Mãe Egunitá é a Divindade Cósmica assentada no pólo negativo
(absorvedor) do Trono da Justiça Divina.
Na Umbanda, Egunitá é cultuada como o Orixá Cósmico
que consome os vícios e desequilíbrios e faz a purificação dos templos
religiosos, do íntimo dos seres e das suas moradas. Ela atua para nos defender
das magias negativas e das injustiças, mas sempre a partir de uma
autopurificação, para então nos renovar. Isto é, primeiro Ela faz uma purificação
em nós mesmos, para nos renovar: purificação de conceitos e idéias antigas aos
quais nos apegamos e que nos prejudicam; purificação dos nossos vícios de
comportamento etc.
Mãe Egunitá nos traz uma face que faltava no estudo dos
Orixás, como Divindade do Fogo Purificador e Renovador. Antes das informações
trazidas por Pai Benedito de Aruanda, através da psicografia de Rubens
Saraceni, não havia na Umbanda um estudo sobre um Orixá que representasse o
Fogo da Purificação, o Fogo que destrói os desequilíbrios para trazer a
renovação do ser. Esta renovação é justamente o aspecto característico da
atuação de Mãe Egunitá e faz parte do seu culto, inclusive diferenciando-o de
cultos anteriores, como veremos a seguir.
O culto de Orixá vem da África, da cultura Nagô-yorubá. E
nessa cultura não havia um Orixá que representasse a Mãe do Fogo. Falava-se
numa “Iansã do Fogo” (Iansã-Egunitá ou Oyá-Egunitá) como uma Qualidade de
Iansã, mas não se tratava de outro Orixá. Dentro dos Cultos de Nação, é muito
antigo e de acesso restrito o culto de Iansã do Fogo, pois somente poderia ser
praticado por uma menina virgem de 11 anos de idade, mediante oferenda
específica, a qual exigia que se colhessem flores cortadas numa época
determinada e dentro de alguns preceitos. Já na Umbanda o culto à Mãe Egunitá é
bem diverso, dentro dos conceitos que Pai Benedito de Aruanda expôs. Primeiro,
porque se trata de outro Orixá, de outra Divindade, não mais apenas de uma
Qualidade de um Orixá já cultuado (no caso, Iansã). Depois, é preciso lembrar
que essas Mães atuam de forma diferente: Iansã é movimentadora e direcionadora;
enquanto Egunitá representa o Fogo Divino que consome os vícios e
desequilíbrios, purificando e renovando os seres perante a Justiça e a Lei
Divinas e lhes dando equilíbrio em todos os Sentidos da vida. Ou seja, “Iansã
do Fogo” não é o Orixá Egunitá de que nos fala Pai Benedito de Aruanda. Pela
mediunidade de Rubens Saraceni, Pai Benedito trouxe a informação de que no
Astral se conhece uma Divindade Feminina do Fogo cujo nome sagrado não chegou
ao nosso meio, mas que podemos chamá-la de Mãe Egunitá. Daí é que vieram o seu
nome e o seu culto específico na Umbanda, como a Mãe do Mistério do Fogo.
Ainda dentro dos conceitos dos Cultos de Nação, outra
Divindade Feminina que pode ser associada ao elemento Fogo é “Oxum do Fogo”,
uma Qualidade da Mãe Oxum. Mas aí estamos falando de um “fogo líquido”, também
diferente do Fogo Purificador de Egunitá, o qual tem o poder de consumir tudo
no local onde se condensou.
Por outro lado, o sincretismo de Egunitá com Santa Sara Kali
está ligado à idéia do “fogo destruidor” da Divindade Kali, cultuada na Índia.
Mas o Fogo de Egunitá não apenas destrói negatividades e desequilíbrios: ele
corta o que não é benéfico, mas para renovar, diferencial importante na atuação
do Orixá Egunitá.
Para que Egunitá atue em nossa vida, basta que nos tornemos
emocionalmente desequilibrados, irracionais, presos a conceitos que afrontam a
Lei e a Justiça Divinas, e aí receberemos sua atuação Cósmica, para nos
purificar e renovar. Seu Fator ígneo consome tudo ou retira o calor de tudo,
resfriando o objeto sob sua atuação e paralisando seus desequilíbrios. Ela
purifica os excessos justamente para renovar o ser.
