criação Divina: Ogum é a defesa de tudo o que foi criado;
e Yansã é a busca de adaptação do ser ao meio onde vive.
Na Irradiação da Lei, Ogum é passivo. Seu magnetismo
irradia-se em ondas retas, em corrente contínua, e seu núcleo magnético gira
para a direita (sentido horário). Seu Fator é Ordenador. Já Yansã é ativa, pois
seu magnetismo irradia-se em ondas curvas, em corrente alternada, e seu núcleo
magnético gira para a esquerda (sentido anti-horário). Seu Fator é
Direcionador. Ogum é a Lei, a via reta.
Mas Yansã é o próprio sentido de direção da Lei, pois Ela é
um Mistério que só entra na vida de um ser caso a direção que ele esteja dando
à sua evolução e à sua religiosidade não siga a linha reta traçada pela Lei
Maior. Neste caso, a Qualidade Direcionadora de Mãe Yansã envolve o ser numa de
suas espirais, impondo-lhe um giro completo e transformador dos seus
sentimentos viciados. Com isso, Ela o recoloca no caminho reto da vida; ou
então, se necessário, o lança no Tempo, onde a sua religiosidade desvirtuada
será paralisada e esgotada.
Neste último caso, os seres ficam retidos “no Tempo”, até
esgotarem os vícios e desequilíbrios que afetavam suas mentes, seu emocional e
seus campos energéticos. Por esse motivo é que a Divina Mãe Yansã tem uma
atuação importantíssima sobre os eguns, que são espíritos endurecidos no mal:
Ela os recolhe, paralisa, e os remete ao Tempo, nos domínios da Mãe Oyá-Tempo
(Logunan), para que ali eles sejam completamente esgotados dos seus
desequilíbrios. Só depois disso é que aquele ser- que deliberadamente praticou
o mal por muitas e muitas vezes, ao ponto de “endurecer no mal”, como se
costuma dizer-, somente depois de esgotado ou esvaziado da maldade que criou, é
que o ser estará em condições de ser redirecionado, para recomeçar sua
caminhada evolutiva.
Na Linha da Justiça, Yansã é seu aspecto móvel, pois atua na
transformação dos seres, absorvendo seus magnetismos negativos; e Xangô é seu
aspecto passivo, assentado ou imutável, a irradiar continuamente a Vibração da
Justiça e do Equilíbrio Divinos para toda a Criação.
Sempre que a Justiça Divina é ativada, tanto o seu pólo
passivo quanto o seu pólo ativo são ativados, e aí surge Yansã, a Regente da
Lei nos campos da Justiça.
A natureza eólica (=do ar) de Yansã expande o fogo de Xangô.
Assim, logo que o ser é purificado de seus vícios (pelo fogo de Xangô), Yansã
entra na vida daquele ser e o redireciona e o reconduz para outro campo, no
qual retomará sua evolução.
O primeiro elemento de Yansã é o Ar, que movimenta e
sustenta o Fogo. Pois Yansã é movimento o tempo todo. O Fogo é, portanto, o
segundo elemento de atuação desta Divindade.
Como aplicadora da Lei nos campos da Justiça, Yansã é
extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os seres fora da Lei,
alterar todo o seu emocional, mental e consciencial, para então redirecioná-los
numa outra linha de evolução, que os aquietará e facilitará suas caminhadas
pela linha reta da evolução. Quando não é possível reconduzi-los, então uma das
Intermediárias Cósmicas de Yansã paralisa os seres desequilibrados, retendo-os
num dos campos de esgotamento mental, emocional e energético, até que eles
tenham sido completamente esgotados dos seus negativismos e tenham descarregado
todo o seu emocional desvirtuado e viciado.
Mãe Yansã Maior (ou Yansã Planetária) possui vinte e uma
Yansãs Intermediárias, que são assim distribuídas:
- Sete atuam junto aos pólos magnéticos irradiantes,
auxiliando os Orixás Regentes dos pólos positivos (Orixás Universais), como
aplicadoras da Lei, recorrendo aos aspectos positivos do Orixá Yansã
Planetário;
- Sete atuam junto aos pólos magnéticos absorventes,
auxiliando os Orixás Regentes dos pólos negativos (Orixás Cósmicos), como
aplicadoras da Lei, recorrendo aos aspectos negativos do Orixá Yansã
Planetário;
- Sete atuam nas faixas neutras das dimensões planetárias,
regidas pelos princípios da Lei, onde ou direcionam os seres para as faixas
vibratórias positivas ou os direcionam para as faixas negativas.
São vinte e uma Yansãs Intermediárias, aplicadoras da
Lei nas Sete Linhas de Umbanda, e seus campos preferenciais de atuação são os
religiosos.
Justamente por atuarem de modo especial no campo
religioso, Mãe Yansã Intermediária para a Linha da Fé nos campos do Tempo
(Yansã do Tempo) às vezes é confundida com o Orixá Oyá-Tempo, já que é Yansã
quem envia ao Tempo os eguns fora da Lei no campo da religiosidade.
Yansã do Tempo tem um vasto campo de ação e colhe os
espíritos desvirtuados nas coisas da Fé, enviando-os ao Tempo, onde serão
esgotados. Antes disso, Ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-los, só optando
por enviá-los a um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um
esgotamento total nos sete Sentidos é necessário.