Egunitá é associada ao Sol, ao planeta Júpiter e ao número
9.
Na Linha da Justiça, Egunitá polariza com Xangô. Formam um
par puro do Fogo. Ele é o Pai e Ela é a Mãe desse Mistério. Mas há outras
polarizações, que nascem da interação entre os campos da Justiça e da Lei:
existe uma estreita ligação entre Justiça e Lei, pois quando se fala em Justiça
logo se pensa na Lei que dá base para a atuação da Justiça; e quando se fala em
Lei logo se pensa na Justiça que aplica a Lei. Pois bem.
Na Linha da Justiça da Umbanda temos o par puro do Fogo nos
Orixás Xangô e Egunitá. E na Linha da Lei temos o par puro do elemento Ar nos
Orixás Ogum e Iansã. Xangô e Ogum são Orixás Universais e têm atuação
passiva, isto é, irradiam de forma contínua e dão sustentação e amparo a todos
os seres que vivem com equilíbrio os Sentidos da Justiça e da Lei, mas não
forçam ninguém a isso. Já Egunitá e Iansã são Orixás Cósmicos e atuam
basicamente atraindo os seres que se desequilibraram nestes Sentidos da vida,
para corrigi-los e recolocá-los num caminho reto; embora também amparem aqueles
que os vivem com equilíbrio.
Esses quatro Orixás atuam de forma conjunta, entrelaçada,
porque Justiça e Lei são inseparáveis. De modo que também formam pares mistos:
a) Xangô com Iansã; e b) Ogum com Egunitá. Iansã atua ao lado de Xangô
como aplicadora da Lei nos campos da Justiça; e Egunitá atua ao lado de Ogum
como aplicadora da Justiça nos campos da Lei. Portanto, Mãe Egunitá polariza
com Xangô (par puro do Fogo e da Justiça) e também com Ogum (par misto Ar e
Fogo, na Linha da Lei). O Ar de Ogum ordena, alimenta e expande o Fogo de
Egunitá; e o Fogo Purificador de Egunitá consome e aquece o Ar de Ogum, de modo
que se complementam.
Portanto, é na obra psicografada por Rubens Saraceni que
encontramos o conceito e fundamentação sobre o Orixá Egunitá, a seguir
resumidos:
Egunitá é nossa amada Mãe da Purificação. Regente Cósmica do
Fogo e da Justiça Divina, é o Fogo que purifica os sentimentos desvirtuados, é
a consumidora dos vícios e desequilíbrios e das energias dos seres fanáticos,
apaixonados e emocionalmente desequilibrados.
Na África, Ela aparece como uma das Qualidades de Iansã; mas
é em Si uma Divindade de mesmo nível, é Orixá.
Como Orixá Cósmico, Egunitá é sempre ativa e atuante no
combate às magias negativas ativadas contra as pessoas, suas moradas e templos.
Sua ação é fulminante. Sua energia é abrasadora e consumidora das concentrações
energéticas negativas dos mais variados tipos (como formas pensamento, miasmas
e larvas astrais), sendo temida pelos devedores da Lei e da Justiça. Em suas
falanges de auxiliares incluem-se milhares de guerreiras da luz portadoras de
espadas flamejantes, poderosos instrumentos no combate às trevas da ignorância.
Nas linhas auxiliares da Esquerda a Pombagira do Fogo é uma de suas guardiãs
trabalhando para as Linhas de Umbanda. Mesmo aqueles que não a conhecem, saibam
que Egunitá os conhece e os tem como filhos; e se estiverem passando por
dificuldades, diante da maldade gratuita, com certeza esta Mãe pode
ajudá-los.
Egunitá e Xangô são Orixás Solares e formam um par puro do
Fogo e da Justiça:
Pai Xangô é a chama que aquece o racional dos seres e abrasa
os sentimentos íntimos relacionados com as coisas da Justiça;Mãe Egunitá é o
fogo da purificação, que consome os vícios e esgota o íntimo dos seres viciados.
Xangô gera o
equilíbrio da Justiça;
Egunitá gera
o fogo que consome os desequilíbrios.
Xangô é a
chama universal;
Egunitá é a
labareda cósmica.
Xangô
é o raio solar gerador de vida;
Egunitá é a
chama solar que consome todos os elementos, em sua massa incandescente.
Xangô
é abrasador;
Egunitá é
incandescente.
Xangô
é passivo e seu magnetismo gira para a direita;
Egunitá é
ativa e seu magnetismo gira para a esquerda.
Xangô
irradia-se em raios retos;
Egunitá
irradia-se por propagação.
Xangô
é irradiação contínua e chega a todos o tempo todo;
Egunitá
propaga-se de forma Cósmica e suas fagulhas ígneas imantam tudo o que está
desequilibrado, até se formar uma condensação magnética ígnea, com labaredas
cósmicas que consomem os desequilíbrios, anulando sua causa e paralisando quem
estava desequilibrado.
Lei e Justiça são inseparáveis e para comentarmos Egunitá temos de envolver
Ogum, Xangô e Iansã, os outros três Orixás que também se polarizam e criam
campos específicos nas Linhas da Justiça e da Lei.
Xangô e Ogum irradiam em linha reta (irradiação contínua,
passiva ou Universal).
Iansã irradia em espirais (irradiação circular, ativa ou
Cósmica).
Egunitá irradia por propagação (irradiação propagada, ativa
ou Cósmica).
Xangô polariza com Iansã, e suas irradiações passivas se
tornam ativas no Ar (raios).
Egunitá polariza com Ogum e então suas irradiações por
propagação magnética assumem a forma de fachos flamejantes. Ogum lhe dá a
sustentação do elemento Ar, que alimenta e também ordena as Irradiações de
Egunitá como agente aplicadora da Justiça nos campos da Lei. O inverso
acontece com Ogum, que é passivo no elemento Ar e só se torna ativo no Fogo,
que é o seu segundo elemento; pois o Fogo de Egunitá alimenta o Ar de Ogum,
aquecendo-o e energizando suas irradiações.
Polarizada com Ogum, Egunitá aplica a Justiça nos campos da
Lei Divina e consome os vícios emocionais e os desequilíbrios mentais que
tornam os seres insensíveis à dor alheia e os transformam em tormentos para os
seus semelhantes. As Divindades têm uma função a realizar, da qual nós sempre
seremos beneficiários. Quando nos paralisam, Elas também estão nos ajudando, evitando
que continuemos trilhando um caminho que nos conduzirá a um ponto sem retorno.
Há milênios
existe na Índia o culto às Divindades Kali e Agni. No panteão hindu, Agni
é o Fogo no aspecto positivo e Kali é o Fogo em seu aspecto negativo
(purificação das ilusões humanas).
Agni é o
Fogo da fé e Kali é o Fogo das paixões humanas.
Agni é o
pólo masculino e Kali é o pólo feminino.
Agni é
passivo e irradiante e Kali é ativa e atratora.
Agni ilumina
o ser e Kali o toma rubro.
Agni é o
raio dourado e Kali é o raio rubro.
Agni é a
serpente flamígea da Fé e Kali é a serpente rubra da paixão.
Agni é a
chama que aquece e Kali é o braseiro que queima.
Recorremos às Divindades hindus Agni e Kali para mostrar
como um mesmo elemento possui dois pólos, duas naturezas, duas formas de nos
alcançar e estimular, ou então de nos paralisar; de acelerar, ou de paralisar
nossa evolução; de estimular nossa fé, ou de esgotar nossos emocionais
desequilibrados.
Agora, se colocarmos no lugar de Agni o nosso amado Orixá
Xangô e no lugar de Kali a nossa amada Mãe Egunitá, teremos os mesmos aspectos
divinos, mas irradiados por Divindades humanizadas em solo africano. Teremos a
Linha pura do Fogo Elemental, cujas energias incandescentes e flamejantes
consomem os vícios e estimulam o sentimento de justiça. As qualidades,
atributos e atribuições de Xangô e Egunitá são estas: aplicar a Justiça Divina
em todos os Sentidos da Vida.
Da leitura desse texto, podemos fazer uma observação:
Cada povo, cada cultura enfim, percebe ou entende e cultua
as Divindades de Deus conforme a sua visão particular de mundo e de vida. Pois
Deus não cria Divindades “especiais” para cada religião inventada pelo homem.