Outra Intermediária de Mãe Yansã Maior é Yansã Balé
(do Balê ou das Almas), que é muito solicitada e muito conhecida porque atua
preferencialmente sobre os espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que
dão sustentação à vida. E como vida é Geração e Omolu atua no pólo negativo
(Cósmico) da Linha da Geração, então Yansã Balé envia aos domínios de Tatá
Omolu todos os espíritos que atentaram contra a vida de seus semelhantes ao
desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.
Também são muito conhecidas as Yansãs Intermediárias
Sete Pedreiras, dos Raios, do Mar, das Cachoeiras e dos Ventos (Yansã pura).
As outras Yansãs Intermediárias assumem os nomes dos
elementos que lhes chegam através das irradiações inclinadas dos outros Orixás.
E assim temos: uma Yansã do Ar, uma Yansã Cristalina, uma Yansã Mineral, uma
Yansã Vegetal, uma Yansã Ígnea, uma Yansã Telúrica, uma Yansã Aquática.
Este resumo pode nos dar uma idéia do quanto somos
amparados, protegidos e sustentados pelo Divino Criador, por Seus Tronos e Suas
Divindades, de uma forma tão Perfeita que a nossa mente limitada não alcança.
Acontece, às vezes, de nos sentirmos desanimados,
diante de situações que nos parecem injustas (traições, magias negativas,
difamações, injúrias, ataques gratuitos contra o nosso trabalho religioso
etc.). Nesses momentos, é importante lembrar que os Sagrados Orixás da Lei e da
Justiça Divinas e todos os Sagrados Regentes dos demais Sentidos da Vida e Seus
respectivos Intermediários estão em permanente atuação para nos defender e
proteger, retendo nas malhas da Lei e da Justiça todo aquele que atentar contra
a nossa vida, o nosso equilíbrio e a nossa evolução.
Para o nosso próprio equilíbrio e bem-estar, que
possamos cultivar o hábito de fazer orações diárias em louvor e gratidão ao
Divino Criador, aos Seus Divinos Tronos, aos Sagrados Orixás e a todas as
Divindades presentes na Criação, velando por nós, nos guiando, nos
direcionando, nos corrigindo, nos amparando, nos protegendo e nos defendendo, a
cada instante da nossa existência.
Isto nos dá uma dimensão da importância de nossas
vidas perante o Supremo Arquiteto do Universo e nos ajuda a valorizar também a
importância de cada momento vivido.
História
Na Nigéria, Yansã é a Divindade do Rio Niger. Impetuosa,
guerreira e de forte personalidade, é considerada a rainha dos espíritos dos
mortos, sendo reverenciada no culto dos eguns. Foi a principal esposa de Xangô,
acompanhando-o em toda a sua jornada, em cujo final ambos se tornaram Orixás,
tendo Ela se transformado nas águas turbulentas do Rio Níger.
O Níger é o
maior e mais importante rio da Nigéria, pois seus afluentes atravessam as
principais cidades do país, motivo pelo qual ficou conhecido com o nome Odò Oyá
(em yorubá, ya significa rasgar, espalhar). Esse rio é a morada da mulher mais
poderosa da África negra, a mãe dos nove oruns, dos nove filhos, do rio de nove
braços, a mãe do nove, Ìyá Mésàn, Iansã, Yánsàn.
O nome Yansã (ou Iansã), como é reverenciado na Umbanda, tem
origem provável numa dessas formas: Oyamésàn (que significa as nove Oyàs); Ìyá
Mésàn (a mãe transformada em nove); Ìyá Omo Mésàn (a mãe de nove crianças).
Cada uma delas está ligada a uma lenda, como será visto mais à frente.
Na tradição africana, embora seja saudada como a deusa do rio Níger, Mãe Yansã está relacionada ao
elemento fogo, o que indica a união de elementos contraditórios: Yansã nasce da
água e do fogo, da tempestade, de um raio que corta o céu no meio de uma chuva,
é a filha do fogo- Omo Iná. A tempestade é o poder manifesto de Yansã, rainha
dos raios, das ventanias, do tempo que se fecha sem chover.
Ela é uma
guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, e a batalha do
dia-a-dia é a sua felicidade. Sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja
na arte do amor. Mostra o seu amor e a sua alegria contagiantes na mesma
proporção que exterioriza o seu descontentamento. Dessa forma, passou a
identificar-se muito mais com atividades habitualmente relacionadas ao homem,
que são desenvolvidas fora do lar, rejeitando o papel feminino
tradicional.
Algumas lendas a
relacionam a antigos cultos agrários africanos ligados à fecundidade, e daí é
que vem a menção aos chifres de novilho ou de búfalo, símbolos de virilidade,
que sempre surgem nas suas histórias. Yansã é a única que pode segurar os
chifres de um búfalo porque, sendo cheia de encantos, foi capaz de
transformar-se em búfalo e tornar-se mulher da guerra e da caça.
Associada ao
ar, ao vento, à tempestade, ao relâmpago ou raio e aos ancestrais (eguns), é o
Orixá que domina os furacões e ciclones. É o Orixá do fogo, do calor. É
guerreira e regente das paixões. É o raio, a eletricidade, a energia
viva.
Yansã também tem ligação com a floresta, onde se esconde,
entra como mulher e se transforma num búfalo, animal considerado sagrado por
muitas tribos, porque sua carne alimentava o povo, seu couro fornecia roupas e
abrigos e seus ossos forneciam ferramentas. Yansã propicia a caça e alimento
abundante.