Nós é que interpretamos a mesma Divindade ou o mesmo Mistério Divino de formas
diferentes. Nenhuma religião é ”dona” das Divindades ou “dona da verdade”. Mas
todas as religiões são igualmente importantes em agrupar pessoas com
pensamentos e entendimentos afins a respeito do Criador e da Criação. No final
das contas, cada um de nós “olha para Deus de baixo pra cima”, vislumbrando a
Criação como podemos, a partir da nossa realidade humana e tentando entender
tudo a partir dessa perspectiva. E por isso a nossa visão será sempre limitada.
Há outras realidades, outras dimensões etc. Alguém já disse: “Há mais coisas
entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”. Apenas o Criador pode
olhar o Todo de uma posição equidistante (e o desenho de um círculo com um
ponto no meio representa isto: Deus, o Pai-Mãe de tudo e de todos, colocado na
Criação numa posição igual para todos, a uma mesma distância, sem ter
“privilegiados”).
Enfim, nem todos cultuam o Orixá Egunitá, mesmo na Umbanda.
Muitos permanecem cultuando “Iansã do Fogo”. Haveria certo e errado, nessa
questão? Pensamos que não. O importante é caminharmos no sentido de buscar um
entendimento da vida e de nós mesmos, como algo que vai muito além da carne e
dos sentidos físicos. Fazer isso de forma sincera, de todo o coração, e com
amor pela nossa vida e pela Vida Maior. E sempre respeitando as crenças
alheias. O importante é que os Orixás nos amam, nos conhecem e nos reconhecem
como Seus filhos, independente do modo como nos dirigimos a Eles. Como
Divindades de Deus, os Orixás zelam pela Criação desde sempre e para sempre. A
maneira pela qual entendemos Deus e Suas Divindades não Os modifica, não
modifica e não diminui o Poder de Deus e nem o Amor das Divindades para com
todos os seres da Criação.
Características dos filhos de Egunitá:
No positivo: São pessoas ativas, emotivas, impulsivas,
reparadoras, falantes e geniosas.
Apreciam as conversas reservadas; os espetáculos emotivos;
as reuniões de estudo, de orações, políticas; a companhia de pessoas passivas e
de homens que as incandesçam. Gostam de passear, de se vestir bem e com roupas
coloridas ou de cores fortes.
Não apreciam pessoas presunçosas, arrivistas
(inescrupulosas) e preguiçosas, bem como festas monótonas, conversas tolas,
comidas insossas e bebidas adocicadas.
No negativo: tornam-se egoístas, briguentas, intrigantes,
vingativas, insensíveis e teimosas.
Quando oferendar: Para pedir ao Fogo Purificador que
consuma energias negativas, vícios, excessos emocionais e cordões negativos que
estejam envolvendo a nós mesmos e/ou aos nossos templos e moradias.
Amaci de Egunitá:
Água da fonte com pétalas de rosa cor-de-rosa, folhas de
alecrim e de arruda maceradas e curtidas por 3 dias.
Modelos de Oferendas:
1- Fazer um círculo com 7 velas brancas, 7 vermelhas e 7 de
cor laranja (ou amarelas). Dentro deste círculo, colocar rosas vermelhas (ou flores
do campo vermelhas e/ou alaranjadas). Despejar um pouco de licor de menta
dentro do círculo das flores. Cortar ao meio um maracujá e colocar as duas
metades dentro do círculo de flores: uma com água e a outra com azeite de dendê
(ou com azeite de oliva consagrado). Firmar as velas e pedir a bênção da Mãe
Egunitá.
2- Um copo com licor de menta, um copo com água
mineral e um copo com vinho tinto; 1 pemba branca e 1 vermelha; palmas
vermelhas e flores cor laranja; 1 vela palito de cada uma destas cores: laranja,
vermelha, branca, amarela e azul escuro. Fazer um círculo com as flores e no
meio dele formar um triângulo com os copos das bebidas. Dentro deste triângulo,
colocar as pembas. Circular tudo com as velas, dispondo-as de forma alternada
(laranja, vermelha, branca, amarela, azul). Firmar as velas e fazer o pedido à
Mãe Egunitá.