No Candomblé, suas contas costumam ser vermelhas ou tijolo,
o coral por excelência, o monjoló (uma espécie de conta africana, oriunda de
lava vulcânica) e seus símbolos são: os chifres de búfalo, um alfanje, uma
adaga de cobre e o eruexin (ou eruesin ou iruquerê, uma espécie de chicote
confeccionado com pelos de rabo de cavalo encravados num cabo de cobre, que a
Divina Mãe utiliza para espantar os eguns) Afefe, que é o vento, a tempestade,
acompanha Oyà.
Os tornados e tempestades são as marcas de seu
descontentamento.
Seus adeptos não podem sequer “encostar” em carneiro. E isso
tem fundamento numa lenda, que será vista adiante.
Lendas de
Yansã
1-Yansã é
dividida em nove partes
Diz uma
lenda que Ogum preparou-se para ir à guerra. Oyá, sua esposa, também guerreira,
quis acompanhá-lo, mas Ogum proibiu-a. Usando
de sua astúcia, e sem que Ogum soubesse, Oyá vestiu uma das roupas dele,
prendeu os cabelos por baixo de um capacete e seguiu-o.
A luta foi
grande. Ogum estava sendo derrotado, quando Oyá levantou sua espada, lutou por
ele e venceu a batalha. Então, Ogum quis saber quem era aquele guerreiro. E foi
quando Oyá, muito orgulhosa, tirou o capacete e soltou os cabelos, revelando-se.
Mas Ogum não
quis admitir que uma mulher o salvasse, e levantou sua espada para matá-la.
Oyá, ao mesmo tempo, também levantou a sua, para defender-se. As duas espadas
tinham o poder de dividir os seres em várias partes. As espadas tocaram-se no
ar. Travaram então uma grande luta, na qual Ogum cortou Oyá em nove partes e
Oyá cortou Ogum em sete.
Outra lenda conta que Oyá era a companheira de Ogum e o ajudava a forjar o ferro. Por essa ajuda, Ogum ofereceu-lhe uma vara de ferro, semelhante à que ele possuía e que tinha o poder de dividir os homens em sete partes e as mulheres em nove, se por ela fossem tocados no decorrer de uma briga.
Outra lenda conta que Oyá era a companheira de Ogum e o ajudava a forjar o ferro. Por essa ajuda, Ogum ofereceu-lhe uma vara de ferro, semelhante à que ele possuía e que tinha o poder de dividir os homens em sete partes e as mulheres em nove, se por ela fossem tocados no decorrer de uma briga.
Xangô
gostava de sentar-se próximo, a fim de apreciar o trabalho de Ogum, e de vez em
quando lançava olhares para Oyá, que também olhava para Xangô. Xangô era belo e
seu poder fascinava Oyá.
Um dia, Oyá
fugiu com Xangô.
Ogum
perseguiu-os. Encontrou-os e brandiu sua vara mágica. Oyá fez o mesmo. Suas
armas se tocaram ao mesmo tempo. Assim, Ogum foi dividido em sete e Oyá em
nove, recebendo Ele o nome de Ogum Méjeje (sete), enquanto Oyá recebeu o nome
de Yámessan (nove).
2- O Casamento de Yansã e Ogum. Oyá se transforma
em búfalo.
Ogum foi um dia caçar na floresta. Ficou à espreita e viu um
búfalo vindo em sua direção. Preparou-se para matar o animal com sua espada.
Mas o búfalo parou e, de repente, baixou a cabeça e despiu-se de sua pele. Da
pele saiu uma linda mulher. Era Yansã.
Sem saber que Ogum a observava, Yansã enrolou a pele de búfalo e os chifres que vestira, fez uma trouxa e a escondeu num formigueiro. Em seguida, partiu em direção ao mercado
Sem saber que Ogum a observava, Yansã enrolou a pele de búfalo e os chifres que vestira, fez uma trouxa e a escondeu num formigueiro. Em seguida, partiu em direção ao mercado
da cidade.
Assim que ela partiu, Ogum apoderou-se da trouxa, foi para
casa e guardou-a no celeiro de milho, seguindo também para o mercado. Lá,
encontrou Yansã, a mais bela mulher do mundo. Ogum foi subjugado pela sua
beleza e pediu-a em casamento. Yansã apenas sorriu e recusou. Ogum insistiu e
disse que a esperaria, pois não duvidava que ela aceitasse a proposta.
Yansã voltou à floresta e não encontrou os chifres e nem a pele de búfalo. O quê teria se passado? O quê fazer? Voltou ao mercado, já vazio, e viu Ogum que a esperava. Perguntou-lhe o que havia feito da trouxa que ela deixara no formigueiro. Ogum fingiu inocência e declarou que nada sabia.
Yansã voltou à floresta e não encontrou os chifres e nem a pele de búfalo. O quê teria se passado? O quê fazer? Voltou ao mercado, já vazio, e viu Ogum que a esperava. Perguntou-lhe o que havia feito da trouxa que ela deixara no formigueiro. Ogum fingiu inocência e declarou que nada sabia.
Yansã afirmou que sabia que ele escondera a pele e os
chifres, insistindo para que mostrasse o esconderijo. Disse que se casaria com
Ogum e viveria em sua casa, impondo algumas condições: “- Ninguém poderá me
dizer: “Você é um animal!”Ninguém poderá utilizar cascas de dendê para fazer
fogo. Ninguém poderá rolar um pilão pelo chão da casa”.
Ogum concordou e levou Yansã casa, onde reuniu suas outras mulheres e explicou-lhes como deveriam comportar-se. Ninguém deveria discutir com Yansã, nem insultá-la.
A vida organizou-se. Ogum saía para caçar ou cultivar o campo.
Ogum concordou e levou Yansã casa, onde reuniu suas outras mulheres e explicou-lhes como deveriam comportar-se. Ninguém deveria discutir com Yansã, nem insultá-la.
A vida organizou-se. Ogum saía para caçar ou cultivar o campo.
Yansã, em vão, procurava sua pele e seus chifres de búfalo.
Ela deu à luz uma criança, depois uma segunda e uma
terceira. Ao final, teve nove filhos.
Mas as outras mulheres viviam enciumadas da beleza de Yansã e decidiram desvendar o mistério da sua origem. Uma delas embriagou Ogum com vinho de palma e ele revelou o segredo: contou que Yansã era, na realidade, um animal e que sua pele e chifres estavam escondidos no celeiro de milho.
Mas as outras mulheres viviam enciumadas da beleza de Yansã e decidiram desvendar o mistério da sua origem. Uma delas embriagou Ogum com vinho de palma e ele revelou o segredo: contou que Yansã era, na realidade, um animal e que sua pele e chifres estavam escondidos no celeiro de milho.
Depois disso, logo que Ogum saía para o campo, as mulheres
insultavam Yansã: “- Você é um animal! Você é um animal! Pode exibir-se, mas
sua pele está no celeiro de milho!”
Um dia, todas as mulheres saíram para o mercado. Yansã correu para o celeiro e lá encontrou sua pele e chifres de búfalo. Vestiu-os e se sacudiu com energia. Quando as mulheres voltaram, investiu contra elas. Foi um massacre.
Um dia, todas as mulheres saíram para o mercado. Yansã correu para o celeiro e lá encontrou sua pele e chifres de búfalo. Vestiu-os e se sacudiu com energia. Quando as mulheres voltaram, investiu contra elas. Foi um massacre.
Yansã poupou apenas os filhos, dizendo-lhes que voltaria
para a floresta, onde eles não poderiam viver. Mas deu-lhes os chifres de
búfalo, com esta recomendação:
“- Quando estiverem em perigo, ou precisarem dos meus conselhos, esfreguem estes chifres um no outro. Em qualquer lugar que estiverem, e de onde eu estiver, escutarei suas queixas e virei socorrê-los”.
“- Quando estiverem em perigo, ou precisarem dos meus conselhos, esfreguem estes chifres um no outro. Em qualquer lugar que estiverem, e de onde eu estiver, escutarei suas queixas e virei socorrê-los”.
Eis por que dois chifres de búfalo estão sempre presentes
nos assentamentos e firmezas de Yansã.
3- Yansã e o Macaco Ijimeré
Em certa época, as mulheres eram relegadas a um segundo
plano, nas suas relações com
os homens. Então, resolveram punir os maridos. Oyá era a
líder das mulheres, e elas se reuniam na floresta.
Oyá havia domado e treinado um macaco marrom chamado
Ijimeré, utilizando para isso um galho de atori (ixan), e o vestia com uma
roupa feita com tiras de pano coloridas, de modo que ninguém via o macaco sob
os panos.
Conforme Oyá brandia o ixan no solo, o macaco pulava de uma
árvore e aparecia de forma alucinante, movimentando-se como fora treinado a
fazer. Durante a noite, quando os homens por lá passavam, as mulheres
(escondidas) faziam o macaco aparecer, e os homens fugiam, apavorados.
Cansados de tanta humilhação, os homens foram ver o babalaô
para descobrir o que estava acontecendo. Através do jogo de Ifá, o babalaô
conta-lhes a verdade e os ensina como vencer as mulheres através de sacrifícios
e astúcia.
Ogum foi o encarregado da missão. Ele chegou ao local das
aparições, vestiu-se com vários panos, ficando totalmente encoberto, e se
escondeu. Quando as mulheres chegaram, ele apareceu subitamente, correndo,
berrando e brandindo sua espada pelos ares. Todas fugiram apavoradas, inclusive
Oyá.
Desde então os homens dominaram as mulheres e as expulsaram
para sempre do culto de Egun. Hoje, eles são os únicos a invocá-lo e cultuá-lo.
Mesmo assim, rendem homenagem a Oyá, na qualidade de Igbalé, como criadora do
culto de Egun.
4- Oyá ganha de Obaluayê o reino dos mortos
Certa vez, houve uma festa com todas as
divindades presentes. Omolu-Obaluayê chegou vestindo seu capucho de palha.
Ninguém o podia reconhecer sob o disfarce e nenhuma mulher quis dançar com ele.
Só Oyá, corajosa, atirou-se na dança com o
Senhor da Terra. Tanto girava Oyá, na sua dança, que provocava vento. E o
vento levantou as palhas e descobriu o corpo de Obaluayê.
Para surpresa geral, ele era um belo
homem. E o povo o aclamou por sua beleza.
Obaluayê ficou mais do que contente, ficou
grato. Em recompensa, dividiu com ela o seu reino, fez de Oyá a rainha dos
espíritos dos mortos: Oyá Igbalé, a condutora dos eguns.
Oyá então dançou e dançou de alegria.