3- Velas de cor laranja, vermelha e dourada; frutas:
laranja, tangerina, mexerica, laranja kinkan; bebida: licor de menta; flores
vermelhas e laranja. (Do site do Templo da Luz Dourada, de Mãe Mônica
Berezutchi.)
4- Do livro “Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada”,
de Rubens Saraceni:
Elementos: um copo com licor de menta; um copo com água; 1
pemba branca, 1 pemba vermelha; 7 velas vermelhas, 7 velas douradas, 7 velas
azuis, 7 velas amarelas e 13 velas brancas.
Montagem: Fazer uma cruz com as velas brancas, colocando 7
na vertical e 3 de cada lado, na horizontal.
No canto superior direito da cruz, colocar as 7 velas
douradas. Isso vai formar um triângulo com as velas brancas do centro superior
e as do braço direito superior (horizontal) da cruz. Dentro dele, colocamos o
copo com licor de menta;
No canto inferior direito da cruz, colocar as 7 velas azuis.
Isso vai formar outro triângulo, este com as velas brancas da vertical inferior
e as do braço direito horizontal da cruz. Dentro deste triângulo colocamos a
pemba branca. No canto superior esquerdo da cruz, colocar as 7 velas vermelhas.
Elas vão se juntar às velas brancas da parte vertical superior da cruz e às
velas brancas do braço horizontal esquerdo da cruz, formando outro triângulo de
velas. Dentro dele, colocamos o copo com água;
No canto inferior esquerdo da cruz de velas brancas,
colocamos as 7 velas amarelas. Isso vai formar mais um triângulo de velas.
Dentro dele, colocamos a pemba vermelha.
Em seguida, cercar a oferenda com palmas vermelhas. Depois,
saudar Mãe Egunitá e pedir a proteção almejada.
Sempre que oferendamos o Orixá Egunitá, antes devemos fazer
uma oferenda à Senhora Pombagira do Fogo. Esta oferenda será posta à esquerda
do lugar escolhido para a oferenda ao Orixá (ex.: 7 passos à esquerda), e com
estes elementos: rosas vermelhas, velas vermelhas e champanhe rosê.
Cozinha ritualística:
1- Fava vermelha: Cozinhe ligeiramente uma
porção de fava vermelha apenas em água. Escorra. Em outra panela, refogue 1
dente de alho picadinho, 1 cebola picadinha e 1 colher de azeite de oliva (ou
de dendê). Acrescente sal a gosto e refogue ligeiramente a fava já cozida.
Decorre uma gamela com tiras de cenoura e pedacinhos de gengibre, ou então com
flores vermelhas ou de cor laranja, e aí coloque a oferenda.
2- Laranja com gengibre: Use 1, 3 ou 9 laranjas.
Lave e seque as laranjas. Descasque, retire as sementes e reserve a casca.
Corte cada uma das laranjas em 9 tiras ou pedaços.
Prepare uma calda (com água e açúcar), leve ao fogo e deixe
começar a engrossar. Coloque as laranjas nessa calda para aferventar (uns 5
minutos) e acrescente gengibre em pedacinhos ou em pó. Retire. Sirva numa
gamela (de madeira) forrada com as cascas de laranja que estavam reservadas
(corte as cascas em tiras, ou em pedacinhos, como preferir). Decore com pedaços
de gengibre. [*Obs.: A mesma receita pode ser feita com limão, no lugar da
laranja.]
3-Moranga com peito de boi- Ingredientes: 1
moranga; meio quilo de carne de peito de boi; tomate, cebola, dendê; meio quilo
de fava vermelha; cheiro-verde, orégano.
Preparo: Cortar uma tampa da moranga e retirar as sementes.
Lavar e cozinhar por uns 10 minutos (numa panela com água suficiente para
cobrir a moranga). Reservar. Cozinhar a fava apenas com água, por uns 10
minutos. Escorrer a água e reservar a fava cozida. Refogar a cebola e o tomate
picadinhos e ali cozinhar o peito de boi cortado em cubinhos, por uns 10
minutos. Acrescentar 1 colher de sopa de dendê e temperos (cheiro-verde,
orégano), para finalizar. Colocar a carne na moranga e cobrir com a fava.
Oferendar num prato de papelão forrado com folhas de cenoura (a rama da
cenoura).