Para mostrar a todos seu poder sobre os
mortos, ao dançar, Ela agora agitava no ar o iruquerê, o espanta-mosca com que
afasta os eguns para o outro mundo. (Mitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi –
2001)
5-Oyá Recebe o Nome de Yansã, a Mãe dos
Nove Filhos
Oyá desejava ter filhos, mas não podia
conceber. Consultou um babalaô, que lhe recomendou um ebó. Ela deveria oferecer
um carneiro, um agutã, muitos búzios e muitas roupas coloridas.
Oyá fez o sacrifício e teve nove filhos.
Depois
disso, quando ela passava em direção
ao mercado, o povo dizia:
- Lá vai Yansã!- que quer dizer: a mãe de
nove filhos.
E lá ia ela, orgulhosa,vender azeite de
dendê.
Oyá não podia ter filhos, mas teve nove,
depois de sacrificar um carneiro.
Em sinal de respeito, por ter seu pedido
atendido, Yansã, a mãe dos nove filhos, nunca mais comeu carneiro.
E é por isso que seus adeptos também não
tocam em carneiro.
6- Yansã percorre vários reinos
para aprender
Yansã foi a paixão de Ogum, de Oxaguian e
de Exu. Conviveu e seduziu Oxóssi e Logun-Edé e tentou, em vão, relacionar-se
com Obaluayê.
Em Ifé, terra de Ogum, foi a grande paixão
do guerreiro. Aprendeu com ele e ganhou o direito do manuseio e uso da espada.
No auge da paixão por Ogum, Yansã partiu
para Oxogbô, terra de Oxaguian, onde aprendeu
e recebeu o direito de usar o escudo para
se proteger. Quando Oxaguian estava tomado de paixão por Oyá, ela partiu.
Pelas estradas, ela se deparou com Exu,
com ele se relacionou e aprendeu os mistérios do fogo e da magia.
No reino de Oxóssi, Oyá seduziu o deus da
caça, aprendendo a caçar, a tirar a pele do búfalo e a se transformar naquele
animal, com a ajuda da magia aprendida com Exu.
Seduziu o jovem Logun-Edé, filho de Oxóssi
e Oxum, e com ele aprendeu a pescar.
Depois, Oyá partiu para o reino de
Obaluayê, pois queria descobrir seus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto.
Lá chegando, tratou de insinuar-se,
dizendo:
- Como vai, Senhor das chagas?
Obaluayê responde: - O que Oyá quer em meu
reino?
Yansã lhe diz: - Ser sua amiga, conhecer e
aprender, somente isso. E para provar minha amizade, dançarei para você a dança
dos ventos! (Dança que usara para seduzir reis como Oxóssi, Oxaguian e Ogum).
Durante horas Yansã dançou, sem conseguir
atrair a atenção de Obaluayê, pois ele jamais se relacionou com alguém.
Yansã então procurou apenas aprender,
fosse o que fosse. E assim dirigiu-se ao homem palha:
- Obaluayê, com Ogum aprendi a usar a
espada; com Oxaguian, a usar o escudo; com Oxóssi, aprendi a caçar; com
Logun-Edé, a pescar; com Exu, aprendi os mistérios do fogo e da magia. Falta-me
apenas aprender algo contigo.
Obaluayê retrucou: - Você quer mesmo
aprender, Oyá? Então lhe ensinarei como tratar os mortos!
De início, Yansã relutou. Mas seu desejo
de aprender foi mais forte, e com Obaluayê ela aprendeu a conviver com os eguns
(espíritos de baixa luz) e a controlá-los.
Depois, Oyá partiu para o reino de Xangô,
pois acreditava que lá teria o mais vaidoso dos reis e aprenderia a viver
ricamente.
Mas, ao chegar ao reino do deus do trovão,
Yansã aprendeu muito mais que isso… Aprendeu a amar verdadeiramente e com
paixão, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio e lhe seu coração...
7- As
origens do acarajé
Segundo uma
antiga história da África, Xangô, marido de Yansã, certa vez a enviou para uma
aventura especial na terra dos baribas: buscar um preparado que daria a ele o
poder de cuspir fogo.
Ao invés de
obedecer ao marido, Yansã bebeu a alquimia mágica, adquirindo para si a
capacidade de soltar labaredas de fogo pela boca.
Mais tarde,
os africanos inventaram cerimônias que saudavam divindades como Yansã através
do fogo. E, para isso, usavam o àkàrà, um algodão embebido em azeite de dendê,
num ritual que lembra muito o preparo do acarajé.
O acarajé,
que abastece o tabuleiro das baianas, é o alimento sagrado de Yansã.
Divindades
assemelhadas:
Themis,
Atena e Astréia- Divindades guerreiras da cultura grega, ligadas à Justiça e à
ética
Nike- da
cultura grega (equivalente a Victória, da cultura romana)
Bellona,
Justitia- da cultura romana
Maat, Anat-
da cultura egípcia
Durga,
Indrani- da cultura hindu
Valquírias-
Divindades guerreiras da cultura nórdica. Conhecidas pela luminosidade das suas
armaduras, também chamadas “luzes do norte”
Maeve,
Nehelenia, Andrasta- Divindades da cultura celta
Irnini,
Inanna- Divindades guerreiras da cultura sumeriana
Ishtar-
Divindade babilônica equivalente à Inanna sumeriana
Mah-
Divindade da guerra da Capadócia
Daena-
Divindade persa
Anat-
Divindade mesopotâmica da guerra, da vida e da morte
Rauni-
Divindade da cultura finlandesa
Perkune
Tete- Divindade eslava
Características dos filhos de Yansã
Para os filhos de Yansã, viver é uma
grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas
pessoas. Escolhem seus caminhos mais por paixão do que por reflexão. Não
ficam em casa, vão à luta e conquistam o que desejam.
São atiradas, extrovertidas e diretas,
jamais escondem seus sentimentos. Entregam-se a súbitas paixões e de repente
esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse
existido. São extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam. Os
relacionamentos longos só acontecem em suas vidas quando controlam seus
impulsos, sendo então capazes de viver para o resto da vida ao lado da
mesma pessoa.
São audaciosas e ciumentas.
Vaidosas,
altruístas e inteligentes, são tagarelas, alegres e animadas, fazem festa com
tudo.
Comunicam-se
facilmente e falam alto. Otimistas, despachadas e carinhosas, têm excelente
disposição.
Tomam
decisões rápidas e têm alto poder de imaginação.
Têm um forte dom para a magia
e uma incrível capacidade de adaptação.
Trabalhadeiras,
dedicam-se inteiramente àquilo que gostam.
Tendem a ser autoritárias e
possessivas. Seu temperamento muda repentinamente, sem que ninguém esteja
preparado para essas guinadas.
Na condição de amigos, revelam-se
pessoas confiáveis. Mas, cuidado: os mais prudentes não ousariam confiar-lhes
um segredo, pois se mais tarde acontecer uma desavença, um filho de Oyá não
pensará antes de usar, como arma, tudo o que lhe foi contado.
Seu comportamento pode ser explosivo
como uma tempestade, ou calmo como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa os
tira do sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte,
pois na defesa dos filhos batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva,
não têm medida...
Quando oferendar: Para pedir
direcionamento em qualquer setor da nossa vida; para obter equilíbrio emocional
(quando a pessoa está muito alterada em suas emoções); para obter o amparo da
Lei e da Justiça Divinas em qualquer situação conflituosa; para pedir proteção
contra atuações negativas externas; para não ceder à tentação de revidar o mal
que alguém nos tenha feito; para fazer movimentar e superar situações de
estagnação que estejam se arrastando em algum setor da vida da pessoa.
Onde oferendar: Numa pedreira, num
campo aberto, à beira-mar ou à beira de uma cachoeira (no encontro
pedras/águas).
Oferendas:
1- Três velas brancas, três amarelas e três vermelhas;
champanhe branco; licor de menta e licor de anis ou de cereja; rosas e palmas
amarelas.
Montagem: Dispor as flores em círculo. Se a pessoa está
pedindo auxílio para problemas internos (bloqueios íntimos, excessos emocionais
etc.), as flores devem ser colocadas voltadas para dentro. Se a pessoa pede
auxílio para problemas externos a ela, colocar as flores apontando para fora.
Dentro do círculo das flores, despejar os licores. Em torno, firmar as velas,
alternando as cores (1 branca/1 amarela/1 vermelha). Circundando toda a
oferenda, derramar o champanhe.
2- 7 velas amarelas (ou vermelhas); 7 bananas
descascadas e cortadas no sentido do comprimento; 7 pedaços de canela colocados
em volta ou então sobre as bananas; mel para regar as bananas; palmas amarelas
e/ou girassóis circundando as frutas; champanhe branco; 1 prato de
papelão, pétalas de rosas amarelas e/ou vermelhas e folhas de laranjeira.
Dispor as frutas no prato de papelão forrado com pétalas de
rosas e as folhas de laranjeira
(ou diretamente sobre as pétalas e ervas). Colocar as flores
em volta. Circundar tudo com champanhe branco (ou então colocar a bebida em 7
metades de maracujás limpas, sem a polpa).
3- Uma folha de bananeira; mel; canela em pó; 7 mangas
descascadas e inteiras, regadas com mel; 7 maracujás inteiros; 7 copinhos
com água de chuva; 7 velas brancas, 7 velas amarelas e 7 vermelhas.
Montar a oferenda sobre a folha de bananeira regada com mel
e canela em pó (ou então sobre folhas de laranjeira ou até sobre pétalas de
rosas na cores branca, amarela e vermelha). Colocar as frutas no centro,
circular com os 7 copos com água de chuva. Circundar tudo com 7 velas brancas,
7 velas amarelas e 7 vermelhas (alternar: 1 vela branca/1 vela amarela/ 1 vela
vermelha).
Amaci: Água
de cachoeira, de rio, de fonte ou então água de chuva com rosas brancas, guiné
e alecrim, macerados e curtidos por sete dias.
Cozinha ritualística:
1-Acarajé: 500g
feijão fradinho, 3 cebolas raladas, 1 colher de sopa de sal, 1 garrafa de
dendê. Deixar o feijão de molho de véspera. Retirar o olhinho preto e a pele.
Triturar. Temperar com cebola e sal. Bater bem, com colher de pau, até virar um
creme. Reservar a massa para fritar.
Fazer um
molho: 500g de camarão seco, torrado e moído; 2 pimentas malaguetas, 1 cebola
ralada, coentro fresco bem batido, 2 xícaras de dendê. Misturar tudo
muito bem. Levar ao fogo por uns 10 minutos.
Fritar a
massa às colheradas, em azeite de dendê quente, dourando os dois lados.
Abrir os
acarajés com uma faca e rechear com o molho. Servir quente.
Oferendar
num prato de papelão coberto com folhas de alface. Ou colocar diretamente sobre
a alface (ou outra verdura).