4- Feijão de corda- Ingredientes: meio quilo de
feijão de corda; meio quilo de quiabo cortado em rodelas; 1 cebola picada;
azeite de dendê. Preparo: Cozinhar o feijão apenas em água, por 10 minutos.
Escorrer e reservar. Refogar ligeiramente o quiabo com a cebola, o dendê e o
feijão cozido. Colocar tudo numa gamela, ou num prato de papelão. Forre o
vasilhame escolhido com folhas de agrião (ou com galhos de arruda) previamente
lavadas. Colocar a oferenda e regar com dendê.
5- Sobre um punhado de folhas de arruda
previamente lavadas e enxutas (ou sobre rama de cenoura), oferendar nove
acarajés. Enfeitar com flores vermelhas ou de cor laranja, ou ainda com
girassóis.
Alguns Caboclos de Egunitá: Caboclo Mata
de Fogo (mata=Oxóssi; fogo= Egunitá), Caboclo do Fogo (de Xangô e Egunitá),
Caboclo Pedra do Fogo (de Oxalá, Xangô e Egunitá), Caboclo Folha de Fogo
(folha=Oxóssi; fogo= Xangô e Egunitá).
Alguns Exus de Egunitá: Exu do Fogo (de
Xangô e Egunitá), Exu Folha de Fogo (folha= de Oxóssi; e fogo= de Xangô e
Egunitá), Exu Corta Fogo (corta= de Ogum; e de Xangô e Egunitá= fogo), Exu
Labareda (Xangô e Egunitá).
Algumas Pombagiras de Egunitá: Pombagira
do Fogo, Pombagira Fogueteira (de Egunitá e Iansã), Pombagira Machado do Fogo
(de Xangô e Egunitá).
Divindades assemelhadas:
Héstia —
Divindade grega (a Vesta romana) muito antiga e adorada como deusa do lar. Está
presente no fogo da lareira, que é o centro do lar; sem ela não havia nem a
comida e nem o calor que nos aquece no frio; ela é o próprio fogo. Protegia a
família e a ordem social, também evocada para dar os nomes às crianças.
Kali —
Divindade hindu “negra” da destruição e purificação. Representa o elemento
fogo, com sua língua roxa. Não usa roupa e seu corpo é coberto por longos
cabelos negros. Usa um colar de caveiras, tem quatro braços e leva em cada mão
armas de destruição e uma cabeça sangrando. É a devoradora do tempo.
Enyo —
Divindade da guerra em seu aspecto de “destruidora”, o que a remete a uma
condição de
Divindade da purificação.
Sekmet —
Divindade egípcia (“a poderosa”) traz em si as qualidades de purificadora dos
vícios e esgotadora daqueles caídos no mal. Representada por uma mulher com
cabeça de leoa encimada pelo disco solar, representando o poder destruidor do
Sol, é aquela que usa o coração com justiça e vence os inimigos.
Brighid —
Divindade celta do fogo, seu nome significa “luminosa”. Filha de Dagda (o bom
deus) tinha aspectos tríplices. Deusa da inspiração e poesia para os
sacerdotes, protetora para os reis e guerreiros, senhora das técnicas para
artesãos, pastores e agricultores. É também aquela que traz a energia,
motivação e potência. Uma vida sem o calor de sua chama perde o sentido e
torna-se insípida.
Shapash —
Divindade babilônica, deusa do sol, a forma feminina de Shamash, muitas vezes
chamada de “a tocha dos deuses”.
Lamashtu —
Divindade sumeriana, “A filha do céu”, deusa com cabeça de leão (assim como
Sekmet) que possuía imenso poder destruidor e purificador.
Ponike —
Divindade húngara do fogo.
Pele —
Divindade havaiana guardiã do fogo, é padroeira do Havaí. É ainda a senhora das
manifestações vulcânicas. Tem como morada o vulcão Kilauea.
Si —
Divindade russa, solar, evocada para punir quem quebrava juramentos.
Fuji —
Divindade japonesa do fogo vulcânico, padroeira do Japão. Habita no monte
Fujiyama, o mais alto do Japão, ponto de contato entre o céu e a terra.
Sundy Mumy —
Divindade eslava, “Mãe do Sol”, ela é quem aquecia o tempo e dava força a seu
filho Sol.