2-
Bobó de camarão: Temperar cerca de 1 quilo e meio de camarões médios
com sal, pimenta, o suco de 2 limões, 1 maço de cheiro verde, 1 folha de louro
picada e 2 cebolas raladas. Deixar em repouso por uns 30 minutos. Depois,
refogar em 5 colheres (sopa) de óleo. Acrescentar 2 pimentões (sem pele e
picadinhos) e 8 tomates (picados, sem pele e sem semente). Tampar e deixar
apurar em fogo baixo por uns 15 minutos.
Cozinhar
cerca de 1 kg de mandioca e 500g de mandioquinha, separadamente. Depois
bater no liquidificador, com 2 copos de leite de coco. Juntar esse creme ao
refogado de camarão e apurar mais um pouco. Acrescentar 2 colheres (sopa) de
dendê e um pouco de molho de pimenta vermelha, a gosto. Deixar apurar por uns 5
minutos. Servir quente, com arroz branco ou com acaçá.
3-
Abará: - Ingredientes: 500 g feijão fradinho; 6 folhas médias de
bananeira cortadas em pedaços de 10 x 20 cm; 2 cebolas em pedaços; 250 gramas
de camarão seco defumado, sem casca; 1 colher (chá) de gengibre ralado; dendê.
Deixar o feijão
de molho na véspera. Retirar as cascas que se soltarem, lavar bem e coar. Bater
no liquidificador até ficar bem quebrado Reservar.
Cozinhar a
folha de bananeira no vapor por uns 4 minutos (até começar a murchar) e
reservar.
Bater o
feijão, a cebola, o camarão e o gengibre no liquidificador, até ficar uma massa
homogênea. Juntar o dendê e misturar bem.
Enxugar bem
as folhas de bananeira. Em cada uma, colocar uma colher da massa. Numa das
pontas, sobreponha um lado da folha sobre o outro. Dobre as laterais para o
centro, como uma flecha. Dobre para baixo. Repita a operação com a outra
extremidade.
Cozinhar os
abarás no vapor por 30 minutos, ou até dobrarem de volume.
Recheio:
Passar o camarão no liquidificador. Fritar a cebola no dendê, até murchar. Juntar
o camarão e refogar por uns 10 minutos, em fogo baixo. Se secar, junte um pouco
de água.
Cortar o
abará ao meio e rechear. Servir frio ou quente, na folha de bananeira.
4-
Nove espigas de milho ligeiramente cozidas e regadas com mel.
Oferendar sobre folha de bananeira.
5-Maçãs: Nove
maçãs inteiras, com casca e bem lavadas; rosas vermelhas e pedaços de canela
para decorar; mel o suficiente para regar.
Colocar as
maçãs numa panela com água apenas para uma leve fervura (amolecer levemente).
Retirar as maçãs, colocar numa bandeja ou prato de vidro ou de louça. Regar com
mel e enfeitar com as rosas vermelhas e a canela.
6-Pepinos: Nove
pepinos (do tipo gordinho), azeite de oliva, azeite de dendê e flores do campo
amarelas e vermelhas (ou rosas) para decorar.
Cortar os
pepinos (com casca e já lavados) em rodelas de espessura média.
Colocar o
pepino fatiado num alguidar, em camadas.
Cada camada
de pepino precisar ser regada: primeiro, com um fio de azeite de oliva; depois,
com um fio de dendê.
Enfeitar com
as flores.
Alguns
Caboclos de Yansã: Caboclo 7 Ventanias (de Oxalá e Yansã), Caboclo
Ventania, Caboclo Gira-mundo (de Oxalá e Yansã- “mundo”=espaço= Oxalá; e
“gira”=movimento=Yansã), Caboclo ou Cabocla dos Ventos, Caboclo 7 Pedreiras (de
Oxalá e Yansã), Caboclo Pedra Amarela (de Oxalá e Yansã).
Alguns
Exus de Yansã: Exu 7 Chifres (de Oxalá=7; e de Yansã= chifre), Exu 7
Fagulhas (Oxalá, Xangô e Yansã), Exu Gira-mundo (de Oxalá e Yansã), Exu 7 Giras
(de Oxalá e Yansã), Exu 7 Poeiras (de Oxalá, Omolu e Yansã), Exu Mangueira, Exu
Corta Ferro (de Yansã e Ogum), Exu 7 Pedreiras (de Oxalá e Yansã).
Algumas
Pombagiras de Yansã: Pombagira dos Ventos, Pombagira Ventania,
Pombagira Fogueteira (de Egunitá e Yansã), Pombagira das 7 Giras
(de Oxalá e Yansã), Pombagira Gira-mundo (de Oxalá e Yansã), Pombagira da Rosa
Amarela.
TRONO
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Feminino da Lei
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Linha/Sentido
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Lei
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Campos de atuação
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Lei e Justiça Divinas
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Atributo
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Lei/Direcionamento
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Fator
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Fator puro: Movimentador
Fator composto ou misto: Ordenador
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Essência
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Eólica (Ar)
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Elemento
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Ar
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Polariza com
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Ogum, na Linha da Lei, formando um par puro no elemento
Ar.
Também polariza com Xangô, na Linha da Justiça, formando
um par misto nos elementos Fogo/Ar
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Cor
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Amarelo. Também o vermelho.