Oynyena
Maria — Divindade eslava do fogo, “Maria do Fogo”, companheira do Deus do
Trovão.
Ananta —
Divindade hindu, Senhora do fogo criador e da força vital feminina. Seu nome
significa “o infinito”, aparece como uma grande serpente e em muito se
assemelha a serpente do fogo Kundaline, para muitos também uma divindade
feminina do fogo. (Fonte: O livro “Deus, Deuses, Divindades e Anjos”, de Alexandre
Cumino, Ed. Madras.)
TRONO
|
FEMININO DA JUSTIÇA
|
Linha
|
Justiça
|
Fator
|
Purificador (fator puro) e Equilibrador (fator misto)
|
Campos de atuação
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Justiça e Lei
|
Elemento
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Fogo (1º Elem.) e Ar (2º Elem.)
|
Polariza com
|
Xangô (par puro do Fogo e da Justiça);
e também com Ogum (par misto Ar/Fogo da Lei e da Justiça)
|
Atributo
|
Justiça, Purificação
|
Ação
|
Consumidora, purificadora e energizadora
|
Cor
|
Laranja, dourado, vermelho
|
Fio de Contas
|
Feito de cristal ou de pedras laranja; ou bicolor laranja
e vermelho; ou bicolor laranja/dourado.
|
Ferramentas
|
Taça, espada e caldeirão feitos de cobre
|
Ervas
|
Açafrão (raiz), agrião, alfavaca, arnica do mato, arruda,
alecrim, artemísia, buchinha do norte, calêndula flor, canela, carapiá,
chapéu de couro, casca de laranja amarga, cipó São João, comigo-ninguém-pode,
erva de Santa Maria, eucalipto, guaraná semente, imburana semente, incenso
resina, jurema preta, manjericão, manjericão roxo, mentruz, folhas de
cânfora, folhas de laranjeira, folhas de limão, folhas de louro, fumo
(tabaco), pára-raio, talos e folhas de cenoura, tiririca, urucum, menta, noz
moscada, gengibre.Banho para energizar: Folhas de cenoura,
calêndula e limão rosa (cf. Adriano Camargo).
Observação: Não se faz banho com o
comigo-ninguém-pode e nem com a resina de incenso porque são tóxicos para a
nossa pele. Ambos se utilizam apenas em defumações (e secando previamente as
folhas do comigo-ninguém-pode, ao ar livre).
|
Símbolos
|
A espada; a estrela de 6 pontas cruzada ao centro; o raio
|
Ponto na Natureza
|
As pedreiras e os caminhos.
|
Flores
|
Lírio cor de laranja, girassol, begônia, flores do campo
de cor laranja ou vermelha, rosas e palmas vermelhas.
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Essências
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Laranja, tangerina, cravo, canela, gengibre, rosa vermelha
|
Pedras
|
Ágata de fogo, topázio e calcita laranja. Dia indicado
para a consagração: 3ª-feira. Hora indicada para a consagração: 23
horas.
|
Metais e Minérios
|
Metal: Cobre.
Minério: Magnetita.
Dia indicado para a consagração: 5ª-feira. Hora indicada
para a consagração: 17 horas
|
Chacra
|
Esplênico.
|
Saúde
Portais de
Cura
|
Estômago, fígado, vesícula biliar e sistema nervoso.
Calcita laranja (pedra), rodelas de limão cravo,
velas laranja,
velas vermelhas, carvão mineral e azeite de dendê (cf.
Adriano Camargo)
|
Planeta
|
Sol e Júpiter.
|
Dia da Semana
|
5ª-feira.
|
Saudação
|
“Kali-Yê, minha Mãe!”
|
Bebida
|
Licor de menta, suco de laranja, suco de limão, suco de
tangerina, suco de gengibre.
|
Comidas
|
Caqui, manga, morango, tangerina, laranja, limão cravo,
melão, mamão, mexerica, gengibre, moranga, cenoura, quiabo, fava vermelha.
|
Número
|
09
|
Data Comemorativa
|
24 de maio
|
Sincretismo
|
Santa Sara Kali, celebrada na Umbanda em 24 de maio.
Também sincretiza com Santa Brígida.
|
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