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Fio de Contas
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Amarelas; ou amarelas e brancas; ou amarelas e vermelhas
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Ferramentas
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-Eruexim ou iruexim (chibata feita de rabo de cavalo e/ou
de búfalo e atada a um cabo de osso, de madeira ou de metal, que Yansã segura
em uma das mãos, quando dança, para impor respeito, proporcionar vento e espantar
e/ou encaminhar os eguns. É o signo de poder yorubá);
-Espada flamejante de cobre, que faz dela a guerreira do
fogo. (O cobre é um elemento metálico, de cor castanho-avermelhada,
maleável, sendo um condutor de eletricidade e de calor.);
-Dois chifres de búfalo- Símbolos de virilidade. Quando
emitem som, eles proporcionam a fecundidade.
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Ervas
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Alfavaca, arruda, buchinha do norte, calêndula, camomila,
cana do brejo, cânfora, capuchinha, casca de laranja, cavalinha, chapéu de
couro, cidreira, cipó cravo, cipó São João, erva de Santa Luzia, espada de
Santa Bárbara, eucalipto, folhas de pitanga, folha de fogo, folhas de bambu,
fumo (tabaco), hortelã, imburana, jurubeba, laranjeira, losna, mamona, picão
preto, pára-raio, tiririca, vence demanda, pinhão roxo, peregum rajado
(dracena verde e amarela), pinhão branco, quebra-demanda, semente de
girassol, sabugueiro, semente de imburana (cf. Adriano Camargo).
Mais ervas: Açucena, alfazema de caboclo, anil, brinco de
princesa (a flor), catinga de mulata, colônia, cordão de frade (ou cordão de
São Francisco), cerejeira,
cipó azougue, cravo
da índia, dormideira, erva prata, folhas de cajueiro, folhas de canela,
folhas de cenoura, folha de louro, folha de manga, folhas de rosa branca,
gervão roxo, gerânio rosa, gerânio vermelho, hibisco,
mal-me-quer, menta (é um tipo de hortelã), orquídea, pessegueiro,
samambaia, violeta, mitanlea, parietária.
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Símbolos
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Espada, cálice, raio, os chifres de búfalo, alfanje, adaga
de cobre, eruesin ou eruexin (espécie de chicote confeccionado com pelos de
rabo de cavalo e encravados em um cabo de cobre, utilizado pela Divindade
para "espantar os eguns").
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Ponto de força na Natureza
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As pedreiras e os caminhos.
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Flores
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Palmas amarelas e vermelhas, rosas amarelas e vermelhas,
açucena, tulipa, primavera, impatiens.
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Essências
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Mirra, canela, cravo, pitanga
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Pedras
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Citrino, cristal com enxofre. Dia indicado para a
consagração da pedra: 5ª-feira. Hora indicada: 16 horas.
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Metais e Minérios
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Metal: Cobre.
Minério: Níquel. Dia indicado para a consagração: domingo.
Hora indicada: 16 horas.
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Saudação
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"Salve a nossa Mãe Yansã!"- Resposta:
"EPARREI, YANSÃ!"
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Planeta
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Marte e o Sol
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Dia da Semana
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Terça-feira
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Chacra
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Laríngeo ou da garganta
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Saúde
Portais de Cura
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Glândula tireóide, garganta, ouvidos, pescoço, voz,
maxilares, tubos branquiais, traquéia, parte superior dos pulmões, braços,
esôfago. No aspecto emocional, diz respeito à nossa capacidade de comunicar e
expressar a nossa vontade (saber dizer “sim” e “não”) e de nos colocarmos
perante a sociedade.
Água de chuva, velas amarelas e vermelhas, pimentas
amarelas, pedaços de bambu, flores (cf. Adriano Camargo).
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Bebida
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Champanhe branco, licor de cereja, licor de anis, licor de
menta, vinho rosê, água de chuva.
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Animais
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Búfalo, borboleta,
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Comidas
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Abacaxi, manga rosa, romã, pitanga, maçã vermelha, cereja,
mamão, melão, moranga, pêssego, pitanga, caju, melancia, banana ouro, banana
nanica, cenoura com mel, jambo, tangerina, laranja
Bahia (laranja de umbigo), limão, uva
rosa, cereja, grãos. (Obs.: A banana tem um simbolismo particular, pela
cor amarela da casca e pelo formato da fruta, que lembra as “espirais”
de Yansã.)
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Números
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13 e 09
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Data Comemorativa
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O dia 04 de dezembro.
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Sincretismo
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Santa Bárbara, celebrada em 04 de dezembro.
Também é sincretizada com Santa Brígida.
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Incompatibilidades
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Carneiro
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Qualidades
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1-Oyà Biniká; 2-Oyà Seno; 3-Oyà Abomi; 4-Oyà Gunán; 5- Oyà
Bagán; 6- Oyà Onìrá; 7- Oyà Kodun; 8- Oyà Maganbelle; 9- Oyà Yapopo; 10-
Oyà Onisoni; 11- Oyà Bagbure; 12- Oyà Tope; 13- Oyà Filiaba; 14- Oyà Semi;
15- Oyà Sinsirá; 16- Oyà Sire; e 17- Oyà Gbale ou Igbale (aquela que retorna
à terra), que se subdivide em: Oyà Gbale Funán; Oyà Gbale Fure; Oyà Gbale
Guere; Oyà Gbale Toningbe; Oyà Gbale Fakarebo; Oyà Gbale De; Oyà Gbale Min;
Oyà Gbale Lario; Oyà Gbale Adagangbará. Estas Oyàs estão ligadas ao culto dos
mortos. Quando dançam, parecem expulsar as almas errantes com seus braços.
Têm forte fundamento com Omolu, Ogum e Exu.
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